Steve Cummings e Edvald Boasson Hagen contam como usam o Zwift para se preparar para as corridas do WorldTour
(Crédito imagem: zwift.com)Volte sua mente para junho do ano passado, quando Steve Cummings garantiu uma dupla notável nos Campeonatos Nacionais, tornando-se o primeiro ciclista em dez anos a vencer tanto a prova de estrada quanto o contrarrelógio.
O que tornou a dupla conquista de Cummings ainda mais impressionante foi seu retorno à forma após um intervalo de dez semanas longe das competições devido a uma lesão.
Exceto que Cummings esteve competindo – não com a Team Dimension Data no pelotão do WorldTour, mas no rolo de treino no mundo online do Zwift. “Usei o Zwift todos os dias”, diz Cummings, que passou por uma cirurgia no ombro. "Sem dúvida, foi de grande ajuda, pois tornou mais fácil para mim manter a motivação durante longas sessões no rolo.”
Cummings certamente não é o primeiro ciclista profissional a vencer corridas com base em quilômetros virtuais no Zwift, já que Mat Hayman passou horas e mais horas no rolo enquanto se preparava para vencer a Paris-Roubaix de 2016, após fraturar o braço semanas antes.
O Zwift capturou a imaginação de ciclistas profissionais e amadores, com os melhores atletas do mundo pedalando virtualmente lado a lado com ciclistas do dia a dia nas estradas de Watopia. A questão é: por que alguns ciclistas profissionais adotaram o Zwift tão rapidamente? E como eles o utilizam? Obtivemos informações de Cummings e do homem que o apresentou ao Zwift, seu companheiro de equipe na Dimension Data, Edvald Boasson Hagen.
Um pioneiro
Claro, o Zwift é uma plataforma de treinamento relativamente nova, mas Boasson Hagen diz que a utiliza desde o início, motivado pela impossibilidade de pedalar ao ar livre devido a uma lesão e por uma recomendação de Steve Beckett, do Zwift.
"Desde então, passei a utilizá-lo com frequência, tanto como parte do processo de recuperação de diversas lesões quanto em períodos em que estou plenamente saudável.”
(Crédito imagem: zwift.com)Seguindo 'The Boss'
Não demorou muito para que Boasson Hagen apresentasse a Cummings sua nova ferramenta de treinamento, e desde o inverno de 2015 ela se tornou uma parte essencial dos treinos do bicampeão britânico, como os seguidores de Cummings no Instagram já devem ter notado.
"Tendo a usar o Zwift sempre que o clima está ruim ou está escuro lá fora", diz Cummings.
Críticos do treino em rolo costumam citar o tédio como uma razão para evitar pedalar em ambientes fechados, mas Cummings afirma que usa o Zwift precisamente porque ele quebra a monotonia diária.
"É uma alternativa de treino que, na minha opinião, ajuda a manter a motivação em alta – em algumas ocasiões, chego até a desejar um dia de mau tempo, só para ter a chance de mudar a rotina e pedalar no Zwift", comenta Cummings.
Se Cummings, cuja base de treinamento fica na Toscana, gosta de usar o Zwift regularmente como uma forma de se manter motivado, Boasson Hagen às vezes não tem outra escolha, graças ao clima frequentemente severo de sua terra natal nórdica.
"Uso o Zwift com bastante regularidade quando estou na Noruega e o clima não está tão bom, o que acontece com frequência no inverno, já que recebemos muita neve", diz ele.
Perspectiva profissional
A maneira como os profissionais encaram seu treinamento mudou quase completamente nos últimos anos – agora é mais quantificada e mais clínica, com medidores de potência, testes científicos e tecnologias cada vez mais inovadoras ganhando destaque.
Como ciclistas profissionais, Boasson Hagen e Cummings estão familiarizados com o uso de rolos de treino – o treinamento indoor sempre foi uma exigência para sessões de alta qualidade – mas ambos dizem que o realismo do Zwift tornou o rolo uma substituição melhor para os treinos na estrada.
"Você pode treinar normalmente com a sensação da estrada, mas estando em um ambiente indoor", diz Cummings.”Acho que agora fico mais tempo no rolo com o Zwift, então, sob essa perspectiva, definitivamente melhorou minhas sessões no turbo."
Boasson Hagen concorda, destacando a versatilidade do Zwift como uma das principais razões pelas quais ele agora utiliza a plataforma para suas sessões de treino indoor.
Competição e interação
Todos sabemos que ciclistas de competição são naturalmente competitivos, então não é surpresa que Cummings goste especialmente de disputar os prêmios de KOM no Zwift. Na verdade, ele diz que competir pelas camisas do Zwift é o que ele considera mais benéfico ao pedalar online.
(Crédito imagem: zwift.com)Enquanto isso, Boasson Hagen é fã da variedade de mapas disponíveis, que oferecem um estímulo visual para as sessões de treino que, de outra forma, seriam monótonas.
“Uso como uma ferramenta de trabalho, então fico bastante focado", acrescenta. "É legal ver os incentivos e ler mensagens de fãs, no entanto."
Isso pode não ser o forte de Boasson Hagen, mas Cummings gosta de interagir com outros usuários do Zwift. "É legal, eu gosto", diz ele. "Torna mais parecido com um pedal em grupo e, pessoalmente, eu gosto das brincadeiras."
Brincadeiras à parte, o Zwift ajudou Cummings a ter uma de suas melhores temporadas até hoje em 2017, graças à conquista dupla do título nacional de estrada e contrarrelógio. Uma coisa é certa: seja para ciclistas de esporte acumulando quilômetros no inverno ou profissionais se preparando para as maiores corridas do mundo, o Zwift veio para ficar.
