Jonas Vingegaard foca no que está ao seu alcance enquanto persegue o “especial” Tadej Pogacar, diz treinador Tim Heemskerk.
Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) está se preparando para retomar sua temporada em junho, no Critérium du Dauphiné, após quase três meses afastado por conta de uma concussão sofrida durante a Paris-Nice.
Mas, para seu treinador Tim Heemskerk, a ausência prolongada das competições não será um problema: o foco está em voltar com tudo para o Tour de France e tentar recuperar a camisa amarela de Tadej Pogacar (UAE Emirates-XRG).
O bicampeão do Tour de France já voltou aos treinos desde que sofreu a queda em março, mas não tem pressa para retornar ao pelotão. A escolha foi seguir um período intenso de preparação antes de voltar a competir oficialmente em junho, justamente no Dauphiné.
Com isso, Vingegaard ficará de fora do Tour de Romandie e só reencontrará seu grande rival Pogacar semanas antes da largada do Tour de France — que será transmitido ao vivo pela TNT Sports e discovery+.
Tim Heemskerk explicou ao site Velo os motivos por trás dessa estratégia mais cautelosa, preferindo preparar o atleta longe do ambiente competitivo neste momento.
“Sabemos que essa abordagem funciona para ele. Alguns podem dizer que competir pouco é um ‘risco’, mas, para nós, isso já se provou eficiente”, afirmou o treinador.
“Analisamos todas as possibilidades para a preparação do Tour. Ele poderia disputar o Romandie e até buscar a vitória lá, mas o que isso representaria depois? O Tour é o grande objetivo, tanto para ele quanto para nós da equipe.”
Além disso, o perfil mais reservado de Vingegaard também foi levado em consideração. “Jonas não gosta de fazer muitas corridas. Ele quer aproveitar tempo com a família e ficar longe da correria constante das competições. E a gente respeita isso.”
A concussão afastou Vingegaard dos treinos intensos por mais de cinco semanas. Nesse período, Pogacar dominou a primavera europeia, com atuações brilhantes nas clássicas, mostrando mais uma vez que está em forma de campeão mundial para o verão que vem por aí.
Mas, depois de uma agenda tão cheia, Pogacar pode precisar de uma pausa — e isso pode ser a chance para Jonas ganhar terreno.
“Foi um baque”, disse Heemskerk sobre a lesão. “Todo líder de equipe quer vencer. Depois de meses treinando forte no inverno, uma lesão assim é um golpe duro, tanto físico quanto mental.”
“Trabalhamos bastante durante o inverno para aumentar a massa muscular e a explosividade do Jonas, pontos que ele precisava melhorar após o ano passado. E agora temos a chance de recomeçar mais cedo do que antes. Enquanto muitos ciclistas vão descansar, ele já está de volta aos treinos.”
Heemskerk lembra que nem sempre é preciso competir para estar pronto: “Muitos ciclistas têm um ótimo desempenho vindo apenas de treinos. Vimos isso com o próprio Jonas no ano passado. Ele chegou ao Tour sem competir antes e mesmo assim foi incrível. Claro que tem aspectos, como a vivência no pelotão, que só vêm com corridas. Ambos são importantes.”
Quanto à forma de Pogacar, o treinador não economizou elogios: o esloveno teve uma primavera espetacular, com vitórias na Strade Bianche, Tour de Flandres, Fleche Wallonne e Liège-Bastogne-Liège.
“O Pogacar é capaz de vencer em quase qualquer cenário, menos em chegadas em grupo. É realmente especial de ver”, reconheceu Heemskerk. “Mas o que ele faz não muda a nossa estratégia.”
“Não adianta se preocupar com o que o Pogacar está fazendo. Nós cuidamos do que podemos controlar. E isso significa colocar o Jonas no melhor nível físico possível, e depois analisar se será necessário algum ajuste após o Dauphiné.”
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