Campeão olímpico consegue alcançar o grupo com Pogačar, Van der Poel e Vingegaard, conquistando a camisa branca de melhor jovem
Remco Evenepoel com sua camisa branca de melhor jovemO que deveria ser apenas mais um dia tranquilo para os velocistas se transformou em um verdadeiro espetáculo protagonizado pelos maiores nomes do ciclismo mundial. Foi assim que Remco Evenepoel (Soudal-QuickStep) definiu o desfecho cinematográfico da primeira etapa do Critérium du Dauphiné, onde quatro gigantes do pedal roubaram a cena de forma magistral.
A surpresa veio quando Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) decidiu acelerar o ritmo após a última subida classificada rumo a Montluçon, desferindo um ataque audacioso que arrastou consigo Tadej Pogačar (UAE Team Emirates-XRG) e Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck), criando uma fuga improvável em território tradicionalmente reservado aos sprinters.
Os comentaristas se perguntavam onde estava Evenepoel naquele momento crucial, mas a resposta não tardou a chegar. O capacete dourado do campeão olímpico surgiu como um raio, realizando uma ponte solitária espetacular para garantir sua presença na festa que se desenrolava à frente.
Com Evenepoel integrando o seleto grupo e Santiago Buitrago (Bahrain Victorious) também conseguindo se juntar à escapada, o quinteto manteve-se unido até a linha de chegada, frustrando as ambições dos velocistas por uma margem mínima. O resultado colocou os holofotes sobre as superestrellas da modalidade em um dia que prometia ser de coadjuvantes.
"Tudo certo, foi meio que uma surpresa ter disputado o final pela vitória de etapa, mas é para onde o ciclismo moderno está caminhando", declarou Evenepoel ao cruzar a meta, em entrevista ao CyclingProNet.
"Nunca se sabe o que esperar num final como este. No fim das contas, foi uma bela corrida, acho que conseguimos chegar junto com Buitrago e Mathieu [van der Poel] antecipando no sprint. Foi bastante especial e muito bom estar lá na frente, sinais positivos."
Classificação Geral e Performance no Sprint
No sprint final, Evenepoel terminou em quarto lugar e perdeu os segundos de bonificação, ficando já com 10 segundos de desvantagem para Pogačar e seis para Vingegaard na classificação geral. Contudo, sua impressionante ponte solitária demonstrou que está no mesmo patamar técnico dos rivais.
As montanhas ainda estão por vir no final da semana, mas os indícios de que Evenepoel se encontra em forma excepcional, como ele mesmo sugeriu na coletiva pré-prova, parecem evidentes. Como bônus, ele vestiu a camisa branca de melhor jovem corredor.
"Havia vento contrário no final. Normalmente, Mathieu é o mais forte, e ele arrancou a 250 metros, então foi bem difícil acompanhar. Acho que saí da roda do Mathieu um pouco cedo demais", relembrou o belga.
"Tadej e Jonas saíram por último das rodas, então creio que essa foi a razão do sprint ter terminado dessa forma. Normalmente, no papel, Mathieu venceria esse sprint facilmente, mas ele arrancou de longe para ao menos ter uma chance de vitória. Acho que foi bom para a corrida, mas deixou um gosto amargo para os velocistas depois de todo o trabalho que fizeram."
Vingegaard Surpreende com Segunda Colocação
Vingegaard conseguiu se surpreender ao superar Evenepoel na chegada, admitindo que tentava colaborar menos na fuga tardia, e também se mostrou bastante satisfeito com os primeiros sinais no Dauphiné.
"Acho que fui quem menos colaborou, porque achava que seria o perdedor no sprint. Pelo menos comparado ao Tadej, então perdi quatro segundos – obviamente não é o ideal", comentou Vingegaard após a chegada.
"Mas pensei que na verdade não conseguiria segundos nenhum no final, então conseguir seis é bem bom, eu diria. Tive um bom dia, para ser honesto, estou feliz com como foi e contente por ter conseguido fazer a diferença. Acho que é a primeira vez que terminei em segundo num sprint de pelotão, então não, estou feliz, e Tadej foi simplesmente mais rápido que eu, então parabéns para ele."