Enquanto o pelotão mundial se despede de grandes nomes do ciclismo em 2025, dois veteranos espanhóis escrevem um capítulo extraordinário de longevidade no esporte. Óscar Sevilla e Francisco “Paco” Mancebo, ambos nascidos em 1976, confirmaram que continuarão competindo profissionalmente em 2026, tornando-se exemplos únicos de determinação e paixão pelo ciclismo de alto nível.
A Trajetória Incansável de Dois Campeões
Com 29 temporadas consecutivas como profissionais, Sevilla e Mancebo iniciaram suas carreiras no final dos anos 90 – Sevilla estreou pela equipe Kelme em 1998, enquanto Mancebo deu seus primeiros passos no Banesto no mesmo ano. Desde então, construíram trajetórias marcadas por superação, reinvenção e amor incondicional ao ciclismo.
Óscar Sevilla: O Espanhol que Encontrou sua Casa na Colômbia
Radicado há mais de uma década na Colômbia, Óscar Sevilla continuará defendendo as cores do Medellín-EPM em 2026. A parceria com a equipe continental colombiana, iniciada em 2013, já se estende por mais de 10 anos de lealdade e resultados consistentes.
O albacetense demonstrou em 2025 que sua forma física permanece surpreendente ao conquistar o segundo lugar no Tour do Panamá. Esta performance reafirma sua capacidade de competir em alto nível mesmo aos 49 anos. Em 2023, Sevilla alcançou sua 17ª vitória profissional em provas UCI ao vencer a classificação geral do Tour de Hainan, prova de categoria 2.Pro.
“Quando ficar difícil acordar para treinar, eu vou parar. Esse momento, por enquanto, não chegou”, declarou Sevilla em vídeo divulgado por sua equipe, revelando a filosofia que o mantém ativo no pelotão.
Paco Mancebo: O Viajante Incansável do Ciclismo Mundial
Francisco Mancebo assinou com o Pingtan International Tourism Island Cycling Team, equipe continental chinesa, após várias temporadas competindo na Ásia com o conjunto japonês Matrix Powertag. Esta será sua 13ª equipe diferente em uma carreira que o levou a pedalar em Espanha, França, Portugal, Estados Unidos, Grécia, Emirados Árabes, República Dominicana, Japão e agora China.
Em janeiro de 2025, Mancebo entrou para a história do ciclismo ao se tornar o vencedor mais veterano de uma prova UCI, conquistando a primeira etapa do Tour du Sahel na Mauritânia com 48 anos e 319 dias, superando o recorde anteriormente detido por seu compatriota Sevilla. Este feito histórico prova que a idade não é barreira para a competitividade quando se tem paixão e dedicação.
Palmares de Respeito: Conquistas que Marcaram Época
Ambos os ciclistas foram protagonistas de alguns dos melhores momentos do ciclismo espanhol no início dos anos 2000, acumulando vitórias e pódios em grandes competições.
Destaques de Óscar Sevilla
- Vice-campeão da Vuelta a España 2001, ficando atrás apenas de Ángel Casero
- Vestiu o prestigioso maillot branco do Tour de France em 2001 e 2002 como melhor jovem
- Venceu a Vuelta a San Juan em 2018 e a Vuelta a la Comunidad de Madrid em 2017
- Conquistou a Vuelta a Asturias em 2006 e o Tour de Hainan em 2023
- Acumula 17 vitórias profissionais em provas UCI ao longo de sua carreira
Conquistas de Paco Mancebo
- Terceiro lugar na Vuelta a España 2004, subindo ao pódio da grande volta espanhola
- Quarto lugar no Tour de France 2005, ficando próximo do pódio na prova mais importante do ciclismo
- Venceu uma etapa da Vuelta a España em 2005
- Campeão de España em ruta em 2004
- Conquistou a Vuelta a Burgos, Vuelta a Castilla y León e a prestigiosa Classique des Alpes
Reinvenção e Resiliência: Superando Adversidades
Após o envolvimento na Operação Puerto em 2006, evento que abalou profundamente o ciclismo espanhol, ambos os corredores viram suas portas fechadas no circuito europeu de elite. Sem nunca terem recebido sanções formais, Sevilla e Mancebo optaram por reconstruir suas carreiras em outros continentes, encontrando oportunidades em circuitos continentais da América e Ásia.
Esta capacidade de reinvenção transformou o que poderia ter sido o fim de suas carreiras em um novo capítulo de longevidade extraordinária. Competindo longe dos holofotes do WorldTour, mas mantendo o profissionalismo e a paixão que sempre os caracterizou.
Contraste com a Onda de Aposentadorias de 2025
A decisão de Sevilla e Mancebo de continuarem ativos contrasta fortemente com o número recorde de 40 ciclistas que se aposentaram em 2025. Entre os nomes ilustres que penduraram a bicicleta estão:
- Geraint Thomas – Campeão do Tour de France 2018
- Romain Bardet – Bicampeão do polka dot no Tour de France
- Jonathan Castroviejo – Gregário de luxo e campeão do mundo em contrarrelógio
- Omar Fraile, Caleb Ewan, Alexander Kristoff, Arnaud Démare, Elia Viviani e Rafał Majka
Ainda mais comovente é o número de jovens ciclistas forçados a se aposentar precocemente por razões médicas ou pessoais, incluindo nomes como Unai Zubeldia, Ide Schelling e Pierre Latour. Neste contexto, a continuidade de dois veteranos de 49 anos ganha significado ainda maior.
A Filosofia da Longevidade: Paixão Acima de Tudo
Ambos os corredores manifestaram repetidamente que continuam competindo por pura paixão e prazer pessoal, não por necessidade financeira ou pressão externa. “Continuo me divertindo e não me vejo fora do pelotão”, são palavras que Sevilla costuma repetir, filosofia compartilhada por Mancebo.
Diferentemente das grandes estrelas que recebem homenagens de despedida grandiosas, Sevilla e Mancebo encontraram seu espaço em circuitos continentais onde sua experiência, profissionalismo e capacidade de liderança continuam sendo diferenciais valiosos para equipes e jovens ciclistas.
Impacto e Legado no Ciclismo Moderno
A história de Sevilla e Mancebo oferece lições valiosas sobre resiliência, paixão e reinvenção profissional. Em um esporte que constantemente busca jovens talentos e renova gerações rapidamente, eles provam que:
- A experiência tem valor imensurável em equipes que buscam mentoria e liderança
- A paixão pelo esporte pode superar barreiras de idade e adversidades profissionais
- Existe vida profissional além do WorldTour, com oportunidades em circuitos continentais
- A longevidade no esporte depende de cuidados físicos, mentais e de manter a motivação acesa
Para os fãs do ciclismo brasileiro e mundial, acompanhar a trajetória destes dois veteranos em 2026 será testemunhar história sendo escrita pedal a pedal, desafiando todas as convenções sobre idade e performance no ciclismo profissional.
Links Relacionados e Recursos
- EsCiclismo – Notícias do ciclismo mundial
- CyclingNews – Cobertura internacional
- Team Medellín-EPM – Equipe de Óscar Sevilla
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Quantos anos têm Óscar Sevilla e Paco Mancebo em 2026?
Ambos os ciclistas nasceram em 1976 e terão 50 anos durante a temporada de 2026, tornando-se alguns dos atletas profissionais mais velhos em atividade no ciclismo mundial.
2. Por quais equipes correrão Sevilla e Mancebo em 2026?
Óscar Sevilla continuará no Medellín-EPM, equipe continental colombiana onde compete desde 2013. Paco Mancebo assinou com o Pingtan International Tourism Island Cycling Team, equipe continental chinesa.
3. Qual é o recorde de Paco Mancebo como ciclista mais velho?
Em janeiro de 2025, Mancebo tornou-se o vencedor mais veterano de uma prova UCI ao conquistar a primeira etapa do Tour du Sahel com 48 anos e 319 dias, superando o recorde anterior de Óscar Sevilla.
4. Quantas temporadas profissionais completarão em 2026?
Ambos iniciaram suas carreiras profissionais em 1998 e completarão 29 temporadas consecutivas como ciclistas profissionais em 2026, demonstrando longevidade excepcional no esporte.
5. Quais foram as maiores conquistas de Óscar Sevilla?
Sevilla foi vice-campeão da Vuelta a España em 2001, vestiu o maillot branco do Tour de France em 2001 e 2002, venceu o Tour de Hainan em 2023 e acumula 17 vitórias profissionais em provas UCI.
6. E as principais conquistas de Paco Mancebo?
Mancebo conquistou o terceiro lugar na Vuelta a España 2004, ficou em quarto no Tour de France 2005, foi campeão de España em rota em 2004 e venceu provas importantes como a Classique des Alpes.
7. Por que eles não competem no WorldTour?
Após o envolvimento na Operação Puerto em 2006, ambos enfrentaram dificuldades para conseguir contratos com equipes europeias de elite, optando por reconstruir suas carreiras em circuitos continentais na América e Ásia.
8. Onde Óscar Sevilla mora atualmente?
Sevilla está radicado na Colômbia há mais de uma década, onde construiu sua vida pessoal e profissional, tornando-se uma figura querida no ciclismo colombiano.
9. Quantas equipes diferentes Paco Mancebo já defendeu?
Mancebo já competiu por 13 equipes diferentes ao longo de sua carreira, pedalando em países como Espanha, França, Portugal, Estados Unidos, Grécia, Emirados Árabes, República Dominicana, Japão e China.
10. Qual é a filosofia que mantém estes veteranos ativos?
Ambos afirmam que continuam competindo por pura paixão e prazer pessoal. Sevilla declarou que só parará quando ficar difícil acordar para treinar, momento que ainda não chegou para ele.
11. Eles ainda são competitivos em alto nível?
Sim! Sevilla foi segundo no Tour do Panamá em 2025 e Mancebo conquistou vitórias recentes, incluindo o recorde histórico em janeiro de 2025, provando que mantêm excelente forma física.
12. Quais grandes nomes se aposentaram em 2025?
Em 2025, 40 ciclistas profissionais se aposentaram, incluindo nomes ilustres como Geraint Thomas, Romain Bardet, Jonathan Castroviejo, Caleb Ewan, Alexander Kristoff, Arnaud Démare e Elia Viviani.
13. Como é possível manter o nível aos 50 anos?
A longevidade no ciclismo profissional depende de cuidados rigorosos com alimentação, treinamento adequado, recuperação eficiente e, principalmente, motivação constante para continuar competindo em alto nível.
14. Existe expectativa de recordes em 2026?
Sim! Com Sevilla ainda ativo, há possibilidade de que ele reconquiste o recorde de ciclista mais velho a vencer uma prova UCI, criando uma disputa amigável entre os dois veteranos espanhóis.
15. Qual o legado que deixam para o ciclismo?
Sevilla e Mancebo provam que a paixão pelo ciclismo transcende idade, adversidades e expectativas convencionais, inspirando ciclistas de todas as idades a perseguirem seus sonhos com dedicação e amor pelo esporte.
O criador desta plataforma é a prova de que experiência e inovação pedalam juntas. Fundador do Ciclismo pelo Mundo, ele transformou décadas de vivência sobre duas rodas em um dos portais mais respeitados do ciclismo nacional.
Mais que um site, construiu um ecossistema onde veteranos e iniciantes convergem em busca de evolução. Cada artigo, vídeo e análise carrega o DNA de quem não apenas pratica, mas vive e respira ciclismo há mais de duas décadas.
Do asfalto às trilhas, dos treinos básicos às estratégias avançadas, o portal traduz a linguagem complexa do esporte em conteúdo acessível e transformador. Um legado digital construído pedalada por pedalada, quilômetro por quilômetro.