O Giro d’Italia Feminino 2026 promete ser uma das edições mais emocionantes da história da tradicional corrida italiana. Com um percurso revelado nesta segunda-feira (02 de dezembro) em Roma, a competição trará pela primeira vez a lendária Colle delle Finestre, além de um desafiador contrarrelógio em subida que pode definir o destino da camisa rosa.
A corrida de nove etapas acontecerá entre 30 de maio e 7 de junho, atravessando o norte da Itália desde Emilia-Romagna até Piemonte, com mais de 12.500 metros de desnível acumulado. Esta mudança de calendário é estratégica: pela primeira vez em anos, o Giro Feminino não coincidirá com o Tour de France, permitindo melhor cobertura midiática e horários de largada mais adequados.
A Estreia Histórica na Colle delle Finestre
O grande destaque do percurso é, sem dúvida, a inclusão da Colle delle Finestre na oitava etapa. Esta subida icônica, que já decidiu edições memoráveis do Giro masculino, entrará para a história do ciclismo feminino. Com aproximadamente 20 quilômetros de extensão e uma altitude máxima de 2.178 metros, a escalada apresenta uma média de 9,4% de inclinação.

O que torna a Finestre verdadeiramente especial são os últimos 8 quilômetros em estrada de cascalho, que transformam a subida em um teste brutal de resistência física e mental. A etapa replica o final da 20ª etapa do Giro masculino de 2025, que foi decidida dramaticamente, subindo primeiro a Finestre e depois finalizando na subida mais suave até Sestriere.
“É uma subida brutal que separa as verdadeiras campeonas. Os 8 quilômetros finais em cascalho consomem toda a energia e apenas as mais fortes prevalecem”, descreveu a organização sobre o desafio que aguarda o pelotão feminino.
Contrarrelógio em Subida: O Primeiro Grande Teste
Outra novidade empolgante é o contrarrelógio individual de 12,7 km até Nevegal na quarta etapa. Diferente dos prólogos planos tradicionais do Giro Feminino, este será um esforço cronometrado íngreme que favorece as escaladoras puras com boa capacidade de gerenciamento de ritmo.

A etapa parte de Belluno com 5 km relativamente planos, mas depois a estrada sobe drasticamente na escalada até Nevegal. Os trechos mais duros estão logo no início da subida, com gradientes de 14% nos primeiros 2 km e uma média de 10,3% nos primeiros 5 km. Este será um desafio técnico de pacing que separará as candidatas ao título geral das demais competidoras.
Detalhes Completos do Percurso 2026
- Total de etapas: 9
- Distância total: 1.153,7 km
- Desnível acumulado: 12.500 metros
- Chegadas em altitude: 2
- Contrarrelógios: 1
Etapas 1-3: Oportunidades para as Velocistas
O Giro abre de forma amigável para as velocistas, com a primeira etapa sendo completamente plana nos 139 km entre Cesenatico e Ravenna. A segunda etapa, de Roncade H-Farm a Caorle, mantém o perfil favorável aos sprints, apesar de incluir uma subida de categoria 4 a 90 km da chegada.
A terceira etapa começa a elevar a dificuldade com duas subidas categorizadas e alguns aclives não categorizados nos últimos 55 km, finalizando com uma rampa em Buja. Este perfil pode descartar as velocistas puras, mas ainda favorece corredoras como Lorena Wiebes, que tem excelente explosão em finais ligeiramente acidentados.
Etapa 5: Dolomitas em Cena

A quinta etapa leva o pelotão aos Dolomitas para enfrentar a segunda subida de categoria 1 da semana: o Passo Tre Croci nos primeiros 60 km desta etapa de 138 km. Embora não haja chegada em altitude neste dia, três subidas categorizadas concentradas nos últimos 50 km prometem uma jornada interessante.
A descida até a chegada em Santo Stefano di Cadore favorece quem ousar atacar na última escalada, mantendo todas as candidatas em alerta máximo.
O Final de Semana Decisivo
As três últimas etapas (sexta, sábado e domingo) formam o clímax da corrida. A sétima etapa, a mais longa do Giro com 165 km entre Sorbolo Mezzani e Salice Terme, apresenta duas subidas curtas e íngremes no final: Pietragavina e Castello di Oramala, seguidas por 20 km de descida até a linha de chegada.

Mas é a oitava etapa que será a rainha das rainhas. Com apenas 101 km, será compacta e explosiva, trazendo a histórica Colle delle Finestre seguida da subida até Sestriere. Esta etapa pode muito bem coroar a vencedora do Giro.
E mesmo após tudo isso, ainda haverá a nona e última etapa em Saluzzo, com três subidas categorizadas, incluindo o Montoso de categoria 1 nos primeiros 55 km. Se a classificação geral ainda estiver em aberto, haverá mais uma chance de mudanças dramáticas.
Elisa Longo Borghini Busca o Tri Inédito
Elisa Longo Borghini é a grande favorita para conquistar seu terceiro título consecutivo no Giro d’Italia Feminino. A italiana, bicampeã em 2024 e 2025, vem de uma temporada vitoriosa pela UAE Team ADQ e conhece como ninguém o terreno montanhoso de sua terra natal.

Em 2025, Longo Borghini protagonizou uma das vitórias mais emocionantes da história recente do Giro Feminino, superando a suíça Marlen Reusser por apenas 18 segundos após uma batalha épica. A italiana demonstrou não apenas suas habilidades nas montanhas, mas também sua inteligência tática e capacidade de sofrer nos momentos decisivos.
Aos 34 anos (completa 35 em dezembro), Longo Borghini está no auge de sua carreira. Além dos dois Giros, ela é medalhista de bronze olímpica (Rio 2016 e Tóquio 2020), hexacampeã italiana de estrada e vencedora de clássicas prestigiadas como o Strade Bianche e o Trofeo Alfredo Binda.
“Esta vitória significa muito, especialmente vindo de uma primavera onde os resultados não foram os esperados. Conseguimos recomeçar e nos preparar para o Giro como um objetivo compartilhado por toda a equipe”, declarou Elisa após conquistar o Giro 2025.
Se ela conquistar o tri em 2026, se juntará à lendária Fabiana Luperini como as únicas italianas a vencer múltiplas edições do Giro Rosa. Luperini possui cinco títulos, um recorde que Longo Borghini pode começar a perseguir.
Outras Candidatas ao Título
Apesar do favoritismo de Longo Borghini, a competição promete ser acirrada. Demi Vollering (SD Worx-Protime) é sempre uma ameaça em qualquer corrida por etapas que disputa, tendo vencido o Tour de France Femmes em 2023 e ficado muito próxima em 2024.
Mavi García (Liv AlUla Jayco), Annemiek van Vleuten (se voltar da aposentadoria), e a jovem revelação Sarah Gigante (AG Insurance-Soudal) também estarão entre as favoritas. Gigante, em particular, mostrou qualidades excepcionais nas montanhas durante o Giro 2025, vencendo duas etapas de montanha e terminando em terceiro na classificação geral.
Importância da Nova Data no Calendário
A mudança de data do Giro d’Italia Feminino é um marco importante para o ciclismo feminino. Por anos, a corrida italiana acontecia simultaneamente à primeira semana do Tour de France masculino, o que limitava sua visibilidade e cobertura midiática.
Com a nova data em maio-junho, logo após o Giro masculino, a corrida feminina ganha:
- Melhor cobertura televisiva e de streaming
- Horários de largada mais adequados para transmissões
- Maior atenção da imprensa especializada
- Possibilidade de equipes escalarem suas melhores corredoras sem conflitos de calendário
Além disso, com a Vuelta Feminina acontecendo entre 3 e 10 de maio e o Tour de France Femmes de 1 a 9 de agosto, a dupla Giro-Tour se torna fisicamente mais viável para as grandes candidatas ao título, aumentando o nível competitivo de ambas as corridas.
Legado e Tradição do Giro Rosa
O Giro d’Italia Feminino, também conhecido como Giro Rosa ou Giro Donne, é uma das corridas mais antigas e prestigiadas do ciclismo feminino. Criado em 1988, o evento é organizado pela RCS Sport, a mesma empresa responsável pelo Giro masculino e outras grandes corridas italianas como a Milão-San Remo e a Tirreno-Adriático.
Ao longo de sua história, a corrida já incluiu algumas das subidas mais icônicas dos Alpes e Dolomitas italianos, como o Passo dello Stelvio, o Mortirolo, e o Passo Gavia. A inclusão da Colle delle Finestre em 2026 adiciona mais um capítulo a esta rica tradição de desafios montanhosos extremos.
Vencedoras históricas incluem Maria Canins, Fabiana Luperini (recordista com 5 títulos), Edita Pučinskaitė, e mais recentemente Anna van der Breggen e Annemiek van Vleuten, todas elas lendas do esporte.
Como Assistir ao Giro d’Italia Feminino 2026
A transmissão do Giro d’Italia Feminino 2026 será ampliada em comparação com anos anteriores. Na Itália, a RAI continuará sendo a emissora oficial, com cobertura diária na Rai Sport e Rai 2.
Na Europa, a corrida estará disponível na Eurosport e nas plataformas de streaming da Warner Bros. Discovery (Max e Discovery+), dependendo dos direitos de cada país. Para o público da América do Sul, a DirecTV tradicionalmente oferece cobertura, com algumas nações tendo também transmissões por emissoras locais.
Além disso, espera-se que as redes sociais oficiais do Giro (@giroitaliadonne no Instagram e Twitter) ofereçam atualizações em tempo real, highlights e conteúdo exclusivo dos bastidores.
O Giro d’Italia Feminino 2026 se apresenta como uma das corridas mais desafiadoras e emocionantes da próxima temporada. Com a estreia histórica na Colle delle Finestre, um contrarrelógio em subida, e mais de 12.500 metros de desnível, apenas a mais completa das ciclistas poderá conquistar a camisa rosa.
Elisa Longo Borghini buscará fazer história com um inédito tricampeonato consecutivo, mas terá pela frente um pelotão repleto de candidatas qualificadas. Entre 30 de maio e 7 de junho, a Itália será palco de uma das melhores disputas do ciclismo feminino mundial.
Prepare a pipoca, marque na agenda e não perca nenhuma etapa desta corrida épica que promete emocionar do início ao fim! 🚴♀️🇮🇹
FAQ – Perguntas Frequentes sobre o Giro d’Italia Feminino 2026
1. Quando acontece o Giro d’Italia Feminino 2026?
O Giro d’Italia Feminino 2026 acontecerá entre 30 de maio e 7 de junho de 2026, com nove etapas percorrendo o norte da Itália.
2. Qual é a principal novidade do percurso de 2026?
A grande novidade é a inclusão pela primeira vez na história da Colle delle Finestre, uma subida lendária de aproximadamente 20 km com os últimos 8 km em estrada de cascalho, que será percorrida na oitava etapa.
3. Quantos quilômetros tem o Giro d’Italia Feminino 2026?
O percurso total tem 1.153,7 km distribuídos em nove etapas, com um desnível acumulado de 12.500 metros.
4. Haverá contrarrelógio no Giro Feminino 2026?
Sim! A quarta etapa será um contrarrelógio individual de 12,7 km em subida até Nevegal, com trechos de até 14% de inclinação. Esta é uma novidade em relação aos prólogos planos tradicionais.
5. Quem é a favorita para vencer o Giro 2026?
Elisa Longo Borghini é a principal favorita, buscando seu terceiro título consecutivo após vencer em 2024 e 2025. Outras candidatas incluem Demi Vollering, Mavi García e Sarah Gigante.
6. Por que a data do Giro Feminino mudou em 2026?
A mudança de julho para maio-junho visa evitar a sobreposição com o Tour de France, permitindo melhor cobertura midiática, horários de largada mais adequados e maior visibilidade para a corrida feminina.
7. Qual é a etapa mais difícil do Giro 2026?
A oitava etapa é considerada a etapa-rainha, com 101 km que incluem a subida da Colle delle Finestre (20 km com 8 km finais em cascalho) seguida pela chegada em Sestriere.
8. Onde posso assistir ao Giro d’Italia Feminino 2026?
Na Europa, a corrida será transmitida pela Eurosport e plataformas Max e Discovery+. Na Itália, pela RAI. Na América do Sul, geralmente a DirecTV oferece cobertura. Verifique os direitos de transmissão em seu país.
9. O que é a Colle delle Finestre?
A Colle delle Finestre é uma subida icônica dos Alpes italianos, com aproximadamente 20 km de extensão, altitude máxima de 2.178 metros, média de 9,4% de inclinação e os últimos 8 km em estrada de cascalho não pavimentada.
10. Quantas etapas de montanha terá o Giro 2026?
O Giro 2026 terá duas chegadas em altitude (etapa 4 em Nevegal e etapa 8 em Sestriere) e várias outras etapas com perfil montanhoso, incluindo passagens pelos Dolomitas e pelos Alpes.
11. Haverá etapas para velocistas no Giro Feminino 2026?
Sim! As primeiras etapas (1 e 2) são completamente planas e favoráveis às velocistas. A etapa 3 também pode terminar em sprint, embora tenha um final ligeiramente acidentado.
12. Qual é o prêmio para a vencedora do Giro d’Italia Feminino?
O valor exato do prêmio ainda não foi divulgado pela organização, mas espera-se que siga os padrões das edições anteriores, com distribuição entre classificação geral, etapas e classificações secundárias (montanha, pontos e jovens).
13. Elisa Longo Borghini pode igualar o recorde de vitórias no Giro?
Com três vitórias (se conquistar 2026), ela ainda estaria atrás de Fabiana Luperini, que possui o recorde com cinco títulos no Giro d’Italia Feminino (1995, 1996, 1997, 1998 e 2008).
14. O Giro Feminino 2026 faz parte do UCI Women’s World Tour?
Sim! O Giro d’Italia Feminino é uma das corridas mais importantes do UCI Women’s World Tour, o mais alto nível do ciclismo feminino mundial, e oferece pontos valiosos para o ranking mundial.
15. Onde começa e termina o Giro d’Italia Feminino 2026?
A corrida começa em Cesenatico (região da Emilia-Romagna) no dia 30 de maio e termina em Saluzzo (região de Piemonte) no dia 7 de junho, percorrendo diversas regiões do norte italiano.

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