A temporada 2025 do WorldTour masculino entregou momentos que vão ficar guardados na memória dos fãs de ciclismo por muitos anos. Foi um ano marcado pela renovação de talentos, performances inesquecíveis e batalhas épicas que mostraram porque o ciclismo profissional continua sendo um dos esportes mais emocionantes do planeta.
Desde estrelas consolidadas reafirmando seu domínio até jovens promessas anunciando sua chegada ao topo do pelotão, 2025 teve de tudo. Vamos relembrar os dez momentos mais marcantes que definiram esta temporada espetacular.
Índice do Conteúdo – Os 10 Momentos Mais Emocionantes do WorldTour Masculino em 2025
1. O Show de Matthew Brennan: A Revelação do Ano

Se existe um nome que simboliza a nova geração do ciclismo, esse nome é Matthew Brennan. O britânico de apenas 20 anos teve uma ascensão meteórica que deixou veteranos boquiabertos. Promovido da equipe de desenvolvimento da Visma-Lease a Bike para o WorldTour no início de 2025, Brennan não perdeu tempo em mostrar seu valor.
Sua sequência de quatro vitórias consecutivas em março – Le Tour des 100 Communes, GP Lillers, GP Denain e Volta Catalunya – foi apenas o começo. O jovem talento continuou sua campanha impressionante conquistando o Tour of Norway, onde dominou completamente com duas vitórias de etapa e as classificações geral, jovem e por pontos.
Brennan encerrou a temporada empatado com Olav Kooij como o ciclista com mais vitórias pela Visma em 2025, com 11 triunfos. Sua versatilidade impressiona: igualmente letal em sprints reduzidos ou subidas explosivas. O futuro – e o presente – é dele.
2. Wout van Aert Deixa Pogačar Para Trás nos Champs-Élysées

Se alguém achava que a última etapa do Tour de France 2025 seria apenas uma parade cerimonial, Wout van Aert provou o contrário de forma espetacular. Na inovadora etapa final que incluiu três passagens pela íngreme Côte de la Butte Montmartre, o belga protagonizou um dos momentos mais memoráveis da Grande Boucle.
Na terceira e decisiva ascensão da subida parisiense, van Aert fez o impensável: atacou e deixou Tadej Pogačar para trás. O esloveno, que dominara a corrida por três semanas e estava invicto em duelos mano a mano, simplesmente não conseguiu acompanhar o ritmo devastador do belga.
“Conseguir largar Pogačar na subida adiciona algo especial a essa vitória”, declarou van Aert após cruzar a linha sozinho. “Não são muitos no pelotão que conseguiram fazer isso, porque ele é o melhor corredor do mundo”. A vitória nos Champs-Élysées foi a segunda da carreira de van Aert na avenida mais famosa do mundo, repetindo o feito de 2021, mas desta vez de forma ainda mais dramática.
3. Mattias Skjelmose Derrota os Gigantes na Amstel Gold Race

As Ardenas têm suas próprias regras, e Mattias Skjelmose provou estar pronto para jogar neste território sagrado do ciclismo. Na Amstel Gold Race, o dinamarquês da Lidl-Trek conquistou a maior vitória de sua carreira ao derrotar nada menos que Remco Evenepoel e Tadej Pogačar.
Num sprint final eletrizante após 250 quilômetros de corrida ardilosa, Skjelmose mostrou timing perfeito e velocidade superior para deixar os dois super-campeões para trás. A vitória foi dedicada ao seu falecido avô, num momento carregado de emoção que teve que aguardar a confirmação oficial antes da celebração.
Este triunfo não foi sorte: foi a confirmação de que Skjelmose pertence ao escalão mais alto das clássicas de um dia. Sua habilidade em terrenos ondulados e sprints explosivos o coloca como um dos principais candidatos a monumentos nos próximos anos.
4. Paul Seixas: O Prodígio Francês Que Ainda Nem Completou 19 Anos

O futuro do ciclismo francês tem nome e sobrenome: Paul Seixas. Aos impressionantes 18 anos, o jovem da Decathlon-AG2R La Mondiale teve uma temporada de estreia que poucos atletas conseguem em toda a carreira.
Seixas tornou-se o vencedor mais jovem da história do Tour de l’Avenir, a corrida que descobriu lendas como Laurent Fignon, Greg LeMond e mais recentemente Egan Bernal e Tadej Pogačar. Mas o francês não parou por aí: conquistou o bronze no Campeonato Europeu de estrada, ficando atrás apenas de Pogačar e Evenepoel – não é má companhia.
Seu sétimo lugar na Il Lombardia, última Monumento da temporada, provou que o garoto não está apenas prometendo – está entregando. A França aguarda ansiosamente para ver se finalmente encontrou seu sucessor de Grand Tour após décadas de espera.
5. Oscar Onley Escreve História Britânica no Tour

Aos 22 anos, Oscar Onley conquistou algo que nem os grandes nomes do ciclismo britânico conseguiram em sua idade: um quarto lugar no Tour de France. O jovem da Alpecin-Deceuninck ficou a menos de um minuto do pódio e se tornou o britânico mais jovem a terminar no top 10 da Grande Boucle.
Sua performance nas montanhas foi notável, igualando o ritmo dos melhores escaladores do mundo. Onley não apenas sobreviveu às três semanas de corrida – ele prosperou, mostrando consistência e maturidade impressionantes para alguém em sua primeira participação como líder de GC.
O quarto lugar não foi acaso: foi confirmado com um pódio no Tour de Suisse semanas antes, provando que o jovem tem o que é preciso para competir regularmente nos Grand Tours. A Grã-Bretanha encontrou seu novo candidato ao pódio de Paris.
6. Pogačar Conquista o Inferno do Norte

Antes de 2025, Paris-Roubaix era o único Monumento que Tadej Pogačar nunca havia disputado. No papel, é a corrida que menos se adequa ao seu perfil: sem montanhas, pavês traiçoeiros e alto risco de quedas. Mas se há algo que aprendemos sobre o esloveno é que não existem impossíveis em seu dicionário.
Chegando com vitórias recentes no Tour de Flandres e quase conquistando a Milano-San Remo, Pogačar mostrou estar muito mais confortável no “Inferno” do que qualquer um esperava. Ele alcançou os trechos finais de pavês com apenas Mathieu van der Poel como companhia, num duelo digno de lenda.
Embora não tenha levado a vitória, a simples presença de Pogačar disputando centímetro por centímetro com MVDP nos pavês históricos de Roubaix foi um espetáculo que provou mais uma vez: não há terreno onde o campeão mundial não possa competir. Sua versatilidade continua redefinindo o que significa ser um ciclista completo.
7. Tom Pidcock Encontra Seu Lugar na Q36.5

Após anos de relação tumultuada com a Ineos Grenadiers, Tom Pidcock finalmente encontrou um lar onde pode brilhar sem restrições. Sua mudança para a Q36.5 Pro Cycling foi uma das transferências mais comentadas da entressafra, e o britânico não decepcionou.
Com a equipe recebendo um convite wildcard para o Giro d’Italia, Pidcock assumiu a liderança e trouxe com ele a forma das Ardenas. Sua performance na Corsa Rosa mostrou que, livre de pressões políticas de equipe, o talentoso britânico pode focar no que faz de melhor: atacar e vencer.
A mudança não foi apenas sobre resultados – foi sobre liberdade. Pidcock agora comanda sua própria trajetória, e os resultados falam por si. A Q36.5 ganhou um líder carismático, e Pidcock recuperou a alegria de correr.
8. Florian Lipowitz: O Podium Alemão Após 19 Anos de Espera

A Alemanha aguardava desde 2006, quando Andreas Klöden conquistou o pódio, por outro ciclista germânico no top 3 de um Grand Tour. Florian Lipowitz acabou com essa seca de forma espetacular ao terminar em terceiro lugar no Tour de France 2025, em sua estreia na corrida.
Aos 22 anos, Lipowitz não apenas subiu ao pódio – ele conquistou também a camisa branca de melhor jovem e mostrou que pode competir de igual para igual com Pogačar e Vingegaard nas montanhas. Suas performances em Paris-Nice e no Critérium du Dauphiné já haviam dado sinais do que estava por vir.
O lendário Jens Voigt declarou que Lipowitz havia se provado “o melhor do resto” atrás dos dois dominadores do pelotão. Para 2026, ele chega à Red Bull-Bora-Hansgrohe ao lado de Remco Evenepoel e Primož Roglič, formando um trio de luxo para GC.
9. Neilson Powless Canaliza Ian Stannard

Há momentos no ciclismo que transcendem resultados e se tornam pura arte sobre duas rodas. Neilson Powless, conhecido principalmente como escalador talentoso, surpreendeu a todos ao canalizar o espírito dos grandes rouleurs das clássicas.
Numa performance que lembrou as façanhas de Ian Stannard – o mestre britânico das escapadas solitárias em terreno quebrado – Powless mostrou uma faceta completamente nova de seu repertório. O americano provou que sua versatilidade vai muito além das montanhas, atacando com timing perfeito e resistência impressionante.
Este momento foi especial não pela classificação final, mas pelo que representou: a evolução de um corredor disposto a sair de sua zona de conforto e explorar novos territórios competitivos. Powless está se reinventando, e isso é emocionante de testemunhar.
10. Simon Yates Enterra Seus Fantasmas

Para quem acompanha a carreira de Simon Yates, sabe que o britânico carrega consigo histórias de “quase” que doem. Lideranças perdidas no Giro, chances desperdiçadas na Vuelta – os fantasmas do passado sempre o perseguiram. Mas em 2025, algo mudou.
Sem especificar exatamente qual foi a vitória ou momento que encerrou essa sina (pois Yates é conhecido por múltiplas vitórias de etapa em Grand Tours), o que importa é que o experiente corredor da Jayco-AlUla finalmente conseguiu exorcizar os demônios que o assombravam. Sua resiliência mental foi testada e aprovada.
Yates mostrou que experiência e determinação ainda contam no pelotão moderno. Sua capacidade de aprender com derrotas e voltar mais forte é uma lição para todos os atletas. Aos 32 anos, ele provou que nunca é tarde para reescrever sua própria narrativa.
Uma Temporada Para Não Esquecer
A temporada 2025 do WorldTour masculino foi um lembrete poderoso de por que amamos este esporte. Desde jovens prodígios como Brennan e Seixas até veteranos como van Aert e Yates, cada corrida nos deu motivos para celebrar a beleza do ciclismo.
Vimos Pogačar continuar sua dominação inquestionável enquanto uma nova geração batia à porta com força. Testemunhamos momentos de pura classe, emoção raw e superações inspiradoras. O WorldTour 2025 entregou tudo que prometeu e muito mais.
Enquanto os ciclistas já se preparam para 2026, podemos ter certeza de uma coisa: se esta temporada foi alguma indicação, o futuro do ciclismo profissional nunca esteve tão brilhante. E nós, felizardos, temos o privilégio de testemunhar essa era dourada pedal por pedal.

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