Quando você pensa em histórias de superação no ciclismo profissional, Primož Roglič certamente está entre as mais impressionantes. O ciclista esloveno nascido em 29 de outubro de 1989 trilhou um caminho único até se tornar um dos maiores nomes das Grand Tours. Hoje, aos 35 anos, ele representa a Red Bull-Bora-Hansgrohe e carrega consigo um currículo invejável que inclui quatro títulos da Vuelta a España e uma vitória no Giro d’Italia.
Do Salto de Esqui às Pedaladas: Uma Mudança de Carreira Extraordinária
A história de Roglič é fascinante porque começou longe do ciclismo. Ele foi um saltador de esqui profissional antes de descobrir seu verdadeiro talento sobre duas rodas. Em 2012, uma lesão grave interrompeu sua carreira nos saltos, e foi aí que o destino mudou completamente. Aos 23 anos – uma idade considerada tardia para começar no ciclismo competitivo – ele decidiu tentar a sorte nas estradas.
Em 2013, Primož tornou-se profissional pela equipe continental Adria Mobil. Apenas três anos depois, em 2016, ele já estava pedalando no circuito WorldTour pela então Jumbo-Visma (atual Visma-Lease a Bike). Essa transição meteórica mostrou que ele tinha algo especial.
Os Primeiros Anos: Descobrindo o Talento (2016-2017)
Logo na estreia pelo WorldTour, Roglič mostrou suas credenciais. Na Volta ao Algarve, ele conquistou o quinto lugar na classificação geral, chamando atenção dos especialistas. Mas foi no Giro d’Italia daquele ano que o mundo começou a notar seu potencial.
Na etapa de contra-relógio inaugural em Apeldoorn, na Holanda, ele quase venceu o favorito local Tom Dumoulin, perdendo por apenas alguns segundos. Uma semana depois, ele se redimiu conquistando a vitória na etapa cronometrada na região do Chianti, provando que tinha talento para corridas contra o relógio.
Em 2017, suas habilidades como escalador versátil ficaram ainda mais evidentes. Ele venceu a Volta ao Algarve de ponta a ponta e, no Tour de France, conquistou uma vitória memorável na etapa alpina de Serre Chevalier, mostrando que podia brigar com os melhores nas montanhas.
Consolidação no Topo (2018-2019)
O ano de 2018 marcou a consolidação de Roglič como um candidato legítimo às Grand Tours. Ele venceu o Tour de Romandie e a Itzulia Basque Country, duas provas importantes no calendário. No Tour de France, ele garantiu outra vitória de etapa em Laruns e terminou em quarto lugar na classificação geral, provando que estava entre a elite mundial.
2019 foi o ano da grande revelação. Depois de vitórias no UAE Tour e no Tirreno-Adriático, ele chegou ao Giro d’Italia como um dos favoritos. Apesar de problemas de saúde que o fizeram terminar em terceiro lugar em Verona, ele demonstrou sua classe e resiliência.
Mas a redenção completa veio na Vuelta a España. Com uma performance dominante ao longo das três semanas, Roglič conquistou seu primeiro título de Grand Tour, estabelecendo-se definitivamente como um dos melhores ciclistas do mundo.
2020: Glória e Desilusão no Tour de France
O ano de 2020 ficará marcado na memória de Roglič como um dos mais emocionalmente complexos de sua carreira. Por duas semanas, ele liderou o Tour de France com autoridade, parecendo encaminhar-se para sua primeira vitória na Grande Boucle. No entanto, no penúltimo dia, na etapa cronometrada de La Planche des Belles Filles, seu compatriota Tadej Pogačar aplicou um ataque devastador que mudou completamente o rumo da corrida.
Apesar da decepção, Roglič mostrou seu caráter de campeão. Apenas duas semanas depois, ele venceu a clássica Liège-Bastogne-Liège (realizada fora de época devido à pandemia) e encerrou o ano conquistando sua segunda Vuelta a España consecutiva, provando sua resiliência mental.
Olimpíadas e Tricampeonato (2021)
2021 seguiu um padrão similar ao ano anterior. Após abandonar o Tour de France devido a um acidente, Roglič se recuperou e brilhou nos Jogos Olímpicos de Tóquio, conquistando a medalha de ouro no contra-relógio individual – um feito que poucos ciclistas alcançam.
Ele completou o ano com seu terceiro título consecutivo na Vuelta, além de vitórias na Milano-Torino e no Giro dell’Emilia, consolidando-se como o maior especialista da corrida espanhola na história recente.
Desafios e Superação (2022-2023)
2022 trouxe novas vitórias importantes, como o Paris-Nice e o Critérium du Dauphiné. No entanto, o Tour de France continuava sendo seu grande objetivo inacabado. Um acidente em uma etapa de pavés comprometeu suas chances, embora ele tenha sido fundamental para a vitória geral de Jonas Vingegaard. Outro acidente durante a Vuelta forçou seu abandono na última semana.
Em 2023, Roglič começou forte com vitórias gerais no Tirreno-Adriático e na Volta Ciclista a Catalunya. O Giro d’Italia foi o palco de sua maior conquista do ano. Na etapa 20, um contra-relógio de montanha de 18,6 km em Monte Lussari, ele aplicou um golpe devastador para tomar a liderança geral a apenas 24 horas do final em Roma, garantindo seu primeiro e único título da Corsa Rosa até o momento.
Nova Era: Red Bull-Bora-Hansgrohe (2024-Presente)
2024 marcou uma mudança significativa na carreira de Roglič: sua transferência para a Red Bull-Bora-Hansgrohe. O ano começou com desafios, incluindo um acidente na Itzulia Basque Country que comprometeu sua preparação.
Mesmo assim, ele voltou com força para conquistar o Critérium du Dauphiné pela segunda vez. No Tour de France, outro acidente na etapa 13 causou uma fratura vertebral que o forçou a abandonar. A resiliência que o define permitiu que ele retornasse para vencer sua quarta Vuelta a España, igualando lendas do esporte e consolidando seu status como um dos maiores da história.
Estilo de Corrida e Características
O que torna Roglič tão especial é sua versatilidade impressionante. Ele é igualmente forte em:
- Contra-relógios: Sua formação no salto de esqui lhe deu uma capacidade aeróbica excepcional e posição aerodinâmica natural
- Escaladas: Apesar de começar tarde no ciclismo, desenvolveu habilidades de escalador de elite
- Resistência mental: Sua capacidade de se recuperar de desilusões e acidentes é notável
- Timing tático: Sabe quando atacar e quando defender, especialmente nos momentos decisivos
Legado e Conquistas Principais
Com 35 anos, Primož Roglič já construiu um legado impressionante no ciclismo mundial. Sua trajetória é marcada por:
- 4 títulos da Vuelta a España (2019, 2020, 2021, 2024)
- 1 título do Giro d’Italia (2023)
- Vice-campeonato do Tour de France (2020)
- Medalha de ouro olímpica no contra-relógio (Tóquio 2021)
- Vitória na Liège-Bastogne-Liège (2020)
- Múltiplas vitórias em corridas por etapas de prestígio como Critérium du Dauphiné (2022, 2024), Tirreno-Adriático (2019, 2023), Tour de Romandie (2018, 2019) e Itzulia Basque Country (2018, 2021)
O Futuro de um Campeão
Aos 35 anos, Roglič continua sendo uma força dominante no pelotão profissional. Sua mudança para a Red Bull-Bora-Hansgrohe representa uma nova fase em sua carreira, onde ele busca finalmente conquistar o único título importante que ainda lhe falta: o Tour de France.
Com sua experiência, versatilidade e determinação incomparável, é difícil apostar contra ele. A história de Primož Roglič nos ensina que nunca é tarde para perseguir seus sonhos e que a resiliência é tão importante quanto o talento no esporte de alto nível.
Para acompanhar mais sobre o ciclismo profissional, não deixe de conferir nossos artigos sobre estatísticas de ciclismo e análises das principais competições mundiais.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre Primož Roglič
1. Quantos anos tem Primož Roglič?
Primož Roglič nasceu em 29 de outubro de 1989, portanto tem 35 anos de idade. Apesar da idade, ele continua sendo um dos ciclistas mais competitivos do pelotão profissional.
2. Qual foi a carreira anterior de Roglič antes do ciclismo?
Antes de se tornar ciclista profissional, Roglič foi saltador de esqui. Ele competiu em nível profissional até 2012, quando uma lesão grave o forçou a mudar de esporte. Aos 23 anos, ele começou sua carreira no ciclismo.
3. Quantas vezes Primož Roglič venceu a Vuelta a España?
Roglič venceu a Vuelta a España quatro vezes: em 2019, 2020, 2021 e 2024. Isso o coloca entre os maiores especialistas da corrida espanhola na história moderna do ciclismo.
4. Roglič já venceu o Tour de France?
Não, Roglič nunca venceu o Tour de France. Seu melhor resultado foi o segundo lugar em 2020, quando perdeu a camisa amarela para Tadej Pogačar na penúltima etapa, um contra-relógio em La Planche des Belles Filles. Esta continua sendo uma das metas mais importantes de sua carreira.
5. Qual equipe Primož Roglič defende atualmente?
Desde 2024, Roglič defende a Red Bull-Bora-Hansgrohe. Anteriormente, ele passou oito temporadas (2016-2023) na Jumbo-Visma (atual Visma-Lease a Bike), onde conquistou a maioria de seus títulos importantes.
6. Roglič tem medalhas olímpicas?
Sim! Roglič conquistou a medalha de ouro no contra-relógio individual nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (realizados em 2021). Esta é uma das conquistas mais importantes de sua carreira e demonstra sua versatilidade como ciclista.
7. Qual é o estilo de corrida de Primož Roglič?
Roglič é conhecido por sua versatilidade. Ele é excelente tanto em contra-relógios quanto em escaladas, o que o torna um competidor completo para as Grand Tours. Sua capacidade de atacar nos momentos decisivos e sua resistência em provas de três semanas são características marcantes do seu estilo.
8. Quantas Grand Tours Roglič venceu?
Roglič venceu cinco Grand Tours até o momento: quatro Vueltas a España (2019, 2020, 2021, 2024) e um Giro d’Italia (2023). Ele é um dos poucos ciclistas em atividade com múltiplas vitórias em Grand Tours diferentes.
9. Qual foi o ponto de virada na carreira de Roglič?
O ponto de virada foi sua primeira vitória na Vuelta a España em 2019. Embora ele já tivesse mostrado potencial anteriormente, foi essa conquista que o estabeleceu definitivamente como um dos melhores ciclistas de Grand Tour do mundo.
10. Como Roglič lida com os acidentes e desilusões em sua carreira?
Roglič é conhecido por sua resiliência mental extraordinária. Após a desilusão no Tour de France 2020, ele venceu a Liège-Bastogne-Liège e a Vuelta semanas depois. Mesmo após acidentes graves que o forçaram a abandonar corridas, ele sempre voltou mais forte, demonstrando uma capacidade única de superação.
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