A edição de 2025 do Tour de France está se preparando para ser uma das mais emocionantes dos últimos anos, com um percurso que combina desafios clássicos e inovações estratégicas que certamente farão os corações dos ciclistas e fãs baterem mais forte.
O Grande Início no Norte da França
A aventura começará no sábado, 5 de julho, quando Le Grand Départ acontecerá no norte da França. Dali, a caravana amarela seguirá em direção ao sul, passando pela histórica região da Bretanha. Logo na primeira semana, os competidores enfrentarão o desafiador Mûr de Bretagne, uma subida que já se tornou lendária no ciclismo mundial.
A primeira etapa oferece uma oportunidade dourada para os velocistas, especialmente considerando que Alexander Kristoff pode ter um sucessor como o último sprinter a conquistar a primeira camisa amarela. O norueguês conquistou essa façanha em Nice, em 2020, e a largada de 2025 em Lille promete ser igualmente espetacular, com menos de 1.000 metros de escalada e o Mont Noir como último obstáculo, situado a cerca de 45 quilômetros da chegada.
Primeiros Desafios e Estratégias
A segunda etapa será um prato cheio para os ciclistas explosivos do pelotão. O percurso apresenta características onduladas, mas incluirá duas subidas acentuadas nos últimos 10 quilômetros: a primeira com 900 metros a 10,8% de inclinação, seguida por outra de 800 metros a 7,9%. O quilômetro final manterá a tensão com um gradiente de quase 5%.
Em contraste, a terceira etapa será mais amigável aos velocistas, com apenas 648 metros de elevação, sendo praticamente plana. O único obstáculo significativo será uma subida de 2,3 quilômetros a 4,5%, posicionada estrategicamente longe da linha de chegada.
Normandia e Bretanha: Cenários de Glória
As etapas seguintes levarão o pelotão através de paisagens deslumbrantes. A quinta etapa será um contrarrelógio plano em Caen, enquanto a sexta apresentará um percurso montanhoso atravessando o coração da Normandia. A sétima etapa, partindo de Saint-Malo e terminando no icônico Mûr de Bretagne, marcará o retorno desta subida explosiva após a memorável investida de Mathieu van der Poel pela camisa amarela em 2021.
As etapas oitava e nona, passando por Saint-Méen-le-Grand, Laval, Chinon e Châteauroux, oferecerão oportunidades perfeitas para os velocistas mostrarem sua velocidade. A primeira semana se encerrará na segunda-feira, 14 de julho - feriado nacional francês - com uma etapa desafiadora de Montluçon ao Le Mont-Dore, na região vulcânica de Auvergne, acumulando mais de 4.300 metros de desnível.
Segunda Semana: O Despertar das Montanhas
Após o primeiro dia de descanso, a décima primeira etapa permitirá um retorno mais suave com um provável sprint em Toulouse. Em seguida, os Pirineus entrarão em cena por três dias consecutivos, prometendo espetáculo puro.
A ação nas altas montanhas começará com a décima segunda etapa, que apesar de um início tranquilo, culminará com o Col du Soulor, Col des Bordères e chegada na estação de esqui de Hautacam. A décima terceira etapa será um contrarrelógio de montanha verdadeiramente brutal: 8 quilômetros a 7,8% até o Altiport 007 em Peyragudes, com o quilômetro final atingindo 13% de inclinação.
A décima quarta etapa manterá a intensidade com quase 5.000 metros de desnível e chegada no topo da montanha em Superbagnères. A décima quinta etapa seguirá por um percurso ondulado até a cidade fortificada de Carcassonne, palco de vitórias de sprint memoráveis de Jasper Philipsen (2022) e Mark Cavendish (2021).
Terceira Semana: O Clímax nos Alpes
A fase final começará com uma das subidas mais míticas do ciclismo: o Mont Ventoux. A décima sexta etapa servirá como aperitivo para os Alpes, que dominarão as etapas seguintes. A décima oitava etapa incluirá o Col du Glandon e o Col de Madeleine antes de terminar no Col de la Loze, onde Tadej Pogačar enfrentou dificuldades em 2023.
A décima nona etapa apresentará quatro subidas intermediárias antes da chegada em La Plagne. Com as duas últimas etapas sendo relativamente mais fáceis, espera-se que o vencedor do Tour de France 2025 seja definido nesta ascensão de 17,1 quilômetros com gradiente médio de 7,6%.
O Grande Final em Paris
A vigésima etapa percorrerá estradas onduladas de Nantua a Pontarlier, antes do grand finale no domingo, 27 de julho, nos Champs-Élysées. Tradicionalmente reservada aos velocistas, esta edição terá um tempero especial: a Côte de la Butte Montmartre, uma subida de paralelepípedos de 1,1 quilômetros a 5,9%, com o cume situado a apenas 6,1 quilômetros da linha de chegada.
Perspectivas para 2025
O Tour de France 2025 promete ser uma edição que combinará tradição e inovação, oferecendo oportunidades para velocistas, escaladores e especialistas em contrarrelógio. Com 21 etapas cuidadosamente planejadas através das mais belas paisagens francesas, esta corrida certamente entrará para a história como uma das mais memoráveis da era moderna do ciclismo profissional.
Os organizadores conseguiram criar um percurso que respeitará as características únicas de cada tipo de corredor, garantindo que a batalha pela camisa amarela seja decidida apenas nos metros finais da última semana, proporcionando emoção até o último pedal.
