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7 Coisas do Ciclismo Profissional que Precisam Mudar em 2026

A temporada 2025 do ciclismo profissional trouxe momentos marcantes, mas também expôs problemas que precisam de atenção: a dominação absoluta de alguns atletas, falhas nas regras da UCI e questões de segurança no pelotão.

7 Coisas do Ciclismo Profissional que Precisam Mudar em 2026

A temporada de 2025 do ciclismo profissional trouxe momentos emocionantes, mas também revelou alguns aspectos que precisam de ajustes urgentes. Enquanto celebramos as conquistas extraordinárias de atletas como Tadej Pogačar e Lorena Wiebes, é impossível ignorar que certas dinâmicas estão tornando o esporte menos imprevisível e, consequentemente, menos emocionante para os fãs.

Vamos explorar sete aspectos do ciclismo profissional que merecem reflexão e mudança antes que a temporada de 2026 comece. Desde a dominação absoluta de alguns atletas até problemas estruturais nas regras da UCI, passando por questões de segurança e comportamento no pelotão.

1. A Dominação Excessiva de Tadej Pogačar

Não há dúvidas de que Tadej Pogačar é um dos maiores talentos que o ciclismo já viu. Sua performance em 2025 foi simplesmente bíblica, acumulando mais de 11.680 pontos UCI – o dobro do vice-colocado Jonas Vingegaard. O esloveno venceu o Tour de France de maneira avassaladora, conquistou seu primeiro título no Critérium du Dauphiné, garantiu o Campeonato Europeu e subiu ao pódio em todos os cinco Monumentos do ciclismo.

Tadej Pogačar
Tadej Pogačar

O problema não é a excelência de Pogačar – pelo contrário, devemos celebrá-la. A questão é que a falta de competitividade está drenando a tensão das corridas. No Tour de France 2025, a batalha pela camisa amarela estava praticamente decidida na metade da prova. Até mesmo a disputa pelo segundo lugar parecia previsível, com Vingegaard claramente sendo o melhor do resto.

Para 2026, os organizadores do Tour tentaram criar um percurso mais desafiador, mas será suficiente para tirar Pogačar da sua zona de conforto? A resposta provavelmente é não. O ciclismo precisa de mais competidores no nível do esloveno, ou arriscamos ver a emoção do esporte diminuir gradualmente.

2. Lorena Wiebes e a Dominação nas Sprints Femininas

Se você acha que a dominação de Pogačar é impressionante, espere até analisar os números de Lorena Wiebes nas sprints femininas. A ciclista holandesa está em um nível tão superior às suas rivais que chega a ser frustrante para quem busca emoção nos finais de etapa plana.

Lorena Wiebes e a Dominação nos Sprints
Lorena Wiebes e a Dominação nos Sprints

Em 2025, Wiebes não apenas manteve sua supremacia nas sprints, como também expandiu seu repertório. Ela conquistou sua primeira vitória em um Monumento com o triunfo na Milano-Sanremo feminina e mostrou que pode competir em terrenos mais exigentes, como Paris-Roubaix. Essa versatilidade crescente é preocupante para suas rivais.

O Tour de France Femmes tentou minimizar os perfis planos em 2026 justamente para reduzir as oportunidades de Wiebes. Mas será que essa é a solução? O ciclismo feminino precisa urgentemente de outras velocistas no mesmo nível, como Charlotte Kool, que se transferiu para a Fenix-Deceuninck. Sem concorrência real, os dias de sprint se tornam apenas uma formalidade.

3. O Sistema de Rebaixamento da UCI Precisa de Ajustes

A Cofidis foi rebaixada do WorldTour em janeiro de 2025, e sua trajetória exemplifica perfeitamente os problemas do atual sistema de rebaixamento da UCI. A equipe francesa estagnou no ranking enquanto suas rivais diretas prosperaram sob a urgência do corte de final de temporada.

UCI
UCI

O que mais preocupa é a falta de ambição demonstrada pela Cofidis na segunda metade da temporada, especialmente nas Grandes Voltas. Conseguir apenas um top 10 no Tour de France 2025 é inaceitável para uma equipe francesa que precisava desesperadamente de pontos UCI. Parecia que a equipe já havia aceitado seu destino.

O sistema de rebaixamento do ciclismo não funciona como no futebol, onde as equipes sobem e descem arbitrariamente. As 18 melhores equipes de todas as divisões determinam as esperanças de promoção, e isso funciona em um ciclo de três anos para as licenças WorldTour. A Cofidis precisa manter o foco agora para minimizar o trabalho dos corredores nas próximas duas temporadas.

4. Cartões Amarelos: Mais Confusão que Solução

A temporada de 2025 marcou o primeiro ano completo com o novo sistema de cartões amarelos da UCI. A ideia era aumentar a segurança no pelotão e punir comportamentos perigosos, mas a execução tem sido inconsistente e controversa.

O “degrau da maldade” esteve bastante aquecido este ano, pelo menos para os padrões pós-pandemia. Muitos corredores receberam punições que pareciam desproporcionais ou arbitrárias, enquanto incidentes aparentemente mais graves passaram despercebidos. A falta de critérios claros e a aplicação irregular das regras criaram mais frustração do que segurança.

O ciclismo precisa de regras de segurança, não há dúvida. Mas o sistema atual de cartões precisa ser refinado para ser mais transparente, previsível e justo. Os corredores, equipes e fãs merecem entender exatamente o que constitui uma infração e qual será a punição correspondente.

5. Equipes em Crise Financeira e Estrutural

A situação da Arkéa-B&B Hotels é emblemática de um problema maior no ciclismo profissional. A equipe entrou em 2025 com rumores de problemas financeiros e uma janela de transferências extremamente silenciosa. Enquanto rivais diretas na luta contra o rebaixamento, como XDS-Astana e Cofidis, contrataram corredores talentosos, a Arkéa parece ter ficado complacente.

Arkéa-B&B Hotels
Arkéa-B&B Hotels

Já começaram 2025 com o pé atrás, sem reforços significativos e sem um plano claro para acumular pontos UCI. Essa falta de planejamento estratégico e investimento pode custar caro não apenas para a equipe, mas para os corredores que dependem dela para suas carreiras.

O ciclismo profissional precisa de mais estabilidade financeira e estrutural. Equipes que lutam constantemente contra o rebaixamento não conseguem desenvolver talentos jovens adequadamente ou oferecer segurança de carreira para seus atletas.

6. Incidentes com Motoristas Atingindo Ciclistas

Um dos aspectos mais preocupantes de 2025 foi o aumento de incidentes envolvendo veículos em treinos e até mesmo durante competições. Lorena Wiebes e outros ciclistas profissionais foram atingidos por motoristas durante a temporada, levantando sérias questões sobre segurança.

Esses incidentes não são apenas estatísticas – são lembretes brutais de que mesmo os ciclistas mais talentosos do mundo estão vulneráveis nas estradas. O esporte precisa pressionar por leis de trânsito mais rígidas, melhores protocolos de segurança em treinos e maior conscientização dos motoristas sobre a presença de ciclistas nas vias.

A segurança dos ciclistas deve ser uma prioridade absoluta, e 2026 precisa ver ações concretas nessa direção.

7. A Crise de Identidade do Israel-Premier Tech

O que aconteceu com a equipe Israel-Premier Tech em 2025 foi um dos episódios mais controversos da temporada. Protestos na Vuelta a España, a saída do patrocinador Premier Tech citando que a situação se tornou “insustentável”, e finalmente o rebranding para NSN Cycling Team marcaram um ano turbulento.

Israel-Premier Tech
Israel-Premier Tech

Derek Gee terminou seu contrato em agosto, usando exatamente as mesmas palavras da Premier Tech – “insustentável” – para descrever sua situação na equipe. A Factor também deixou a equipe como patrocinadora de bicicletas, provavelmente sendo substituída pela marca suíça Scott.

Esse tipo de turbulência afeta não apenas a equipe, mas todo o pelotão. Quando organizadores de corridas e corredores questionam a presença de uma equipe, algo está fundamentalmente errado. O ciclismo precisa de estabilidade e equipes com identidades claras que não gerem divisões constantes no esporte.

O Que Esperar de 2026?

Enquanto nos preparamos para a temporada de 2026, é essencial que o ciclismo profissional aborde essas questões de frente. A dominação de Pogačar e Wiebes pode ser inevitável – afinal, estamos testemunhando talentos geracionais – mas o esporte pode trabalhar para criar condições que permitam mais competitividade.

O sistema de rebaixamento precisa de ajustes para ser mais justo e motivador. As regras de segurança devem ser claras e consistentemente aplicadas. Equipes precisam de mais estabilidade financeira. E a segurança dos ciclistas nas estradas deve ser tratada com a seriedade que merece.

O ciclismo é um esporte magnífico, capaz de proporcionar emoções incomparáveis. Mas para continuar crescendo e cativando novos fãs, precisa evoluir e resolver os problemas que ficaram evidentes em 2025. A temporada de 2026 será um teste crucial para ver se o esporte está disposto a fazer as mudanças necessárias.

Perguntas Frequentes sobre o Ciclismo Profissional em 2025

1. Por que a dominação de Tadej Pogačar é considerada um problema?

Embora a excelência de Pogačar seja admirável, sua dominação absoluta está reduzindo a imprevisibilidade das corridas. Quando o resultado parece decidido antes da metade da prova, como aconteceu no Tour de France 2025, o esporte perde parte de sua emoção. O ciclismo precisa de mais competidores no mesmo nível para manter as corridas emocionantes.

2. Quem pode desafiar Lorena Wiebes nas sprints femininas?

Charlotte Kool, que se transferiu para a Fenix-Deceuninck, é vista como a melhor esperança para criar competição real nas sprints. Outras velocistas precisam elevar significativamente seu nível para tornar os finais de etapa plana mais emocionantes no ciclismo feminino.

3. Como funciona o sistema de rebaixamento da UCI?

Diferente do futebol, o sistema não é baseado em posições arbitrárias. As 18 melhores equipes de todas as divisões, avaliadas em um ciclo de três anos de pontos UCI, determinam quem mantém ou perde a licença WorldTour. Isso significa que uma equipe rebaixada precisa acumular pontos consistentemente por três anos para ter chance de retornar.

4. O que são os cartões amarelos no ciclismo?

Os cartões amarelos são um sistema de punição implementado pela UCI para aumentar a segurança no pelotão. Corredores que cometem infrações recebem cartões amarelos, e o acúmulo pode resultar em suspensões. O problema é a inconsistência na aplicação das regras, gerando frustração entre corredores e equipes.

5. Por que a Cofidis foi rebaixada?

A Cofidis estagnou no ranking UCI enquanto suas rivais prosperaram. A equipe demonstrou falta de ambição na segunda metade de 2025, especialmente nas Grandes Voltas, conseguindo apenas um top 10 no Tour de France. Essa performance insuficiente resultou em pontos UCI inadequados para manter a licença WorldTour.

6. Qual foi a maior conquista de Pogačar em 2025?

Além de vencer o Tour de France, Pogačar conquistou o Critérium du Dauphiné pela primeira vez, ganhou o Campeonato Europeu e se tornou o primeiro ciclista a subir ao pódio em todos os cinco Monumentos em uma única temporada. Seus 11.680 pontos UCI foram o dobro do segundo colocado.

7. O que aconteceu com a equipe Israel-Premier Tech?

A equipe enfrentou protestos na Vuelta a España, perdeu seu principal patrocinador (Premier Tech) que citou a situação como “insustentável”, e foi rebrandizada como NSN Cycling Team. Derek Gee e outros corredores deixaram a equipe, e a Factor também encerrou sua parceria como fornecedora de bicicletas.

8. Lorena Wiebes venceu algum Monumento em 2025?

Sim! Lorena Wiebes conquistou sua primeira vitória em um Monumento ao vencer a Milano-Sanremo feminina em 2025. Ela também demonstrou versatilidade ao competir em terrenos mais desafiadores como Paris-Roubaix, expandindo seu repertório além das sprints planas tradicionais.

9. Por que os incidentes com motoristas são preocupantes?

Vários ciclistas profissionais, incluindo Lorena Wiebes, foram atingidos por veículos durante treinos em 2025. Esses incidentes destacam a vulnerabilidade dos ciclistas nas estradas e a necessidade urgente de leis de trânsito mais rígidas, melhores protocolos de segurança e maior conscientização dos motoristas.

10. O percurso do Tour de France 2026 será mais difícil?

Sim, os organizadores tentaram criar um percurso mais desafiador para 2026, especificamente visando tirar Pogačar de sua zona de conforto. No entanto, muitos analistas são céticos quanto à eficácia dessa estratégia, dado o nível excepcionalmente alto do esloveno em todos os tipos de terreno.

11. Quais equipes estão em risco de rebaixamento para 2026?

A Arkéa-B&B Hotels é considerada a equipe em maior risco devido à sua janela de transferências silenciosa e rumores de problemas financeiros. Sem reforços significativos e com uma temporada de 2025 decepcionante, a equipe pode estar seguindo o caminho da Cofidis rumo ao rebaixamento.

12. O Tour de France Femmes está mudando seu formato?

O Tour de France Femmes está minimizando os perfis planos em 2026 para reduzir as oportunidades de sprint onde Lorena Wiebes domina completamente. A ideia é criar uma corrida mais equilibrada com mais desafios de escalada e terrenos variados, oferecendo oportunidades para diferentes tipos de corredoras.

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