No universo multimilionário do ciclismo profissional moderno, existe uma categoria de profissionais que opera nas sombras mas detém poder extraordinário: os super-agentes. Estes maestros das negociações não apenas gerenciam carreiras de ciclistas, mas literalmente moldam o destino das equipes WorldTour, influenciam transferências milionárias e, em alguns casos, chegam a determinar quem compete nas principais corridas do calendário internacional.
Com o crescimento exponencial dos salários no ciclismo profissional – onde estrelas como Tadej Pogačar alcançam contratos de até €8,6 milhões anuais – o papel dos agentes tornou-se cada vez mais crucial. Eles são os arquitetos por trás de negociações complexas, quebras contratuais polêmicas e movimentações que podem definir o futuro de equipes inteiras. Segundo dados recentes da UCI, existem atualmente 103 agentes registrados mundialmente, mas apenas 13 agências controlam impressionantes 43,5% dos 1.322 ciclistas profissionais em atividade.
Alex Carera: O Homem dos Milhões e o Arquiteto do Sucesso de Pogačar

Quando Alex Carera caminha pelos paddocks das grandes corridas, diretores de equipe prestam atenção. Co-fundador da A&J All Sports junto com seu irmão Johnny em 1997, o italiano construiu um império que hoje representa mais de 100 ciclistas profissionais, incluindo nomes como Tadej Pogačar, Jasper Philipsen e Biniam Girmay.
A relação de Carera com Pogačar exemplifica perfeitamente seu método de trabalho. “Eu imediatamente vi que Tadej era diferente de outros ciclistas”, revelou o agente em entrevista exclusiva ao Wieler Revue. “Com apenas 18 anos, ele já tinha ideias cristalinas sobre onde queria chegar: o topo absoluto”. Essa visão resultou no contrato mais lucrativo do ciclismo atual: €8,4 milhões anuais até 2030 com a UAE Team Emirates-XRG.
Considerando que os agentes geralmente recebem 5% de comissão, Carera embolsa aproximadamente €500.000 anuais apenas do salário de Pogačar – e isso sem contar patrocínios pessoais e bônus por vitórias. Não é à toa que muitos o consideram “o homem mais rico do ciclismo”.
Mas o poder de Carera vai além dos números. Ele foi responsável por negociar contratos multimilionários para Chris Froome, Vincenzo Nibali e Alessandro Petacchi. Recentemente, supervisionou duas das transferências mais polêmicas dos últimos anos: Cian Uijtdebroeks da Bora-Hansgrohe para a Visma-Lease a Bike, e Maxim Van Gils da Lotto para a Red Bull-Bora-Hansgrohe, ambas envolvendo quebras contratuais controversas.
Para saber mais sobre as maiores transferências recentes, confira nosso artigo sobre as principais contratações para 2025.
Giuseppe Acquadro: O Estrategista das Sombras que Reconfigurou o Pelotão

Se Alex Carera é conhecido por sua presença carismática, Giuseppe Acquadro construiu sua reputação como o mestre manipulador do mercado de transferências. O italiano tornou-se uma figura quase mítica no ciclismo, capaz de influenciar não apenas transferências individuais, mas o destino de equipes inteiras.
O caso mais emblemático do poder de Acquadro foi sua guerra declarada contra a Movistar. Após anos atuando como principal intermediário de talentos para o diretor Eusebio Unzué, a relação azedou dramaticamente durante o Giro d’Italia de 2019. Quando Richard Carapaz vestia a maglia rosa, Acquadro publicamente declarou que o equatoriano estava insatisfeito e queria transferir-se para a Ineos Grenadiers.
A vingança de Acquadro foi meticulosa e devastadora. Desde aquele momento, ele extraiu sistematicamente todos os seus clientes da Movistar: Carapaz foi para a Ineos, Nairo Quintana para a Arkéa-Samsic, Egan Bernal já havia sido levado anteriormente, e até Andrey Amador foi removido do time espanhol. “Unzué vai sofrer”, teria dito Acquadro, segundo relatos do jornal espanhol El País.
O poder de Acquadro chegou ao ponto de, alegadamente, influenciar escalações de equipes para Grand Tours. Antes da Vuelta a España, Kenny Elissonde foi substituído na formação da Ineos por David de la Cruz, cliente de Acquadro. Segundo o L’Équipe, isso ocorreu para dar ao ciclista uma vitrine antes do fim da temporada – uma demonstração chocante de influência sobre uma das equipes mais profissionais do pelotão.
SEG Cycling: A Mega-Agência dos Irmãos Berkhout
Enquanto Carera e Acquadro representam o modelo tradicional de agenciamento, os irmãos holandeses Eelco e Martijn Berkhout revolucionaram o mercado com uma abordagem empresarial moderna. Fundada em 2005 quando ainda eram estudantes universitários, a SEG Cycling hoje gerencia mais de 80 ciclistas profissionais, incluindo talentos como Olav Kooij e Tobias Foss.
O diferencial da SEG foi sua estratégia de formação de talentos. Entre 2015 e 2021, mantiveram a SEG Racing Academy, uma equipe Continental que serviu como celeiro de novos clientes. “Percebemos que o foco estava mudando de profissionais jovens para ciclistas Sub-23”, explicou Eelco Berkhout. “Em sete anos, 36 ciclistas da nossa academia se tornaram profissionais”.
A SEG também foi pioneira em expandir para o ciclismo feminino, um mercado historicamente negligenciado por agentes. Com a profissionalização crescente do pelotão feminino, onde salários ainda variam dramaticamente – de zero a €250.000 anuais para estrelas como Annemiek van Vleuten – a agência posicionou-se estrategicamente para capitalizar neste mercado em expansão.
O Novo Poder dos Super-Agentes: Números que Impressionam
A influência dos agentes no ciclismo moderno pode ser medida em números impressionantes. Segundo análise da Cyclingnews, as 13 maiores agências do ciclismo controlam:
- 576 ciclistas dos 1.322 profissionais ativos (43,5% do total)
- Contratos que somam mais de €150 milhões anuais em salários
- Praticamente todas as transferências acima de €1 milhão dos últimos cinco anos
- Influência direta em pelo menos 15 das 18 equipes WorldTour
O modelo de negócios evoluiu significativamente. Enquanto nos anos 1980 apenas ciclistas excepcionais tinham representantes – Jim Ochowicz relata que apenas dois membros da equipe 7-Eleven tinham agentes – hoje é praticamente impossível navegar o complexo mundo do ciclismo profissional sem representação especializada.
Fabian Cancellara: De Campeão a Influenciador do Mercado

A entrada de Fabian Cancellara no mundo do agenciamento representa uma nova tendência: ex-campeões virando super-agentes. O suíço, tetracampeão mundial de contrarrelógio e tricampeão de Paris-Roubaix, rapidamente estabeleceu-se como força no mercado ao orquestrar a transferência surpresa de Marc Hirschi da DSM para a UAE Team Emirates em 2021, quebrando um contrato com um ano de antecedência.
Agora, como figura-chave na Tudor Pro Cycling, Cancellara utiliza sua credibilidade e conexões para atrair talentos de alto calibre. “Ainda vejo a chama necessária para competir no mais alto nível”, disse sobre a contratação de Julian Alaphilippe para 2025, uma das maiores aquisições da equipe suíça que busca ascender ao WorldTour.
O Impacto no Ciclismo Feminino: Uma Revolução em Andamento
O ciclismo feminino experimenta uma transformação radical com a entrada dos super-agentes. Chloe Hosking, a ciclista australiana mais condecorada, observa: “Quando entrei no esporte, não havia agentes para atletas femininas. Por muito tempo, as ciclistas ouviam ‘é isso ou nada’ – havia pouquíssimo espaço para negociação”.
Hoje, agências como a SEG e a A&J Sports representam dezenas de ciclistas femininas, contribuindo para:
- Aumento médio de 300% nos salários do pelotão feminino desde 2020
- Estabelecimento de salários mínimos obrigatórios nas equipes WorldTour femininas
- Contratos de longo prazo e cláusulas de maternidade mais justas
- Maior exposição mediática e oportunidades de patrocínio pessoal
Controvérsias e Quebras de Contrato: O Lado Sombrio do Poder
O crescente poder dos agentes também gera controvérsias significativas. As quebras contratuais, antes raríssimas, tornaram-se mais frequentes. Casos recentes incluem:
- Tom Pidcock deixando a Ineos Grenadiers para a Q36.5 com contrato válido até 2027
- Remco Evenepoel rompendo com a Soudal Quick-Step para juntar-se à Red Bull-Bora-Hansgrohe
- Juan Ayuso saindo da UAE Team Emirates para a Lidl-Trek apesar de contrato de longa duração
Jurgen Bator, especialista em direito esportivo, alerta: “Formalmente, um contrato é um contrato e não há liberdade para quebrá-lo. Às vezes faz sentido, mas um sistema regulado de transferências ajudaria todas as partes envolvidas”.
Para entender melhor o impacto dessas movimentações, veja nossa análise sobre as transferências do ciclismo profissional para 2026.
O Futuro do Agenciamento: Tecnologia, Dados e Globalização
O futuro do agenciamento no ciclismo aponta para ainda maior sofisticação. As principais tendências incluem:
1. Análise de Dados e Performance
Agências modernas investem em departamentos de análise de dados para identificar talentos emergentes através de métricas de performance em plataformas como Strava e TrainingPeaks. Isso permite descobrir jovens promissores antes da concorrência.
2. Expansão para Mercados Emergentes
Acquadro prevê que Eritreia, Polônia e Rússia produzirão as próximas estrelas do ciclismo. Agências já estabelecem escritórios e scouts nessas regiões para garantir acesso privilegiado a novos talentos.
3. Integração Multiesportiva
Seguindo o modelo de Carera, que também representa atletas de natação e esqui, agências buscam diversificação para reduzir riscos e maximizar oportunidades de cross-marketing.
4. Gestão de Imagem Digital
Com o crescimento das redes sociais, agentes tornaram-se responsáveis por gerenciar a presença digital dos atletas, negociar parcerias com influenciadores e monetizar conteúdo em plataformas como YouTube e Instagram.
O Modelo TeamVision: Dominando Mercados Regionais
Enquanto gigantes como A&J Sports e SEG operam globalmente, a TeamVision de Berlim exemplifica outro modelo bem-sucedido: dominância regional. A agência alemã controla praticamente todo o mercado germânico, representando ciclistas de equipes como Bora-Hansgrohe e aproveitando o boom do ciclismo na Alemanha.
Essa estratégia permite:
- Relacionamentos mais próximos com patrocinadores locais
- Melhor compreensão das nuances culturais e legais do mercado
- Capacidade de influenciar equipes nacionais e programas de desenvolvimento
- Menor competição direta com mega-agências internacionais
O Sistema de Comissões: Como os Agentes Ganham Milhões
O modelo financeiro do agenciamento no ciclismo segue padrões estabelecidos:
- 5-7% de comissão sobre salários base
- 10-15% sobre contratos de patrocínio pessoal
- 20% sobre prêmios de corridas (embora isso varie)
- Taxas fixas para serviços adicionais (consultoria fiscal, assessoria jurídica, gestão de imagem)
Com o aumento exponencial dos salários – o salário médio de um ciclista WorldTour subiu de €150.000 em 2010 para €400.000 em 2025 – os ganhos dos agentes também dispararam. Um agente representando 20 ciclistas de nível médio pode facilmente faturar €400.000-600.000 anuais apenas em comissões básicas.
A Nova Geração de Super-Agentes
Uma nova geração de agentes está emergindo, trazendo abordagens inovadoras ao mercado:
Corso Sports Management
Co-fundada pelo ex-ciclista João Correia, a Corso representa talentos como Tao Geoghegan Hart e foca em desenvolvimento holístico de carreira, incluindo preparação para vida pós-ciclismo.
WARA – World Association of Riders’ Agents
Co-fundada por Alex Carera em 2023, a WARA busca estabelecer padrões éticos e profissionais para agentes, similar ao que existe no futebol com a FIFA.
Os Desafios do Mercado Atual
Apesar do crescimento, o mercado de agenciamento enfrenta desafios significativos:
- Saturação do mercado: Com 103 agentes para 1.322 ciclistas, a competição é feroz
- Pressão financeira nas equipes: Muitas equipes lutam para encontrar patrocinadores, limitando orçamentos
- Conflitos de interesse: Agentes representando múltiplos ciclistas na mesma equipe podem enfrentar dilemas éticos
- Falta de regulamentação clara: Diferente do futebol, o ciclismo carece de regras unificadas para transferências
O Poder que Molda o Futuro do Ciclismo
Os super-agentes do ciclismo profissional evoluíram de simples intermediários para arquitetos fundamentais do esporte moderno. Figuras como Alex Carera, Giuseppe Acquadro e os irmãos Berkhout não apenas negociam contratos – eles literalmente redesenham o mapa do pelotão mundial a cada temporada.
Com o ciclismo entrando numa era de contratos multimilionários, expansão global e profissionalização crescente do setor feminino, o poder dos agentes continuará crescendo. Para ciclistas aspirantes, escolher o agente certo pode ser tão importante quanto o treinamento físico. Para equipes, navegar o complexo mundo dos super-agentes tornou-se essencial para construir formações vencedoras.
O futuro promete ainda mais mudanças, com possível implementação de um sistema regulado de transferências, maior transparência nas negociações e, inevitavelmente, contratos ainda maiores para as estrelas do pelotão. Uma coisa é certa: enquanto houver ciclistas pedalando por glória e fortuna, haverá super-agentes nos bastidores, movendo as peças deste fascinante tabuleiro de xadrez sobre duas rodas.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre Agentes no Ciclismo Profissional
1. Quanto cobra um agente de ciclismo profissional?
Os agentes de ciclismo profissional geralmente cobram entre 5% a 7% de comissão sobre o salário base do ciclista. Para contratos de patrocínio pessoal, a comissão pode subir para 10-15%, e sobre prêmios de corridas, alguns agentes cobram até 20%. Serviços adicionais como consultoria fiscal e assessoria jurídica podem ter taxas fixas separadas. Um agente de alto nível representando uma estrela como Pogačar pode ganhar mais de €500.000 anuais apenas de um cliente.
2. É obrigatório ter um agente para ser ciclista profissional?
Não é legalmente obrigatório, mas tornou-se praticamente essencial no ciclismo moderno. Enquanto nos anos 1980 apenas ciclistas excepcionais tinham agentes, hoje cerca de 95% dos profissionais WorldTour têm representação. Os contratos modernos são complexos, envolvendo cláusulas de imagem, bônus de performance, seguros e questões fiscais internacionais que requerem expertise especializada. Ciclistas sem agentes frequentemente acabam com contratos menos favoráveis.
3. Como um ciclista jovem consegue um agente?
Jovens talentos geralmente atraem agentes através de performances destacadas em categorias juvenis, especialmente em campeonatos nacionais e mundiais. Agências como a SEG mantinham academias próprias para identificar talentos. Hoje, muitos agentes usam plataformas como Strava e TrainingPeaks para descobrir jovens com métricas excepcionais. Participar de equipes de desenvolvimento Continental também aumenta a visibilidade. É importante pesquisar a reputação do agente e verificar se está registrado na UCI antes de assinar qualquer acordo.
4. Quem são os agentes mais poderosos do ciclismo atual?
Os agentes mais influentes incluem Alex Carera (representa Pogačar, Philipsen, Girmay), Giuseppe Acquadro (conhecido por controlar o mercado espanhol e latino-americano), os irmãos Berkhout da SEG Cycling (mais de 80 ciclistas), e Fabian Cancellara (emergindo como força no mercado). Juntas, as 13 maiores agências controlam 43,5% de todos os ciclistas profissionais, com Carera sendo frequentemente citado como “o homem mais rico do ciclismo” devido às comissões milionárias.
5. Um agente pode representar vários ciclistas da mesma equipe?
Sim, é comum e pode criar situações complexas. Por exemplo, um agente representando múltiplos ciclistas na mesma equipe pode enfrentar conflitos de interesse ao negociar quem será líder em determinadas corridas. Giuseppe Acquadro chegou a ter tantos clientes na Movistar que praticamente controlava a política de contratações da equipe. Isso pode beneficiar os ciclistas (maior poder de negociação coletiva) mas também criar tensões internas e questões éticas sobre favorecimento.
6. Como funciona a quebra de contrato no ciclismo?
Tecnicamente, contratos são vinculativos e não podem ser quebrados unilateralmente. Porém, quebras contratuais tornaram-se mais comuns, geralmente envolvendo acordos de compensação financeira entre equipes. Casos recentes como Pidcock deixando a Ineos ou Evenepoel saindo da Soudal Quick-Step envolveram negociações complexas e pagamentos de rescisão. A UCI não tem um sistema regulado de transferências como o futebol, tornando cada caso uma negociação individual que pode levar meses e envolver advogados especializados.
7. Qual a diferença salarial entre ciclismo masculino e feminino?
A disparidade ainda é significativa. No masculino, salários WorldTour variam de €60.000 (mínimo) a €8,6 milhões (Pogačar). No feminino, 34% das ciclistas não recebiam salário em 2021, enquanto as top como Annemiek van Vleuten ganham cerca de €250.000 anuais – menos que um gregário mediano masculino. A entrada de agentes profissionais no ciclismo feminino está ajudando a reduzir essa diferença, com aumento médio de 300% nos salários desde 2020 e estabelecimento de salários mínimos obrigatórios nas equipes WorldTour femininas.
8. Os agentes influenciam escalações para corridas importantes?
Embora controverso, há evidências de que sim. O caso mais notório foi quando Giuseppe Acquadro supostamente influenciou a Ineos a escalar seu cliente David de la Cruz na Vuelta a España no lugar de Kenny Elissonde, para dar visibilidade ao ciclista antes de uma transferência. Agentes poderosos com múltiplos clientes em uma equipe podem exercer pressão indireta sobre decisões técnicas, embora equipes profissionais neguem oficialmente essa influência.
9. Como os agentes descobrem novos talentos atualmente?
Métodos modernos incluem análise de big data em plataformas como Strava e TrainingPeaks para identificar jovens com métricas excepcionais, scouts em competições juvenis importantes, parcerias com equipes de desenvolvimento Continental, e programas próprios de academia (como a extinta SEG Racing Academy). Agentes também monitoram rankings UCI juvenis, resultados de campeonatos nacionais sub-23 e mantêm redes de contatos com treinadores e diretores de equipes amadoras. A tecnologia permite descobrir talentos em regiões remotas que antes passariam despercebidos.
10. Existe alguma regulamentação para agentes de ciclismo?
A UCI mantém um registro oficial de agentes (atualmente 103 registrados globalmente) e exige certificação básica, mas a regulamentação é muito menos rigorosa que em esportes como futebol. Não existe um sistema unificado de janelas de transferência ou regras claras sobre quebras contratuais. A WARA (World Association of Riders’ Agents), co-fundada por Alex Carera em 2023, busca estabelecer padrões éticos e profissionais voluntários, mas ainda não há enforcement obrigatório. Isso cria um ambiente onde práticas variam significativamente entre países e equipes.
11. Qual o papel do agente além de negociar contratos?
Agentes modernos oferecem serviços completos de gestão de carreira: negociação de patrocínios pessoais, gestão de imagem e redes sociais, consultoria fiscal internacional, assessoria jurídica, planejamento de aposentadoria, suporte psicológico, coordenação de calendário de corridas, mediação de conflitos com equipes, desenvolvimento de marca pessoal, e até preparação para carreiras pós-ciclismo. Grandes agências têm departamentos especializados com ex-profissionais, advogados, contadores e especialistas em marketing digital.
12. Por que as transferências no ciclismo acontecem cada vez mais cedo?
A antecipação do mercado deve-se a vários fatores: equipes querem garantir talentos antes da concorrência, agentes pressionam por segurança contratual mais cedo, e o calendário expandido significa que planejamento precisa começar antes. Hoje, negociações para a temporada seguinte começam em março/abril, com muitos contratos assinados antes do Tour de France em julho. Isso dá às equipes tempo para planejar estratégias, equipamentos e dinâmicas de grupo, mas também cria o fenômeno de ciclistas “mentalmente transferidos” competindo meses com suas equipes atuais após assinar com rivais.

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