Pedalar em linha reta pode até ser o caminho mais curto entre dois pontos, mas raramente é o mais divertido ou desafiador. As melhores pedaladas são repletas de curvas sinuosas, voltas emocionantes e descidas técnicas que testam suas habilidades de pilotagem. Dominar a arte de fazer curvas corretamente transforma completamente sua experiência sobre duas rodas, seja você um ciclista urbano, um competidor de estrada ou um aventureiro de trilhas.
A técnica de fazer curvas em uma bicicleta é significativamente diferente de dirigir um carro. Enquanto no automóvel você simplesmente gira o volante, na bike você pilota principalmente com o corpo, não apenas com o guidão. Essa diferença fundamental é o que separa ciclistas iniciantes de pilotos experientes que parecem deslizar pelas curvas com naturalidade e precisão.
A Física Por Trás das Curvas: Entenda Como Sua Bike Vira
Antes de dominar as técnicas, é essencial compreender como uma bicicleta realmente faz curvas. Diferentemente do que muitos imaginam, você não vira simplesmente girando o guidão – o processo é muito mais sofisticado e intuitivo do que parece.
Experimente este teste simples: caminhe ao lado da sua bicicleta em linha reta, segurando apenas o selim. Agora, incline levemente a bike para um dos lados. O que acontece? Ela automaticamente começa a virar naquela direção! Esta demonstração revela o princípio fundamental: fazer curvas é principalmente sobre inclinar a bicicleta na direção desejada.
Curvas planas e suaves exigem pouco mais do que uma leve torção do guidão combinada com uma inclinação tanto do corpo quanto da bicicleta. No entanto, quando as curvas se tornam mais fechadas – como nas descidas técnicas que frequentemente encontramos – a técnica precisa ser refinada e aperfeiçoada.
Counter-Steering: O Segredo dos Profissionais
Para executar curvas fechadas como um ciclista profissional, você precisa dominar uma técnica chamada counter-steering (contra-esterçamento). Embora o nome pareça complicado, a técnica é surpreendentemente natural uma vez que você a experimenta.
O counter-steering funciona assim: imagine que você está fazendo uma curva rápida e fechada para a direita. Ao se aproximar da curva, você vira o guidão levemente para a esquerda primeiro. Quase instantaneamente, seu corpo se inclina para a direita para manter o equilíbrio. Quando você se inclina para a direita, então vira o guidão nessa mesma direção e completa a curva elegantemente.
Este movimento inicial contrário à direção desejada pode parecer contra-intuitivo, mas é exatamente o que permite transições rápidas e precisas em curvas fechadas. Os ciclistas profissionais executam esta manobra de forma tão fluida que ela se torna praticamente invisível ao observador casual.
5 Técnicas Fundamentais Para Dominar Curvas
Agora que você compreende os princípios básicos, vamos aos cinco ajustes técnicos que transformarão sua habilidade de fazer curvas e elevarão sua pilotagem a um nível profissional.
1. Abaixe Seu Centro de Gravidade
Manter um centro de gravidade baixo aumenta dramaticamente sua estabilidade e confiança ao fazer curvas fechadas. Existem duas maneiras principais de conseguir isso, dependendo do tipo de bicicleta que você usa.
Para ciclistas de estrada com guidão drop bar, a técnica ideal é usar a parte inferior das curvas (os drops). Esta posição naturalmente abaixa seu tronco e centraliza seu peso sobre a bike. Se você pedala com guidão reto (flat bar), como em mountain bikes, simplesmente dobre os cotovelos e abaixe o torso ligeiramente.
Esta posição mais baixa não apenas melhora sua estabilidade, mas também reduz a resistência aerodinâmica, permitindo que você mantenha velocidade através das curvas. Além disso, você ganha melhor controle sobre as reações da bicicleta, podendo fazer ajustes sutis com mais precisão.
2. Mantenha-se Relaxado e Flexível
Um dos erros mais comuns entre ciclistas ao fazer curvas é tensionar excessivamente o corpo. Quando você está tenso, seus braços se endurecem, você aperta o guidão com força desnecessária e acaba literalmente lutando contra sua própria bicicleta durante a curva.
Lembre-se: você faz curvas com o corpo inteiro – quadris, pés, mãos e tronco precisam trabalhar em harmonia. Ao se aproximar de uma curva, faça uma verificação mental consciente: suas mãos estão relaxadas? Seu aperto no guidão é firme mas não agressivo? Seus cotovelos estão dobrados e flexíveis?
A posição ideal é manter uma pegada firme mas controlada no guidão – forte o suficiente para manter controle, mas relaxada o suficiente para permitir movimentos fluidos. Seus cotovelos devem estar sempre levemente dobrados, funcionando como amortecedores naturais que absorvem imperfeições do terreno.
3. Freie Antes da Curva, Não Durante
Esta é uma das técnicas mais críticas para curvas seguras e eficientes. Quando você aperta os freios, a bicicleta tende a se endireitar e ficar mais vertical – exatamente a posição que você NÃO quer estar durante uma curva.
A técnica correta é fazer toda ou a maior parte da frenagem ANTES de entrar na curva. Isso permite que você atravesse a curva em velocidade constante ou até acelerando levemente, mantendo a bike inclinada e estável.
Para executar isso perfeitamente, pratique a técnica de “feathering” (frenagem suave): ao se aproximar da curva, aperte levemente as alavancas dos freios – apenas o suficiente para acariciar gentilmente os discos ou as rodas. Você raramente deve sentir seu peso se deslocando para frente. Se isso acontecer, você está freando com muita força.
Uma vez dentro da curva, solte completamente os freios e deixe a bike fluir naturalmente. Só volte a tocar nos freios se absolutamente necessário, e mesmo assim, faça isso com extrema suavidade. Esta técnica não só melhora sua velocidade como também aumenta significativamente sua segurança, pois a bike se comporta de forma mais previsível.
4. Pressione o Pedal Externo Para Baixo
Para curvas fechadas e técnicas, existe uma técnica específica de posicionamento dos pedais que melhora dramaticamente sua tração e estabilidade. Esta é uma das diferenças mais visíveis entre ciclistas amadores e profissionais.
A técnica correta é: estenda a perna externa e pressione fortemente o pedal para baixo, enquanto simultaneamente pressiona levemente o guidão com a mão interna (do lado para onde está virando). Por exemplo, em uma curva para a direita, sua perna esquerda deve estar estendida com força no pedal esquerdo, enquanto sua mão direita pressiona suavemente o guidão.
Esta combinação de movimentos cria múltiplos benefícios: aumenta a aderência dos pneus ao solo, reduz o risco de derrapagem, melhora a estabilidade lateral da bike e permite que você mantenha uma linha mais agressiva através da curva. Além disso, manter o pedal externo para baixo evita que ele raspe no solo em curvas muito inclinadas.
5. Olhe Para Onde Você Quer Ir
Este princípio parece simples, mas é absolutamente transformador quando aplicado corretamente. Sua bicicleta segue seus olhos – se você olha para o obstáculo que quer evitar, inevitavelmente irá na direção dele. Se olha para a saída da curva, naturalmente fluirá nessa direção.
Ciclistas profissionais falam sobre o “terceiro olho” – seu umbigo. Preste atenção: seu umbigo deve sempre estar “olhando” (apontando) para onde você quer ir. Isso garante que seus quadris e tronco estejam posicionados corretamente para conduzir você através da curva.
Pratique esta sequência mental: olhos > queixo > ombros > quadris > bike. Aponte seus olhos para a saída da curva, mantenha o queixo apontado na mesma direção, deixe seus ombros seguirem naturalmente, seus quadris se alinharão e a bike simplesmente seguirá todo o conjunto.
Nunca olhe para baixo ou para o chão imediatamente à frente da sua roda. Sempre olhe adiante – quanto mais rápido você está, mais longe deve olhar. Em curvas, seus olhos devem já estar focados na saída antes mesmo de você começar a virar.
Aplicando as Técnicas em Diferentes Situações
Agora que você conhece as cinco técnicas fundamentais, vamos explorar como aplicá-las em diferentes cenários de pilotagem que você encontrará em suas pedaladas.
Curvas em Descidas Rápidas
Descidas são onde as técnicas de curva são mais críticas. A combinação de velocidade, gravidade e curvas fechadas pode ser intimidante, mas seguindo os princípios corretos, você ganhará confiança e velocidade.
Antes da descida, faça uma checagem mental: freios funcionando perfeitamente? Posição no guidão confortável? Durante a descida, antecipe as curvas com olhar atento, freie antes de cada curva (nunca durante), mantenha peso no pedal externo e mantenha o corpo relaxado mas ativo.
Em descidas longas com múltiplas curvas, desenvolva um ritmo consistente: freie antes da curva, solte os freios e flua através dela, acelere ligeiramente na saída. Este padrão cria uma pilotagem suave e eficiente que economiza energia e aumenta segurança.
Curvas em Subidas
Curvas em subidas apresentam desafios únicos. Sua velocidade é naturalmente mais baixa, mas você está trabalhando mais duro fisicamente. A chave é manter momentum através da curva.
Planeje sua linha para fazer a curva o mais aberta possível – isso permite que você mantenha mais velocidade e exija menos esforço para retomar ritmo após a curva. Se possível, aumente ligeiramente o esforço antes da curva para ganhar um pouco de velocidade extra que você inevitavelmente perderá ao virar.
Curvas em Grupo
Fazer curvas em pelotão ou grupo exige consciência espacial aguçada e comunicação. As técnicas básicas permanecem as mesmas, mas você precisa adicionar considerações extras.
Sempre sinalize suas intenções com antecedência – aponte ou avise verbalmente sobre curvas fechadas. Mantenha distância segura dos outros ciclistas, especialmente ao entrar em curvas. Evite freadas bruscas que podem causar reações em cadeia no grupo.
Em curvas técnicas com grupo, frequentemente é melhor deixar um espaço maior antes de entrar na curva, permitindo que você tome sua própria linha sem ser forçado a ajustes de última hora pela proximidade de outros ciclistas.
Curvas em Superfícies Variadas
Diferentes superfícies exigem ajustes nas técnicas básicas. Em asfalto molhado, reduza a inclinação da bike e faça movimentos mais suaves – a aderência é significativamente reduzida. Em cascalho ou terra solta, permita que a roda traseira deslize um pouco controladamente enquanto mantém a dianteira firme.
Para trilhas de mountain bike, você frequentemente precisa inclinar mais o corpo que a bike – especialmente em curvas bermed (com inclinação lateral). Esta técnica, chamada de “body english”, mantém seus pneus perpendiculares ao solo para máxima tração.
Exercícios Práticos Para Aperfeiçoar Suas Curvas
Conhecimento teórico é importante, mas a prática deliberada é o que realmente aperfeiçoa suas habilidades. Aqui estão exercícios específicos que você pode fazer para melhorar dramaticamente suas técnicas de curva.
Exercício 1: O Slalom em Estacionamento
Encontre um estacionamento vazio e coloque marcadores (cones, garrafas ou qualquer objeto visível) em linha, espaçados cerca de 3-5 metros. Pratique fazer curvas em S, alternando entre os marcadores.
Comece devagar, focando em executar cada técnica corretamente: olhar para o próximo marcador, inclinar a bike, pressionar o pedal externo. Gradualmente aumente a velocidade conforme ganha confiança. Este exercício desenvolve muscle memory e torna as técnicas automáticas.
Exercício 2: Círculos Progressivamente Menores
Em uma área aberta, pratique fazer círculos completos. Comece com círculos grandes e confortáveis, depois progressivamente diminua o raio até fazer os menores círculos possíveis sem colocar o pé no chão.
Este exercício é excelente para desenvolver equilíbrio em baixa velocidade e consciência de como seu corpo se move em relação à bike. Pratique em ambas as direções – muitos ciclistas têm um “lado bom” e precisam trabalhar o outro.
Exercício 3: Freagem Antes da Curva
Escolha uma curva específica em sua rota habitual (de preferência uma com boa visibilidade e sem tráfego). Pratique repetidamente fazer toda a freagem antes de entrar na curva, então solte completamente os freios e mantenha velocidade constante através dela.
Com o tempo, você descobrirá que pode entrar nas curvas cada vez mais rápido quando domina esta técnica, pois a bike mantém estabilidade e previsibilidade muito melhores.
Erros Comuns e Como Evitá-los
Mesmo ciclistas experientes cometem erros ao fazer curvas. Reconhecer esses erros comuns é o primeiro passo para corrigi-los.
Erro 1: Olhar Para o Chão
Muitos ciclistas olham para a roda dianteira ou para o chão imediatamente à frente. Isso cria reações tardias e curvas desajeitadas. Sempre mantenha seu olhar adiante, focando na saída da curva e além.
Erro 2: Tensão Excessiva
Apertar o guidão com força e tensionar os braços transmite cada imperfeição do terreno diretamente para você, causando fadiga e reduzindo controle. Mantenha-se relaxado e flexível.
Erro 3: Freagem Durante a Curva
Freiar enquanto inclinado em uma curva reduz drasticamente a aderência disponível e pode causar derrapagens. Sempre freie antes, não durante. Se precisar absolutamente freiar em uma curva, faça isso com extrema suavidade e gradualidade.
Erro 4: Pedal Interno Baixo
Manter o pedal interno (do lado para onde está virando) na posição baixa pode causar toques no solo, especialmente em curvas mais inclinadas. Sempre mantenha o pedal externo baixo e o interno alto.
Erro 5: Entrada Rápida Demais
Entrar em uma curva com velocidade excessiva força você a freiar durante a curva ou fazer uma linha muito aberta. Lembre-se: é sempre melhor entrar um pouco mais devagar e acelerar na saída do que o contrário.
Equipamentos Que Afetam Suas Curvas
Enquanto a técnica é fundamental, alguns aspectos do seu equipamento também influenciam significativamente sua capacidade de fazer curvas eficientes e seguras.
Pressão dos Pneus
A pressão correta dos pneus é crucial. Pneus muito duros reduzem aderência e tornam a bike mais nervosa. Pneus muito moles aumentam aderência mas podem causar pinch flats (furos por impacto) e tornar a direção mais lenta.
Para curvas ideais, a maioria dos ciclistas de estrada usa 90-110 psi (6,2-7,6 bar) dependendo do peso e condições. Ciclistas de mountain bike geralmente usam 25-35 psi (1,7-2,4 bar). Experimente dentro dessas faixas para encontrar o que funciona melhor para você.
Largura do Guidão
Um guidão muito estreito ou muito largo pode afetar seu controle em curvas. Geralmente, a largura ideal do guidão corresponde aproximadamente à largura dos seus ombros, mas preferências pessoais variam.
Geometria da Bike
Bicicletas com geometrias diferentes comportam-se diferentemente em curvas. Bikes de corrida são mais nervosas e responsivas, enquanto bikes de touring são mais estáveis. Entenda as características da sua bike e ajuste seu estilo de pilotagem de acordo.
FAQ: Perguntas Frequentes Sobre Técnicas de Curva
1. Qual é o erro mais comum que ciclistas iniciantes cometem ao fazer curvas?
O erro mais comum é olhar para o chão ou para a roda dianteira em vez de olhar para onde querem ir. Isso resulta em reações tardias e curvas desajeitadas. O segundo erro mais frequente é tensionar excessivamente os braços e apertar o guidão com muita força, o que reduz controle e aumenta fadiga. Sempre mantenha seu olhar adiante focando na saída da curva, e mantenha os braços relaxados mas firmes.
2. Devo freiar antes ou durante a curva?
Você deve sempre fazer a maior parte da frenagem ANTES de entrar na curva, nunca durante. Quando você freia em uma curva, a bicicleta tende a se endireitar e você perde tração, aumentando o risco de derrapagem. A técnica correta é freiar suavemente ao se aproximar da curva usando a técnica de “feathering” (frenagem delicada), depois soltar completamente os freios ao iniciar a curva. Se absolutamente necessário freiar durante uma curva, faça isso com extrema suavidade e gradualidade, priorizando o freio traseiro.
3. O que é counter-steering e como funciona?
Counter-steering (contra-esterçamento) é uma técnica usada para iniciar curvas rápidas e fechadas. Funciona assim: para virar para a direita, você inicialmente vira o guidão levemente para a esquerda. Isso faz seu corpo inclinar instintivamente para a direita para manter equilíbrio, e então você completa virando o guidão para a direita. Parece complicado, mas é um movimento natural que você provavelmente já faz sem perceber. Pratique conscientemente esta técnica em baixa velocidade para depois aplicá-la naturalmente em situações de alta velocidade.
4. Qual pedal devo pressionar para baixo durante uma curva?
Durante uma curva, você deve sempre pressionar fortemente o pedal EXTERNO para baixo – o pedal do lado oposto da direção da curva. Por exemplo, em uma curva para a direita, pressione o pedal esquerdo. Isso aumenta a aderência dos pneus, melhora estabilidade e evita que o pedal interno raspe no chão. Simultaneamente, pressione levemente o guidão com a mão interna (do lado para onde está virando). Esta combinação cria uma plataforma estável que permite curvas mais agressivas e seguras.
5. Como abaixar meu centro de gravidade melhora as curvas?
Um centro de gravidade mais baixo aumenta dramaticamente sua estabilidade em curvas, especialmente as mais fechadas e rápidas. Quando você abaixa o corpo dobrando os cotovelos e inclinando o tronco (ou usando os drops em bikes de estrada), você distribui melhor o peso sobre a bicicleta e reduz o momento de inércia. Isso torna a bike mais responsiva aos seus comandos e menos suscetível a instabilidades. Além disso, a posição mais baixa reduz resistência aerodinâmica, permitindo manter mais velocidade através das curvas sem esforço extra.
6. Devo inclinar mais o corpo ou mais a bike durante curvas?
Isso depende do tipo de superfície e velocidade da curva. Em asfalto e superfícies de alta aderência, incline corpo e bike juntos na mesma proporção – esta é a técnica mais eficiente para a maioria das situações. Em superfícies soltas como cascalho ou trilhas de mountain bike, incline o corpo mais que a bike (técnica chamada “body english”), mantendo os pneus mais perpendiculares ao solo para melhor tração. Em curvas de alta velocidade em pista, profissionais às vezes inclinam a bike mais que o corpo para maximizar ângulo de contato dos pneus.
7. Como fazer curvas com segurança em asfalto molhado?
Curvas em asfalto molhado exigem técnica modificada e maior cautela. A aderência é reduzida em até 30-40% comparado ao asfalto seco. Reduza sua velocidade de aproximação significativamente, use movimentos mais suaves e progressivos (evite mudanças bruscas de direção), incline menos a bike e faça linhas mais abertas sempre que possível. Evite faixas pintadas, tampas de bueiro e marcações no asfalto que ficam extremamente escorregadias quando molhadas. Aumente a distância de frenagem antes das curvas e seja especialmente suave com os controles. A técnica correta permite pedalar com segurança mesmo em chuva, desde que você respeite as limitações reduzidas de aderência.
8. Quanto tempo leva para dominar a técnica de fazer curvas?
Desenvolver competência básica em curvas pode levar de 2-3 meses de prática regular, mas verdadeiramente dominar a técnica é um processo contínuo que evolui ao longo de anos. Iniciantes geralmente veem melhorias significativas nas primeiras semanas ao aplicar conscientemente as técnicas corretas. O segredo é prática deliberada – não apenas fazer curvas, mas fazê-las conscientemente focando em aspectos específicos da técnica. Ciclistas profissionais continuam refinando suas habilidades de curva durante toda a carreira. Pratique em ambientes seguros e controlados antes de aplicar técnicas avançadas em situações de tráfego ou alta velocidade.
9. As técnicas de curva são diferentes para mountain bike e speed?
Os princípios fundamentais são os mesmos (olhar adiante, controle de velocidade, posicionamento do corpo), mas existem diferenças importantes na aplicação. Mountain bikers frequentemente usam mais “body english” (inclinar o corpo mais que a bike) para manter tração em superfícies soltas, enquanto ciclistas de estrada geralmente inclinam corpo e bike juntos. MTB exige mais movimentos ativos do corpo para navegar obstáculos e mudanças súbitas de terreno. As superfícies variadas do mountain bike também exigem maior adaptabilidade e disposição para permitir derrapagens controladas, enquanto no asfalto você busca sempre máxima aderência. O tipo de guidão também influencia – guidão reto permite posicionamento diferente das mãos comparado ao drop bar.
10. Como praticar técnicas de curva com segurança?
Para praticar com segurança, comece em ambientes controlados sem tráfego como estacionamentos vazios ou circuitos fechados. Use cones ou marcadores para criar percursos com curvas variadas. Inicie em velocidade muito baixa, focando em executar cada técnica corretamente, depois gradualmente aumente a velocidade conforme ganha confiança. Pratique em ambas as direções – esquerda e direita. Use sempre equipamentos de proteção (capacete obrigatório, considere luvas e joelheiras para prática mais agressiva). Filme-se praticando para identificar erros na técnica. Considere participar de clínicas ou aulas com instrutores certificados. Quando aplicar técnicas em situações reais, faça isso progressivamente – não tente imediatamente fazer curvas no limite em descidas técnicas. Respeite seus limites e construa habilidades gradualmente.
11. Por que minha bike parece instável em curvas lentas?
Curvas em baixa velocidade são naturalmente mais desafiadoras devido à física do equilíbrio em bicicletas. Em velocidades mais altas, o efeito giroscópico das rodas girando ajuda a manter estabilidade. Em baixa velocidade, você precisa compensar ativamente com movimentos do corpo. Para melhorar estabilidade em curvas lentas, mantenha olhar sempre adiante (nunca olhe para baixo), use movimentos suaves e progressivos sem mudanças bruscas, mantenha pedalar levemente para manter momentum (quando possível), e pratique exercícios específicos como fazer círculos cada vez menores. Lembre-se que alguma instabilidade em muito baixa velocidade é normal e esperada.
12. Como fazer curvas em descidas íngremes com segurança?
Descidas íngremes com curvas são situações de alta consequência que exigem técnica impecável. Antes da descida, verifique seus freios e reduza para uma marcha apropriada. Mova seu peso para trás deslocando o corpo sobre ou atrás do selim. Ao se aproximar de cada curva, freie forte ANTES de iniciá-la (principalmente com o freio traseiro para evitar capotagem), depois solte os freios completamente durante a curva. Mantenhe a perna externa estendida e peso baixo. Olhe constantemente para a saída da curva e além. Se a descida for muito técnica ou você não se sente confortável, não há vergonha em desmontar e caminhar – segurança sempre vem primeiro. Pratique em descidas progressivamente mais desafiadoras para construir confiança gradualmente.
Conclusão: Transforme Suas Pedaladas Com Curvas Perfeitas
Dominar a arte de fazer curvas é uma das habilidades mais transformadoras que você pode desenvolver como ciclista. A diferença entre fazer curvas desajeitadamente e executá-las com fluidez profissional não está apenas na velocidade – está na confiança, segurança e prazer puro que você experimenta sobre a bicicleta.
As cinco técnicas apresentadas – abaixar o centro de gravidade, manter-se relaxado, freiar antes da curva, pressionar o pedal externo e olhar para onde quer ir – formam a base sólida sobre a qual todas as habilidades avançadas de pilotagem são construídas. Quando você integra essas técnicas ao seu repertório através de prática deliberada e consciente, elas se tornam segunda natureza, permitindo que você se concentre em aproveitar a pedalada em vez de lutar contra a bicicleta.
Lembre-se que desenvolver habilidades de pilotagem é uma jornada contínua, não um destino. Mesmo ciclistas profissionais com décadas de experiência continuam refinando suas técnicas e aprendendo nuances sutis. Seja paciente consigo mesmo, pratique consistentemente em ambientes seguros antes de aplicar técnicas avançadas em situações desafiadoras, e nunca pare de buscar melhorias.
As recompensas de dominar curvas vão muito além da técnica pura. Você descobrirá que pode explorar rotas mais desafiadoras com confiança, participar de pedaladas em grupo sem ser o limitador do ritmo, descer montanhas com um sorriso em vez de tensão, e simplesmente experimentar mais alegria em cada quilômetro percorrido.
Então, da próxima vez que você se preparar para uma pedalada, faça um compromisso consciente de aplicar essas técnicas. Escolha uma ou duas curvas específicas em sua rota e pratique fazê-las perfeitamente. Filme-se para identificar áreas de melhoria. Participe de clínicas de habilidades ou encontre mentores mais experientes. E acima de tudo, divirta-se – porque curvas bem executadas são uma das sensações mais gratificantes que o ciclismo oferece.
Agora você tem o conhecimento – está na hora de colocá-lo em prática. Vá lá fora e domine aquelas curvas! Sua bicicleta está esperando, e as estradas sinuosas do Brasil estão chamando. Cada curva é uma oportunidade de aplicar essas técnicas e sentir a diferença que a pilotagem consciente faz. Boa sorte, pedale com segurança, e aproveite cada momento sobre duas rodas!
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