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Vingegaard rebate críticas de Pedersen sobre critérios: “Talvez não tenha sido tão esperto”

Jonas Vingegaard responde às duras críticas de Mads Pedersen sobre critérios no Japão. O campeão da Vuelta 2025 defende sua participação e explica por que considera esses eventos importantes para o ciclismo.

Vingegaard rebate críticas de Pedersen sobre critérios: "Talvez não tenha sido tão esperto"

O mundo do ciclismo profissional testemunhou recentemente uma troca de farpas entre dois dos principais nomes dinamarqueses do pelotão. Jonas Vingegaard, bicampeão do Tour de France e vencedor da Vuelta a España 2025, decidiu responder publicamente às críticas contundentes feitas por seu compatriota Mads Pedersen sobre os critérios pós-temporada, especialmente os realizados no Japão.

A Polêmica Declaração de Pedersen

Durante uma entrevista recente, Mads Pedersen não poupou palavras ao expressar sua opinião sobre os critérios organizados após as grandes voltas. O velocista da Lidl-Trek foi particularmente crítico em relação ao Saitama Criterium, evento realizado no Japão que conta com a participação de estrelas do pelotão mundial.

“É tudo combinado previamente. É terrível de assistir, porque nenhum dos ciclistas sequer tenta fazer parecer que está competindo de verdade em uma corrida de bicicleta”, disparou Pedersen em um podcast. O dinamarquês foi ainda mais longe, sugerindo que os atletas estavam mais preocupados em usar fantasias e acessórios temáticos do que em realmente competir.

Para Pedersen, esses eventos são simplesmente oportunidades comerciais onde os ciclistas são pagos para aparecer, não para correr. “É mais importante que eles usem algum tipo de capacete com uma cartola e uma aba, vestidos de lutador de sumô. É para isso que eles são pagos”, completou o velocista com tom sarcástico.

Vingegaard Sai em Defesa dos Critérios

Ao ser confrontado pela mídia dinamarquesa Ekstra Bladet sobre as declarações de seu compatriota, Jonas Vingegaard demonstrou ter conhecimento prévio das críticas, mas discordou veementemente da visão de Pedersen.

“Obviamente não é a corrida de ciclismo mais difícil que existe”, admitiu Vingegaard com realismo. “Mas ainda são corridas de verdade, e nem sempre são fáceis. Eu também fiz algumas corridas em Cingapura, onde quase tive que desistir”, explicou o líder da Visma-Lease a Bike.

O campeão da Vuelta 2025 enfatizou que, apesar do caráter de exibição, os critérios exigem esforço físico real dos participantes. A intensidade pode não ser comparável às grandes voltas, mas o ritmo permanece elevado e os desafios existem.

O Acidente no Japão: “Talvez Não Tenha Sido Tão Esperto”

Durante sua participação no Saitama Criterium, Vingegaard viveu um momento que, ironicamente, reforçou seu argumento de que essas corridas não são meros passeios. O dinamarquês sofreu uma queda devido às condições climáticas adversas no Japão.

“Estava chovendo no Japão e um pouco escorregadio, então acabei caindo. Talvez isso não tenha sido tão esperto”, admitiu Vingegaard com honestidade. Curiosamente, foi a equipe UAE Team Emirates quem ajudou o rival a retornar à corrida, em um gesto de fair play que caracteriza esses eventos mais amistosos.

Apesar do incidente, Vingegaard conseguiu vencer a prova, provando que há competitividade real nesses critérios, mesmo com o resultado muitas vezes sendo previsível.

Mais que Corrida: Experiência e Retribuição

Para Vingegaard, participar de critérios vai além do aspecto esportivo. O bicampeão do Tour de France explicou que muitos ciclistas veem esses eventos como oportunidades valiosas de experiência cultural e interação com novos públicos.

“Acho que muitas pessoas participam pela experiência, se é que posso colocar dessa forma”, disse Vingegaard, que aproveitou a viagem ao Japão para combinar trabalho com férias em família.

O dinamarquês também destacou um aspecto filosófico importante: a retribuição ao esporte que lhe deu tanto. Vingegaard acredita que participar de eventos que popularizam o ciclismo em mercados emergentes, como o Japão, é uma forma de dar algo de volta ao esporte e aos fãs.

“Eu penso que foi uma boa experiência. Tanto a corrida de ciclismo quanto toda a viagem ao Japão”, concluiu o campeão, deixando claro que não se arrepende da decisão de participar.

O Contexto dos Critérios no Ciclismo Moderno

Os critérios pós-temporada são uma tradição consolidada no ciclismo profissional. Historicamente, essas corridas surgem como forma de estender a temporada competitiva e permitir que os fãs vejam de perto seus ídolos em provas mais acessíveis e em formato mais compacto.

A organização ASO, responsável pelo Tour de France, também está por trás de vários desses eventos, incluindo o controverso Saitama Criterium. A estratégia é clara: expandir a popularidade do ciclismo em mercados asiáticos, especialmente no Japão, onde o esporte tem crescido exponencialmente nos últimos anos.

Brian Holm, ex-ciclista profissional e compatriota dos protagonistas desta polêmica, ofereceu uma perspectiva equilibrada sobre o tema. “É uma corrida organizada para tornar o ciclismo mais popular no Japão. Acho que eles investem bastante dinheiro nisso”, explicou Holm, reconhecendo tanto o aspecto comercial quanto o potencial de desenvolvimento do esporte.

Dois Caminhos, Um Mesmo Objetivo

A divergência entre Vingegaard e Pedersen reflete diferentes filosofias sobre como os ciclistas profissionais devem gerir suas carreiras e relacionamento com o esporte. Enquanto Pedersen mantém uma postura mais purista, recusando convites para critérios que considera descaracterizados, Vingegaard adota uma abordagem mais pragmática e aberta.

“Eu já recusei algumas vezes. Nunca se deve dizer nunca, mas é absolutamente a última coisa que eu quero”, afirmou Pedersen categoricamente, deixando claro que sua prioridade está nas competições tradicionais.

Por outro lado, Vingegaard representa uma geração de ciclistas que entende o valor do marketing esportivo e da expansão global do ciclismo. Sua participação em eventos como o Saitama Criterium demonstra disposição para ser embaixador do esporte além das competições principais.

Vingegaard em 2025: Um Ano de Conquistas

É importante contextualizar que essa troca de declarações ocorre em um momento especialmente positivo na carreira de Jonas Vingegaard. O dinamarquês conquistou sua primeira Vuelta a España em 2025, somando mais uma grande volta ao seu palmarés já impressionante.

A vitória na Corsa Rosa consolidou Vingegaard como um dos grandes nomes da sua geração, capaz de vencer nas três Grand Tours do calendário (ele já havia vencido o Tour de France em 2022 e 2023). Curiosamente, Mads Pedersen também teve participação destacada na Vuelta 2025, conquistando a camisa verde da classificação por pontos pela segunda vez em sua carreira.

Os dois dinamarqueses, portanto, compartilharam o pódio em Madrid em uma celebração conjunta do ciclismo dinamarquês, o que torna a polêmica sobre os critérios ainda mais interessante – são atletas que sabem respeitar um ao outro competitivamente, mas mantêm opiniões distintas sobre aspectos comerciais do esporte.

O Futuro dos Critérios no Calendário

O debate levantado por Pedersen e respondido por Vingegaard toca em uma questão maior que preocupa muitos puristas do ciclismo: até que ponto o esporte deve se adaptar às demandas comerciais e de entretenimento?

Os critérios modernos, especialmente os organizados em mercados emergentes, são fundamentais para a saúde financeira do ciclismo profissional. Os cachês pagos aos atletas ajudam a complementar seus rendimentos e, simultaneamente, expandem a base de fãs globalmente.

Por outro lado, críticos como Pedersen argumentam que esses eventos podem descaracterizar o esporte, transformando competições sérias em shows coreografados que mais se assemelham a entretenimento do que atletismo genuíno.

Respeito Mútuo Apesar das Diferenças

Apesar das críticas públicas e da resposta firme de Vingegaard, é importante notar que ambos os ciclistas mantêm respeito mútuo. A relação profissional entre os dois dinamarqueses permanece saudável, como ficou evidente durante a Vuelta 2025, onde celebraram juntos suas conquistas.

Vingegaard inclusive mencionou que contaria com o apoio de Pedersen no Campeonato Europeu, demonstrando que discordâncias sobre aspectos comerciais do esporte não afetam a camaradagem dentro do pelotão dinamarquês.

“Vou me apoiar em Mads Pedersen e Mattias Skjelmose”, declarou Vingegaard ao falar sobre sua participação em provas de um dia, área onde tradicionalmente encontra mais dificuldade.

A polêmica serve como um lembrete saudável de que o ciclismo profissional está em constante evolução, equilibrando tradição, competição genuína e necessidades comerciais do século XXI. Tanto a visão purista de Pedersen quanto a abordagem pragmática de Vingegaard têm seu lugar nesse debate complexo.


Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Por que Mads Pedersen criticou os critérios de ciclismo?

Mads Pedersen criticou os critérios, especialmente o Saitama Criterium no Japão, porque considera que essas corridas são completamente combinadas previamente e que os ciclistas não fazem esforço genuíno para competir. Ele acredita que são apenas eventos comerciais onde os atletas são pagos para aparecer com fantasias temáticas, descaracterizando o verdadeiro espírito competitivo do ciclismo.

2. Como Jonas Vingegaard respondeu às críticas de Pedersen?

Vingegaard discordou educadamente de Pedersen, argumentando que apesar de não serem as corridas mais difíceis, os critérios ainda são competições reais que exigem esforço físico significativo. Ele citou sua própria experiência em corridas em Cingapura e Japão, onde enfrentou desafios genuínos, inclusive sofrendo uma queda no Saitama Criterium.

3. O que aconteceu com Vingegaard no Saitama Criterium?

Durante o Saitama Criterium no Japão, Jonas Vingegaard sofreu uma queda devido às condições climáticas adversas – estava chovendo e o percurso estava escorregadio. Ele foi ajudado a retornar à corrida pela equipe UAE Team Emirates e, apesar do incidente, conseguiu vencer a prova. Vingegaard admitiu que participar talvez não tenha sido “tão esperto”, mas considerou a experiência válida.

4. O que são critérios no ciclismo profissional?

Critérios são corridas de ciclismo de formato curto, geralmente realizadas em circuitos urbanos fechados com múltiplas voltas. No contexto profissional, especialmente os critérios pós-temporada, são eventos que reúnem estrelas do pelotão para competições mais acessíveis ao público, muitas vezes com caráter de exibição e entretenimento, além do aspecto competitivo.

5. Quais foram as conquistas recentes de Vingegaard?

Jonas Vingegaard conquistou a Vuelta a España em 2025, sua primeira vitória na volta espanhola. Anteriormente, havia vencido o Tour de France em 2022 e 2023, tornando-se bicampeão da maior prova do ciclismo. Essas vitórias consolidaram sua posição como um dos melhores ciclistas de sua geração.

6. Mads Pedersen já participou de algum critério?

Segundo suas próprias declarações, Mads Pedersen já recusou convites para participar de critérios em várias ocasiões. Ele mantém a posição de que essa é “absolutamente a última coisa” que gostaria de fazer, embora reconheça que “nunca se deve dizer nunca”. Sua postura reflete uma abordagem mais purista em relação ao ciclismo profissional.

7. Qual a relação profissional entre Vingegaard e Pedersen?

Apesar das divergências públicas sobre critérios, Jonas Vingegaard e Mads Pedersen mantêm uma relação profissional respeitosa. Ambos são ciclistas dinamarqueses de elite e compartilharam o pódio na Vuelta 2025, onde Pedersen venceu a classificação por pontos enquanto Vingegaard conquistou a geral. Vingegaard inclusive mencionou que contaria com o apoio de Pedersen em competições futuras.

8. Por que os organizadores promovem critérios no Japão?

Os critérios no Japão, como o Saitama Criterium organizado pela ASO, fazem parte de uma estratégia de expansão e popularização do ciclismo em mercados asiáticos. O objetivo é desenvolver a base de fãs, atrair patrocinadores locais e tornar o esporte mais acessível em regiões onde tradicionalmente tem menos penetração, investindo significativamente para criar eventos espetaculares.

9. Qual a importância dos critérios para os ciclistas profissionais?

Para muitos ciclistas profissionais, os critérios representam oportunidades importantes de complementação de renda através de cachês geralmente generosos. Além disso, oferecem experiências culturais, exposição internacional e a chance de retribuir ao esporte promovendo-o em novos mercados. Alguns atletas, como Vingegaard, valorizam esses aspectos além da competição pura.

10. Os resultados dos critérios são realmente combinados previamente?

Embora haja consenso de que muitos critérios pós-temporada têm resultados previsíveis e acordos tácitos sobre vencedores, especialmente em homenagem aos campeões recentes, isso não significa que sejam completamente encenados. Como Vingegaard argumentou, ainda há competição real, esforço físico genuíno e imprevisibilidade, como demonstrado por sua queda no Japão.

11. Qual a diferença entre um critério e uma corrida tradicional?

Critérios são geralmente corridas mais curtas, em circuitos urbanos fechados, com formato de entretenimento mais acessível ao público. Corridas tradicionais como Grand Tours ou clássicas monumentais são competições longas, em percursos variados, com alto nível de imprevisibilidade e disputa genuína pela vitória, representando o ápice competitivo do ciclismo profissional.

12. Como o público reage aos critérios no Japão?

O público japonês tem demonstrado grande entusiasmo por eventos de ciclismo, incluindo os critérios. Esses eventos atraem multidões significativas e cobertura midiática, ajudando a popularizar o esporte em um mercado tradicionalmente mais focado em outras modalidades. O investimento dos organizadores reflete a crescente demanda e interesse do público local.


Fonte: IDL Pro Cycling

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