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Quais são as 5 Categorias de Subidas do Tour de France?

Descubra tudo sobre as 5 categorias de subidas no ciclismo profissional. Guia completo explicando desde Categoria 4 até Hors Catégorie, com exemplos do Tour de France 2024, história do sistema e diferenças entre classificações do Strava e corridas profissionais.

Categorias de Subidas do Tour de France

As montanhas sempre foram o palco dos momentos mais dramáticos do ciclismo profissional. Desde as legendárias batalhas nos Alpes até as escaladas épicas dos Pirineus, as categorias de subidas no ciclismo desempenham um papel fundamental em definir não apenas a dificuldade de uma etapa, mas também o destino dos campeões. Se você já assistiu ao Tour de France ou acompanha suas atividades no Strava, certamente já se deparou com termos como Hors Catégorie, Categoria 1 ou Categoria 4. Mas você realmente compreende o que esses números significam?

Neste guia definitivo, vamos desvendar todos os mistérios por trás do sistema de classificação de montanhas do ciclismo, explorando desde os critérios técnicos que determinam cada categoria até curiosidades históricas que poucos conhecem. Prepare-se para uma jornada fascinante pelo universo vertical do ciclismo de estrada.

O Que São Categorias de Subidas no Ciclismo?

As categorias de subidas representam um sistema de classificação desenvolvido para indicar o nível de dificuldade de uma ascensão durante provas de ciclismo de estrada. Esse método foi criado originalmente pelo Tour de France e posteriormente adotado por todas as principais competições mundiais, incluindo o Giro d’Italia e a Vuelta a España.

Mais do que simples números, essas categorias funcionam como uma linguagem universal do ciclismo, permitindo que atletas, equipes e espectadores compreendam instantaneamente o desafio que se apresenta à frente. Em competições que incluem a classificação de Rei da Montanha, cada categoria também determina quantos pontos estão em disputa para os primeiros ciclistas que conquistarem o cume.

Como São Determinadas as Categorias de Subidas?

Determinar a categoria de uma subida é uma arte que combina ciência exata e julgamento subjetivo. Os dois fatores predominantes são o comprimento total da ascensão e sua inclinação média. Thierry Gouvenou, diretor de percurso do Tour de France, revelou que a organização utiliza uma fórmula matemática básica para a maioria das subidas: distância (km) multiplicada pelo quadrado da inclinação média.

Vamos ilustrar com um exemplo prático. O icônico Col du Tourmalet, quando escalado a partir de Luz-Saint-Sauveur, possui 18,3 quilômetros de extensão com inclinação média de 7,7%. Aplicando a fórmula:

18,3 × (7,7 × 7,7) = 1.085 pontos

Com essa pontuação, o Tourmalet se enquadra facilmente na mais alta classificação possível. Os limiares gerais são:

  • Hors Catégorie (HC): 600+ pontos
  • Categoria 1: 300+ pontos
  • Categoria 2: 150+ pontos
  • Categoria 3: 75+ pontos
  • Categoria 4: até 75 pontos

Fatores Subjetivos Que Influenciam a Classificação

Apesar da fórmula matemática, a realidade é mais complexa. Os organizadores consideram diversos elementos contextuais que podem elevar ou reduzir a categoria de uma subida:

  • Posicionamento na etapa: Uma montanha situada próxima à linha de chegada geralmente recebe classificação superior
  • Duração total da etapa: Subidas em etapas longas e desgastantes tendem a ser categorizadas mais severamente
  • Momento da corrida: A mesma montanha pode ter categorias diferentes dependendo de estar na primeira ou terceira semana do Tour
  • Características técnicas: Trechos com rampas extremamente íngremes podem elevar a categoria, mesmo com inclinação média moderada
  • Importância histórica: Ascensões lendárias do ciclismo frequentemente recebem tratamento especial
  • Considerações comerciais: Aspectos relacionados à transmissão televisiva e ao espetáculo também pesam na decisão

Por isso, não é incomum que a mesma subida receba classificações distintas em edições diferentes da mesma prova. Uma montanha categorizada como Hors Catégorie quando posicionada como chegada de etapa pode ser rebaixada para Categoria 1 quando surge no início de uma etapa mais curta.

As 5 Categorias de Subidas Explicadas em Detalhes

Embora existam diretrizes gerais, é importante compreender que não há regras absolutamente rígidas. Cada categoria possui características típicas, mas você sempre encontrará exceções fascinantes. Vamos explorar cada uma delas do nível mais acessível ao mais brutal.

Categoria 4: O Primeiro Desafio Categorizado

As subidas de Categoria 4 representam o degrau inicial entre as ascensões oficialmente reconhecidas. Importante destacar que nem todas as elevações em uma etapa recebem categorização. Quando os organizadores atribuem Categoria 4 a uma subida, significa que ela foi considerada relevante o suficiente para conceder pontos na classificação de montanha e merecer atenção especial da mídia e dos espectadores.

Características típicas de uma Categoria 4:

  • Extensão de aproximadamente 2 quilômetros com inclinação média de 6%
  • Alternativamente, até 4 quilômetros com inclinação de 4% ou menos
  • Raramente definem o resultado de uma corrida, exceto quando posicionadas próximas ao final
  • Exigem esforço dos ciclistas mas não separam drasticamente o pelotão

Essas subidas frequentemente aparecem em etapas predominantemente planas, adicionando um elemento tático e quebrando a monotonia para os velocistas puros.

Categoria 3: Intensidade Crescente

As ascensões de Categoria 3 elevam significativamente o nível de dificuldade. Embora possam ter comprimento similar às de Categoria 4, apresentam maior intensidade ou características técnicas mais exigentes.

Perfil característico:

  • Subidas curtas de até 2-3 quilômetros com inclinação superior a 7%
  • Ou ascensões mais longas de até 6 quilômetros com inclinação próxima a 4%
  • Frequentemente incluem trechos com rampas íngremes que fragmentam o pelotão

Um exemplo emblemático é o Cauberg, subida decisiva da Amstel Gold Race. Quando incluído no Tour de France de 2006, recebeu Categoria 3 apesar de seus modestos 1,5 quilômetros e 5% de inclinação média. O motivo? Um trecho brutal de 300 metros a 12% que despedaçou o pelotão nos quilômetros finais daquela etapa.

Categoria 2: O Teste de Verdade

Chegamos ao território das subidas verdadeiramente desafiadoras. As montanhas de Categoria 2 colocam todos os ciclistas à prova, separando claramente os escaladores habilidosos dos demais competidores.

Especificações típicas:

  • Subidas compactas de aproximadamente 5 quilômetros com 8% de inclinação média
  • Ou ascensões longas de 15 quilômetros ou mais com inclinação ao redor de 4%
  • Geralmente representam as maiores elevações fora das regiões alpinas e pirenaicas
  • Podem definir diferenças significativas na classificação geral quando estrategicamente posicionadas

No Tour de France 2024, várias subidas de Categoria 2 nas etapas iniciais da Itália desempenharam papel crucial no desenvolvimento da corrida, forçando os favoritos à classificação geral a permanecerem alertas desde o primeiro dia.

Categoria 1: Montanhas Sérias

As subidas de Categoria 1 estão entre as mais exigentes do ciclismo profissional. Raramente encontradas fora de terrenos genuinamente montanhosos, essas ascensões fazem até os melhores escaladores do pelotão sofrerem intensamente.

Características definidoras:

  • Variam de 6 quilômetros com mais de 8% de inclinação
  • Até 20 quilômetros com inclinação média de 5%
  • Acumulam ganho de elevação superior a 1.000 metros em muitos casos
  • Frequentemente promovidas a Hors Catégorie quando situadas no final de etapas longas ou com chegada no topo

Durante o Tour de France 2024, o Col du Galibier (23 quilômetros a 5,1%) na etapa 4 recebeu classificação Hors Catégorie, mesmo tendo perfil típico de Categoria 1, justamente por aparecer como ponto culminante de uma etapa montanhosa extremamente exigente com 3.800 metros de ganho de elevação total.

Hors Catégorie (HC): Além da Classificação

O termo francês “Hors Catégorie” significa literalmente “além da categorização”. Essas são as montanhas mais brutais, longas e icônicas que os organizadores conseguem incluir em uma corrida. Representam o teste supremo do ciclismo de alta montanha.

Atributos das ascensões HC:

  • Raramente possuem menos de 15 quilômetros de extensão
  • Combinam comprimento extraordinário com inclinações severas
  • Ganho de elevação frequentemente superior a 1.500 metros
  • Muitas possuem importância histórica e cultural no ciclismo

O lendário Alpe d’Huez exemplifica perfeitamente uma subida Hors Catégorie: 13,8 quilômetros de extensão com inclinação média de 8,1%, 21 curvas em ziguezague numeradas de forma decrescente, e mais de 1.120 metros de ganho de elevação. Apenas os verdadeiros amantes do sofrimento ciclístico conseguem apreciar plenamente uma ascensão HC.

No Tour de France 2024, subidas como o Plateau de Beille (15,8 km a 7,9%) e a Cime de la Bonette (22,9 km a 6,9% — uma das estradas pavimentadas mais altas da Europa a 2.802 metros) receberam merecidamente a classificação HC, definindo momentos decisivos na batalha pela camisa amarela.

A Fascinante História das Categorias de Subidas

O sistema de categorização tem raízes que remontam a 1933, quando o Tour de France introduziu a Classificação de Montanha. Inicialmente, o conceito era surpreendentemente simples: existia apenas uma única categoria, e todos os primeiros dez ciclistas a cruzarem qualquer subida marcada recebiam pontos — 10 para o líder, 1 para o décimo colocado.

A resposta do público foi extraordinária. Multidões se aglomeravam nas estradas de montanha para testemunhar essas batalhas verticais. Percebendo a popularidade crescente, os organizadores decidiram expandir o sistema em 1935, dividindo as subidas em duas categorias distintas. As montanhas mais difíceis passaram a ser designadas como Categoria 1, concedendo pontuação extra aos escaladores.

Evolução cronológica do sistema:

  • 1933: Criação da Classificação de Montanha com categoria única
  • 1935: Introdução da Categoria 1 para subidas mais exigentes
  • 1949: Adição da Categoria 3 para pequenas elevações
  • 1962: Criação da Categoria 4 para as subidas mais acessíveis
  • 1979: Estabelecimento da intimidadora classificação Hors Catégorie

Enquanto o líder da classificação geral veste a icônica camisa amarela (“maillot jaune”), o líder da Classificação de Montanha usa a distintiva camisa de bolinhas (“maillot à pois”). Este design característico de bolinhas vermelhas sobre fundo branco foi introduzido em 1975, escolhido para promover as embalagens de chocolate da patrocinadora da época, a Chocolat Poulain.

O Mito Charmoso do Citroën 2CV

Uma das lendas mais encantadoras do ciclismo sugere que as categorias originalmente foram determinadas com base em qual marcha seria necessária para subir cada montanha em um Citroën 2CV, o icônico automóvel francês:

  • Categoria 2: Necessitaria segunda marcha
  • Categoria 1: Exigiria primeira marcha
  • Hors Catégorie: Subidas tão íngremes que seriam intransitáveis para o velho Deux Chevaux

Embora historicamente imprecisa, essa história possui charme suficiente e é tão caracteristicamente francesa que merece seu lugar permanente na mitologia do ciclismo mundial.

Como o Strava Categoriza Subidas

O Strava, plataforma digital utilizada por milhões de ciclistas mundialmente, desenvolveu sua própria abordagem para categorizar subidas. O objetivo foi criar um sistema completamente objetivo e padronizado, eliminando a subjetividade presente nas classificações de corridas profissionais.

A Fórmula do Strava

O método do Strava é direto: comprimento da subida (em metros) multiplicado pela inclinação média, gerando uma pontuação numérica. Exemplos práticos:

  • Uma subida de 1 quilômetro (1.000 metros) com 8% de inclinação: 1.000 × 8 = 8.000 pontos
  • Uma subida de 10 quilômetros (10.000 metros) com 5% de inclinação: 10.000 × 5 = 50.000 pontos

Limiares de pontuação no Strava:

  • Hors Catégorie: 80.000+ pontos
  • Categoria 1: 64.000+ pontos
  • Categoria 2: 32.000+ pontos
  • Categoria 3: 16.000+ pontos
  • Categoria 4: 8.000+ pontos

Vantagens e Limitações do Sistema Strava

Pontos positivos:

  • Consistência total: a mesma subida sempre recebe a mesma classificação
  • Transparência absoluta: a fórmula é pública e verificável
  • Aplicabilidade universal: qualquer subida no planeta pode ser automaticamente categorizada
  • Democratização do conhecimento: ciclistas recreativos podem comparar seus treinos com as grandes montanhas do ciclismo profissional

Limitações identificadas:

  • A inclinação média pode mascarar a verdadeira dificuldade de uma subida com perfil irregular
  • Não considera altitude absoluta e seus efeitos no desempenho
  • Ignora condições de pavimento e exposição a elementos climáticos
  • Desconsiderar trechos de descida intercalados que aumentam dramaticamente a dificuldade real

Um exemplo perfeito das limitações é o Col du Glandon, subida frequentemente classificada como Hors Catégorie no Tour de France. Apesar de acumular mais de 1.400 metros de ganho de elevação ao longo de 17 quilômetros com trechos superiores a 11% de inclinação, sua inclinação média é de apenas 4% devido a 8 quilômetros de descidas e trechos planos intercalados. O sistema do Strava a classificaria muito abaixo de sua dificuldade real experimentada pelos ciclistas.

Categorias de Subidas nas Grandes Voltas

Embora o Tour de France tenha pioneiramente criado o sistema de categorização, cada uma das três Grand Tours — Tour de France, Giro d’Italia e Vuelta a España — aplica o conceito de maneira levemente distinta, refletindo as características únicas de seus respectivos territórios.

O Giro d’Italia é particularmente famoso por suas subidas extremamente íngremes nos Dolomitas, frequentemente apresentando rampas que excedem 20% de inclinação. A Vuelta a España, por sua vez, é conhecida por suas chegadas em altitude nos Pirineus espanhóis e nas montanhas do norte da Espanha.

Em 2024, o Tour de France apresentou um percurso particularmente montanhoso, com mais de 52.320 metros de ganho de elevação acumulado — aproximadamente 20% superior ao Giro d’Italia do mesmo ano. A edição incluiu sete etapas de montanha, quatro chegadas no alto, e concentrou as subidas mais brutais na terceira semana, criando um desafio épico que culminou com a vitória histórica de Tadej Pogačar, primeiro ciclista desde Marco Pantani em 1998 a conquistar Giro e Tour no mesmo ano.

Dicas Para Treinar em Diferentes Categorias de Subidas

Compreender as categorias não serve apenas para assistir corridas profissionais. Para ciclistas recreativos e entusiastas, esse conhecimento é fundamental para planejar treinos progressivos e eficazes. Aqui estão estratégias específicas para cada nível:

Preparação Para Categoria 4 e 3

  • Foco em desenvolver resistência aeróbica básica com treinos longos em ritmo moderado
  • Pratique manter cadência constante entre 80-90 rpm durante as subidas
  • Trabalhe técnica de respiração e posicionamento sobre a bicicleta
  • Alimente-se adequadamente antes e durante os treinos mais longos

Desenvolvimento Para Categoria 2 e 1

  • Incorpore treinos intervalados com repetições em subidas
  • Fortaleça o core e membros inferiores com treinamento específico
  • Pratique alternância entre pedalar sentado e em pé
  • Desenvolva estratégias de nutrição esportiva para esforços prolongados
  • Teste diferentes relações de marchas para encontrar seu setup ideal

Conquista de Subidas Hors Catégorie

  • Construa uma base aeróbica sólida ao longo de meses
  • Realize treinos de altitude quando possível para aclimatação
  • Desenvolva resiliência mental — o aspecto psicológico é crucial
  • Pratique estratégias de ritmo para distribuir esforço adequadamente
  • Invista em equipamento adequado, incluindo cassete com desenvolvimentos apropriados
  • Estude o perfil da subida antecipadamente para planejar sua abordagem

FAQ: Perguntas Frequentes Sobre Categorias de Subidas

1. Por que algumas subidas mudam de categoria entre diferentes edições da mesma corrida?

A categoria de uma subida pode variar devido a múltiplos fatores contextuais. Se uma montanha aparece como chegada de etapa em um ano e no meio da etapa no ano seguinte, sua classificação provavelmente mudará. A duração total da etapa, a posição da subida dentro do percurso da corrida, o acúmulo de fadiga dos ciclistas e até considerações estratégicas dos organizadores influenciam essa decisão. O sistema não é puramente matemático, incorporando julgamento humano sobre o impacto esperado de cada subida no desenrolar da competição.

2. Qual é a diferença entre a classificação do Tour de France e do Strava?

O Tour de France utiliza uma abordagem que combina cálculos objetivos com avaliação subjetiva, considerando o contexto da corrida, posicionamento da subida na etapa, momento da competição e importância histórica. Já o Strava aplica uma fórmula puramente matemática (comprimento × inclinação média) que gera consistência absoluta mas ignora nuances como perfil irregular da subida, altitude absoluta e condições específicas do terreno. Ambos os sistemas são válidos para seus respectivos propósitos.

3. Uma subida Hors Catégorie é sempre a mais difícil em qualquer corrida?

Não necessariamente. Embora subidas HC sejam extremamente desafiadoras, a dificuldade percebida depende de quando e como aparecem na corrida. Uma subida de Categoria 1 posicionada após 200 quilômetros de etapa montanhosa com múltiplas ascensões pode ser mais devastadora que uma HC isolada no início de uma etapa curta. O contexto é fundamental para determinar o impacto real de qualquer subida.

4. Quantos pontos vale cada categoria na classificação de montanha do Tour de France?

A distribuição de pontos varia conforme a categoria e o tipo de etapa. Em etapas de montanha típicas: Hors Catégorie concede 20 pontos ao primeiro colocado, Categoria 1 dá 10 pontos, Categoria 2 oferece 5 pontos, Categoria 3 distribui 2 pontos, e Categoria 4 dá 1 ponto. Quando a subida é uma chegada de etapa de alta montanha, a pontuação é substancialmente maior, com HC podendo conceder até 40 pontos ao vencedor.

5. Ciclistas amadores conseguem completar subidas Hors Catégorie?

Absolutamente! Milhares de ciclistas recreativos conquistam subidas HC anualmente. A diferença está principalmente no tempo necessário. Enquanto profissionais sobem o Alpe d’Huez em cerca de 40 minutos, ciclistas amadores bem treinados podem completá-lo entre 1h15 e 2h30, dependendo do nível de condicionamento. O segredo é preparação adequada, ritmo apropriado, equipamento correto e determinação mental. Participar da Étape du Tour, evento que permite ciclistas amadores pedalarem uma etapa real do Tour, é uma experiência inesquecível para quem deseja testar suas capacidades.

6. Por que a camisa de líder da montanha tem bolinhas?

O design icônico de bolinhas vermelhas sobre fundo branco da maillot à pois foi introduzido em 1975 como estratégia de marketing. A patrocinadora da classificação de montanha naquela época era a Chocolat Poulain, empresa francesa de chocolates cujas embalagens apresentavam exatamente esse padrão de bolinhas. O design se tornou tão icônico que permaneceu mesmo após mudanças de patrocinadores, transformando-se em um dos símbolos mais reconhecíveis do ciclismo mundial.

7. Qual foi a subida mais difícil do Tour de France 2024?

O Tour de France 2024 apresentou múltiplas subidas extraordinariamente exigentes. Muitos especialistas consideram a Cime de la Bonette (22,9 km a 6,9%, atingindo 2.802 metros de altitude) na etapa 19 como a mais brutal, sendo uma das estradas pavimentadas mais altas da Europa. No entanto, o Plateau de Beille (15,8 km a 7,9%) na etapa 15 do Dia da Bastilha também foi devastador devido à sua posição após quatro outras subidas de Categoria 1 na mesma etapa, acumulando 4.850 metros de ganho de elevação total. O contexto da fadiga acumulada frequentemente torna subidas tecnicamente “menores” mais impactantes.

8. Como posso descobrir a categoria de uma subida específica no Strava?

No Strava, navegue até a subida específica através da função “Explorar” ou clicando em segmentos durante suas atividades. A plataforma automaticamente calcula e exibe a categoria com base em sua fórmula (comprimento × inclinação média). Você também pode visualizar rankings de tempo, comparar seu desempenho com outros ciclistas e acompanhar seu progresso ao longo do tempo. O Strava identifica automaticamente subidas durante suas pedaladas e as classifica em seu perfil de atividade.

9. Existe diferença entre categorias de subidas no ciclismo masculino e feminino?

As categorias são determinadas pelas características objetivas da própria montanha, não pelo gênero dos competidores. Uma subida classificada como Hors Catégorie no Tour de France masculino recebe a mesma classificação no Tour de France Femmes. No entanto, devido a diferenças históricas na distância das etapas e no desenho dos percursos, algumas corridas femininas têm apresentado perfis ligeiramente diferentes. Essa lacuna vem diminuindo progressivamente, com as competições femininas de elite incorporando cada vez mais os grandes desafios montanhosos do calendário.

10. Como treinar especificamente para melhorar em subidas de montanha?

Melhorar capacidade de escalada requer abordagem multifacetada: desenvolva primeiramente base aeróbica sólida com volume consistente de treino; incorpore trabalhos intervalados específicos em subidas, alternando intensidades; fortaleça músculos do core e pernas com treinamento de força complementar; pratique técnicas específicas como pedalar sentado versus em pé; otimize sua relação peso/potência através de nutrição adequada; trabalhe resiliência mental visualizando subidas e estabelecendo metas progressivas; e escolha relações de marchas apropriadas para seu nível de condicionamento. A progressão deve ser gradual e sustentável ao longo de meses.

11. Qual a maior altitude já atingida em uma prova profissional de ciclismo?

Embora o Tour de France frequentemente atinja altitudes superiores a 2.800 metros (como na Cime de la Bonette), outras corridas alcançam elevações ainda maiores. O Giro d’Italia já incluiu o Passo dello Stelvio a 2.758 metros, mas a corrida com maior altitude em competições profissionais regulares é geralmente a Vuelta a España, que já passou pelo Alto de Velefique a 2.524 metros. Em eventos especializados de alta montanha, como o Tour de l’Avenir, subidas acima de 2.800 metros são mais comuns.

12. Como a altitude afeta o desempenho em subidas categorizadas?

A altitude tem impacto dramático no desempenho ciclístico. Acima de 2.000 metros, a pressão atmosférica reduzida significa menos oxigênio disponível, diminuindo a capacidade aeróbica em aproximadamente 10-15% para cada 1.000 metros de ganho de elevação. Ciclistas não aclimatados experimentam fadiga precoce, dificuldade respiratória, redução na potência máxima e recuperação mais lenta. Profissionais frequentemente realizam estágios de treinamento em altitude antes de grandes corridas montanhosas. Essa é uma razão pela qual sistemas de categorização baseados apenas em comprimento e inclinação (como o Strava) não capturam completamente a dificuldade de subidas em grandes altitudes.

13. É possível converter categorias de corridas profissionais para uso recreativo?

Sim, e muitos ciclistas recreativos fazem exatamente isso como forma de estabelecer objetivos pessoais. Uma abordagem prática é começar conquistando subidas de Categoria 4 e 3 locais, depois progressivamente desafiar-se em Categoria 2 e 1 conforme o condicionamento melhora. Muitos clubes de ciclismo organizam passeios temáticos focados em completar todas as subidas categorizadas de uma região específica. O importante é respeitar seu nível atual de condicionamento e progredir gradualmente, sempre priorizando segurança e prazer sobre performance pura.

Conclusão: A Linguagem Universal das Montanhas

As categorias de subidas no ciclismo representam muito mais que simples números ou letras em um mapa de percurso. Elas constituem uma linguagem universal que conecta todos os praticantes do esporte, desde espectadores casuais até campeões de Grand Tour, desde ciclistas recreativos de fim de semana até escaladores profissionais de elite.

Compreender esse sistema enriquece profundamente nossa apreciação do ciclismo. Permite reconhecer a magnitude dos desafios enfrentados pelos atletas profissionais, ajuda a planejar treinos e objetivos pessoais de forma estruturada, e conecta-nos à rica história e tradição deste esporte magnífico. Cada categoria conta uma história — de sofrimento e glória, de superação humana e limites testados.

Seja você um espectador apaixonado pelo drama das grandes corridas, um atleta recreativo buscando novos desafios, ou simplesmente alguém fascinado pela beleza épica das montanhas ciclísticas, o conhecimento dessas classificações abre portas para uma compreensão mais profunda e gratificante do esporte.

Nas palavras imortalizadas nas estradas de montanha da Europa: “A montanha não mente”. E agora, armado com este conhecimento, você está preparado para interpretar exatamente o que cada montanha tem a dizer.

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