Escrito por 10:28 am Giro d'Italia Visualizações [tptn_views]

Giro d’Italia 2026: Percurso mais Equilibrado Visa Atrair Vingegaard, Evenepoel e Outros Grandes Nomes

Giro d’Italia 2026: RCS Sport revela percurso equilibrado com 49.150m de altitude para atrair Vingegaard, Evenepoel e Pogačar. Confira as 7 chegadas em altitude, o contrarrelógio de 40km e a estratégia para possibilitar a dobradinha Giro-Tour.

Foto do vencedor do Giro d'Italia 2025 - Simon Yates

A organização do Giro d’Italia 2026 revelou uma estratégia clara: criar um percurso mais equilibrado e menos desgastante para atrair os principais ciclistas do pelotão mundial. A mudança de filosofia busca trazer nomes como Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel e quem sabe até Tadej Pogačar de volta à Corsa Rosa, possibilitando que estes campeões tentem a ambiciosa dobradinha Giro-Tour de France.

Uma Nova Abordagem Estratégica da RCS Sport

O diretor de provas Mauro Vegni, que deixará o cargo em breve, definiu a rota de 2026 como “moderna, equilibrada mas desafiadora”. Não é segredo para ninguém: a organização italiana aprendeu com experiências recentes que um percurso extremamente brutal pode afastar os grandes astros do ciclismo.

RCS Sport
RCS Sport – Giro d’Italia 2026

A mudança mais significativa está nos números. O Giro 2026 apresentará 49.150 metros de ganho de altitude, uma redução considerável em comparação aos 52.325 metros da edição de 2025. Embora ainda seja uma prova desafiadora, a diminuição de aproximadamente 6% no desnível acumulado pode fazer toda a diferença para ciclistas que planejam competir também no Tour de France.

Cenouras em Vez de Chicote: Os Atrativos do Percurso

Paulo Bellino, CEO da RCS Sport que assumirá o protagonismo na apresentação das próximas edições, confirmou que a estratégia está em andamento. “Estamos trabalhando nisso”, declarou Bellino em Roma, referindo-se aos esforços para garantir a presença dos grandes campeões.

Para Evenepoel, a organização preparou um presente especial: um contrarrelógio de 40 quilômetros em terreno plano e rápido. Não é coincidência – o belga é o atual campeão mundial da modalidade, e este tipo de teste pode ser decisivo para suas aspirações ao título geral.

Remco Evenepoel no Giro de Itália
Remco Evenepoel no Giro de Itália

Para Vingegaard, a sedução vem através de etapas de montanha ligeiramente mais curtas e um perfil menos massacrante na terceira semana. A ausência daquela sequência tripla de etapas alpinas que tradicionalmente quebra as pernas dos escaladores pode ser o diferencial que o dinamarquês procura.

Jonas Vingegaard
Jonas Vingegaard

Sete Chegadas em Altitude e o Mítico Blockhaus

Apesar das concessões, o Giro 2026 permanece uma Grande Volta autêntica. O percurso incluirá sete finais de etapa em altitude, garantindo que apenas os verdadeiros especialistas em montanha possam brigar pela maglia rosa.

Um dos destaques será a sétima etapa, com impressionantes 246 quilômetros até o temido Blockhaus. Esta maratona alpina nos Apeninos representa o tipo de desafio clássico que define o caráter da Corsa Rosa, misturando distância extrema com uma escalada final implacável.

Outro ponto de destaque no traçado será o retorno ao lendário Passo Giau, uma das subidas mais espetaculares dos Dolomitas, com suas rampas íngremes e paisagens de tirar o fôlego.

Etapas de Recuperação: O Equilíbrio Necessário

Uma das inovações mais inteligentes do percurso 2026 é a distribuição estratégica de etapas de recuperação. Intercaladas entre os dias de montanha, haverá diversas jornadas voltadas para velocistas e atacantes, permitindo que os favoritos à classificação geral gerenciem melhor suas energias.

Esta abordagem contrasta com edições recentes onde a sequência brutal de etapas alpinas na última semana deixava os corredores completamente esgotados. Agora, o calendário permite momentos de respiro que podem ser cruciais para quem visa tanto o Giro quanto o Tour.

A Lição de Pogačar e o Desafio do Equilíbrio

A edição de 2024 serviu como laboratório para esta nova filosofia. Quando Pogačar dominou completamente a corrida, vencendo seis etapas e chegando com quase dez minutos de vantagem sobre o segundo colocado Daniel Martínez, ficou claro que o público italiano adorou ver o esloveno em ação, mas o espetáculo perdeu emoção pela falta de competitividade.

Tadej Pogačar
Tadej Pogačar vencedor do Giro d’Italia 2024

A RCS Sport compreendeu que precisa de uma batalha equilibrada pela classificação geral, não de um passeio triunfal. Por isso, além de Vingegaard e Evenepoel, outros nomes começam a surgir no radar, como Isaac del Toro (companheiro de equipe de Pogačar na UAE), Primož Roglič e o jovem italiano Giulio Pellizzari da Red Bull-Bora-Hansgrohe.

Sprinters e Clássicos: Diversidade no Pelotão

O traçado de 2026 também pensa nos velocistas e especialistas em corridas de um dia. Com várias etapas que lembram o perfil de clássicas belgas ou italianas, a organização espera atrair nomes como Mads Pedersen e até Mathieu van der Poel, que podem encontrar terreno fértil para suas características nas primeiras duas semanas.

Mads Pedersen
Mads Pedersen no Giro d’Italia 2025

Esta diversidade de perfis garante que o Giro mantenha seu caráter imprevisível e emocionante do início ao fim, mesmo quando os favoritos à GC estão apenas observando a disputa.

Mathieu van der Poel
Mathieu van der Poel no Giro d’Italia 2025

O Histórico de Investimento em Grandes Nomes

Não é novidade que a RCS Sport investe pesado para garantir a presença de estrelas no Giro. No passado, a organização já desembolsou valores significativos para trazer nomes como Lance Armstrong, Chris Froome, Tom Dumoulin, Alberto Contador e o próprio Pogačar.

Como Bellino mesmo admitiu, é um “jogo arriscado, talvez como investir em Bitcoin”, mas é um risco que a organização italiana está disposta a correr para manter o Giro como uma das três Grandes Voltas mais prestigiadas do calendário.

Vingegaard e a Chance de Completar o Trio de Grand Tours

Um argumento particularmente persuasivo para Jonas Vingegaard é a possibilidade de completar o conjunto de vitórias nas três Grandes Voltas. O dinamarquês já conquistou o Tour de France e a Vuelta a España, faltando apenas o Giro em seu currículo.

O próprio Mauro Vegni destacou este ponto: “Se eu fosse Jonas Vingegaard, não deixaria uma chance como esta escapar. Se vencesse o Giro 2026, completaria o conjunto de Grand Tours”. É um argumento que certamente ressoa nos ouvidos do corredor da Visma-Lease a Bike e sua equipe de performance.

Simon Yates e as Novas Promessas

A edição de 2025, com seu final dramático no Colle delle Finestre, confirmou mais uma vez o amor de Simon Yates pela Corsa Rosa. O britânico já manifestou interesse em defender a maglia rosa conquistada neste ano, mostrando que o Giro continua sendo uma corrida especial para certos corredores.

Além disso, jovens talentos como Isaac del Toro, que impressionou em sua primeira participação, e o francês Paul Seixas da Decathlon-AG2R La Mondiale, podem encontrar no percurso de 2026 a oportunidade perfeita para dar o próximo passo em suas carreiras.

O Retorno Inevitável de Pogačar?

Apesar de toda conversa sobre equilíbrio e competitividade, Vegni deixou a porta aberta para o retorno de Tadej Pogačar: “Pogačar voltará mais cedo ou mais tarde…”. A frase sugere que a organização não descarta – e talvez até deseje secretamente – ter o esloveno de volta, desde que haja outros nomes fortes para desafiá-lo.

A estratégia parece clara: criar condições para que múltiplos favoritos possam competir em pé de igualdade, transformando o Giro 2026 em uma verdadeira batalha entre grandes campeões, em vez de uma demonstração de força individual.

Análise Técnica das Equipes

Nos bastidores, as equipes WorldTour já começaram a analisar minuciosamente os dados do percurso. Departamentos de performance estão calculando demandas energéticas, períodos de recuperação e a viabilidade da dupla Giro-Tour para seus principais corredores.

Esta análise técnica será fundamental para decisões que geralmente são tomadas entre novembro e janeiro, quando as equipes definem seus calendários de corridas e objetivos para cada atleta. O percurso mais equilibrado certamente entra como variável positiva nestas equações complexas.

Impacto no Calendário do WorldTour

Se a estratégia da RCS Sport funcionar e conseguir atrair múltiplos grandes nomes, o impacto será sentido em todo o calendário do ciclismo profissional. Outras corridas de primavera podem perder protagonistas, e a própria dinâmica da temporada será alterada.

Um Giro com Vingegaard, Evenepoel, Pogačar e outros favoritos seria um espetáculo à parte, potencialmente rivalizando em atenção midiática e importância esportiva com o próprio Tour de France em julho.

Um Giro Pensado para Todos

O Giro d’Italia 2026 representa uma evolução inteligente no desenho de grandes voltas. Ao invés de simplesmente criar o percurso mais duro possível, a RCS Sport optou por um traçado que mantém todos os elementos tradicionais da Corsa Rosa – montanhas lendárias, quilometragem desafiadora, beleza cênica – mas distribui estes elementos de forma mais estratégica.

O resultado é uma corrida que pode satisfazer múltiplas ambições: escaladores puros terão suas sete chegadas em altitude; contrarrelogistas como Evenepoel podem fazer diferença nos 40km contra o cronômetro; atacantes e baroudeurs encontrarão etapas perfeitas para fugas; e os favoritos à GC terão condições de gerenciar suas energias pensando também em julho.

Resta agora aguardar os próximos meses para saber se esta estratégia da “cenoura em vez do chicote” funcionará. Uma coisa é certa: o ciclismo mundial estará de olho nas negociações entre a RCS Sport e os principais nomes do pelotão. Se conseguirem reunir Vingegaard, Evenepoel e outros grandes campeões em maio de 2026, teremos potencialmente o Giro mais equilibrado e emocionante dos últimos anos.


Perguntas Frequentes sobre o Giro d’Italia 2026

1. Quando será realizado o Giro d’Italia 2026?

O Giro d’Italia 2026 está programado para acontecer em maio de 2026, seguindo o calendário tradicional da competição. As datas exatas ainda não foram oficialmente divulgadas pela organização.

2. Qual a principal mudança no percurso do Giro 2026 em comparação com edições anteriores?

A principal mudança é a redução no ganho de altitude acumulado, de 52.325 metros (em 2025) para 49.150 metros em 2026. Além disso, o percurso conta com mais etapas de recuperação estrategicamente distribuídas entre os dias de montanha.

3. Por que a organização do Giro está mudando a estratégia do percurso?

A RCS Sport busca atrair grandes nomes do ciclismo mundial e tornar possível que ciclistas como Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel façam a dobradinha Giro-Tour de France. Um percurso menos desgastante aumenta as chances destes atletas competirem em ambas as Grandes Voltas.

4. Quantas chegadas em altitude terá o Giro 2026?

O percurso incluirá sete finais de etapa em altitude, garantindo que a corrida mantenha seu DNA de prova montanhosa, mesmo com a redução no desnível total acumulado.

5. Qual será a etapa mais longa do Giro 2026?

A sétima etapa será a mais desafiadora em termos de distância, com 246 quilômetros até a chegada no mítico Blockhaus, nos Apeninos. Esta maratona alpina representa um dos momentos decisivos da corrida.

6. Haverá contrarrelógio no Giro d’Italia 2026?

Sim, o percurso inclui um contrarrelógio individual de 40 quilômetros em terreno plano e rápido, aparentemente desenhado para atrair especialistas como Remco Evenepoel, atual campeão mundial da modalidade.

7. Quais ciclistas são os principais alvos da organização para 2026?

A RCS Sport tem como principais alvos Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), Remco Evenepoel (Soudal-Quick Step) e possivelmente Tadej Pogačar (UAE Team Emirates). Outros nomes mencionados incluem Primož Roglič, Isaac del Toro, Giulio Pellizzari e Simon Yates.

8. É possível fazer o Giro e o Tour de France no mesmo ano?

Sim, mas é extremamente desafiador. Poucos ciclistas conseguiram vencer ambas as corridas na mesma temporada. O novo perfil do Giro 2026, mais equilibrado, visa justamente tornar esta dobradinha mais viável para os grandes nomes do pelotão.

9. Qual a importância do Blockhaus no Giro d’Italia?

O Blockhaus é uma das subidas mais emblemáticas do ciclismo italiano, localizada nos Apeninos. Com suas rampas íngremes e chegada em altitude, tradicionalmente serve como palco para grandes batalhas entre os favoritos à classificação geral.

10. Como posso acompanhar o Giro d’Italia 2026?

O Giro d’Italia geralmente tem transmissão por canais de TV especializados em esportes e plataformas de streaming. No Brasil, tradicionalmente a corrida é transmitida por canais ESPN e Star+. Acompanhe também a cobertura completa aqui no Ciclismo Pelo Mundo para análises, notícias e bastidores da competição.

11. Pogačar vai correr o Giro 2026?

Até o momento, não há confirmação oficial. O diretor Mauro Vegni deixou em aberto, afirmando que “Pogačar voltará mais cedo ou mais tarde”, mas a decisão final dependerá da UAE Team Emirates e dos objetivos do próprio ciclista esloveno para a temporada.

12. O que torna o Giro d’Italia diferente do Tour de France?

O Giro é conhecido por percursos mais imprevisíveis, condições climáticas desafiadoras (incluindo neve), chegadas em altitude mais frequentes e uma atmosfera italiana única. Tradicionalmente é considerado mais aberto taticamente e menos previsível que o Tour de France.

Fechar