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As 8 Subidas Mais Desafiadoras do Mundo no Ciclismo

Descubra as 8 subidas mais brutais e desafiadoras do ciclismo mundial. De Taiwan à Bolívia, do Tourmalet ao Mauna Kea, explore os desafios épicos que testam os limites de qualquer ciclista. Guia completo com dicas de preparação, segurança e tudo que você precisa saber antes de encarar essas montanhas lendárias.

As 8 Subidas Mais Desafiadoras do Mundo no Ciclismo

Se você é apaixonado por ciclismo, certamente já se deparou com aquela subida que testa seus limites. Mas você já parou para pensar quais são as ascensões mais brutais do planeta? Aquelas que fazem até os escaladores profissionais mais experientes sentirem o peso de cada metro conquistado?

Quando pensamos em grandes desafios no ciclismo, imediatamente vêm à mente as lendárias subidas alpinas que aparecem anualmente nas Grandes Voltas. Porém, os Alpes, por mais imponentes que sejam, não representam as maiores cadeias montanhosas do mundo. Existem ascensões em outros continentes que transformam mesmo o icônico Alpe d’Huez em algo relativamente modesto.

Neste guia definitivo, vamos explorar as 8 subidas mais épicas e desafiadoras que o ciclismo mundial tem a oferecer. Prepare-se para conhecer verdadeiros monstros de asfalto (e cascalho) que representam o ápice do sofrimento e da glória sobre duas rodas.

1. Wuling Pass – Taiwan: O Gigante Asiático

Wuling Pass – Taiwan: ciclista pedalando na subida.
Wuling Pass – Taiwan: O Gigante Asiático
  • Categoria: HC (Hors Catégorie)
  • Distância: 103,7 km
  • Ganho de elevação: 3.617 m
  • Altitude máxima: 3.258 m
  • Inclinação média: 3,1%
  • Inclinação máxima: 15,0%

O Wuling Pass é uma verdadeira odisseia ciclística que se inicia ao nível do mar na deslumbrante região costeira de Hualien, em Taiwan, e culmina a impressionantes 3.258 metros de altitude no topo da montanha Hehuanshan.

O que torna esta ascensão particularmente brutal não é apenas o desnível de mais de 3.000 metros, mas sim sua extensão quase incompreensível: mais de 100 quilômetros de subida contínua. É como pedalar da praia até o céu, literalmente.

Nos últimos anos, o Wuling Pass ganhou notoriedade internacional graças ao prestigiado Taiwan KOM Challenge, uma prova de escalada que atravessa esta montanha lendária do início ao fim. A competição atrai escaladores de elite do mundo inteiro, todos em busca de conquistar esta fera asiática.

A jornada é uma experiência sensorial completa: você começa pedalando ao lado de penhascos gigantescos que mergulham em um oceano turquesa de tirar o fôlego, atravessa uma espetacular garganta subtropical, adentra florestas nubladas místicas e finalmente alcança as terras altas áridas. À medida que ascende, você experimenta uma diminuição gradual da temperatura e da pressão atmosférica, atravessando múltiplos biomas distintos em uma única pedalada.

2. Alto de Letras – Colômbia: O Rei dos Andes

Ciclista treinando na montanha Alto de Letras – Colômbia
Alto de Letras – Colômbia: O Rei dos Andes
  • Categoria: HC
  • Distância: 78,1 km
  • Ganho de elevação: 3.727 m
  • Altitude máxima: 3.640 m
  • Inclinação média: 4,0%
  • Inclinação máxima: 11,1%

Não é coincidência que a Colômbia produza alguns dos escaladores mais formidáveis do pelotão profissional. Ciclistas como Nairo Quintana (vencedor da camisa de bolinhas no Tour de France) e Egan Bernal (campeão do Tour 2019) foram forjados em ascensões como o Alto de Letras.

Similar ao Wuling Pass, o Alto de Letras começa próximo ao nível do mar e termina nas alturas imponentes da Cordilheira Central, superando os 3.500 metros de altitude. A subida serpenteia por uma crista montanhosa ao longo de incríveis 78 quilômetros, testando não apenas suas pernas, mas também sua determinação mental.

Partindo da histórica cidade de Mariquita, você abandona a floresta tropical baixa e úmida, gradualmente ascendendo até a floresta nublada de altitude, onde as temperaturas despencam e o ar se torna rarefeito.

Uma característica insidiosa de todas as subidas de alta altitude é que elas ficam progressivamente mais difíceis conforme você avança. No início, apesar do calor desafiador, seus pulmões ainda conseguem capturar oxigênio suficiente. Mas à medida que ganha altitude, cada respiração se torna mais laboriosa, e o que era difícil se transforma em torturante.

3. Col du Tourmalet – França: O Ícone Imortal

Estrada completamente vazia do Col du Tourmalet – França: O Ícone Imortal
Col du Tourmalet – França: O Ícone Imortal
  • Categoria: HC
  • Distância: 19,8 km
  • Ganho de elevação: 1.406 m
  • Altitude máxima: 2.110 m
  • Inclinação média: 7,0%
  • Inclinação máxima: 12,7%

É verdade que as subidas das Grand Tours podem ser ofuscadas por gigantes dos Andes ou do Himalaia em termos de números puros. Porém, existem exceções notáveis – e o Col du Tourmalet é, sem dúvida, a mais ilustre delas.

O Tourmalet não pode faltar em nenhuma lista das subidas mais difíceis do mundo. Ele é a ascensão mais icônica da história do ciclismo competitivo, tendo aparecido no Tour de France dezenas de vezes desde 1910, testemunhando incontáveis batalhas épicas.

Embora suas estatísticas não sejam tão brutais quanto outras subidas desta lista, diversos fatores elevam a dificuldade da escalada:

  • Calor intenso: Durante o verão, as temperaturas podem ser escaldantes, e a falta de sombra torna a desidratação um risco real e constante
  • Pressão psicológica: Assistir aos profissionais sofrerem nesta subida durante o Tour cria uma barreira mental adicional para ciclistas amadores
  • Ritmo implacável: A inclinação média de 7% não dá trégua, mantendo você em sofrimento constante por quase 20 quilômetros

Como ciclista amador, enfrentar o Tourmalet carrega um peso histórico especial. Você está pedalando no mesmo asfalto onde lendas como Eddy Merckx, Bernard Hinault e Miguel Indurain cravaram seus nomes na eternidade.

4. Passo dello Stelvio – Itália: A Joia dos Alpes

Passo dello Stelvio – Itália: Estrada completamente vazia
Passo dello Stelvio – Itália: A Joia dos Alpes
  • Categoria: HC
  • Distância: 24,5 km
  • Ganho de elevação: 2.057 m
  • Altitude máxima: 2.758 m
  • Inclinação média: 7,5%
  • Inclinação máxima: 34,2%

O Passo dello Stelvio é outra ascensão alpina brutal que frequentemente aparece no Giro d’Italia. É comumente citada como a subida mais difícil da Corsa Rosa – um título que, considerando a topografia montanhosa da Itália, diz absolutamente tudo.

Esta montanha lendária é mais alta, mais íngreme, mais longa e possui maior ganho de elevação do que o próprio Tourmalet. Suas famosas 48 curvas em formato de ziguezague tornaram-se um símbolo visual do ciclismo de montanha, aparecendo em incontáveis fotos icônicas.

A inclinação máxima de 34,2% é suficiente para fazer até os escaladores mais experientes trocarem para o menor desenvolvimento possível. E quando você considera que enfrentará essas rampas assassinas a uma altitude superior a 2.700 metros, onde o oxigênio é escasso, o desafio se torna verdadeiramente épico.

Nos últimos anos, o Stelvio tem sido palco de momentos dramáticos no Giro, com neve caindo nas rampas superiores e ciclistas lutando contra os elementos além de suas próprias limitações físicas.

5. Babusar Pass – Paquistão: O Desconhecido Perigoso

Subida para ciclista Babusar Pass – Paquistão
Babusar Pass – Paquistão: O Desconhecido Perigoso
  • Categoria: HC
  • Distância: 41,8 km
  • Ganho de elevação: 3.154 m
  • Altitude máxima: 4.170 m
  • Inclinação média: 7,5%
  • Inclinação máxima: 23,0%

O Babusar Pass, no Paquistão, pode não ter a fama de outras subidas desta lista, mas rivaliza com qualquer uma delas em termos de paisagem deslumbrante e dificuldade extrema.

Uma possível razão para sua menor popularidade é sua localização na região da Caxemira. Embora tecnicamente não esteja em território disputado, a proximidade com zonas de conflito ativo desencoraja muitos ciclistas aventureiros.

No entanto, aqueles que se aventuram são recompensados com uma experiência indescritível. Começando na área quente e árida de Chilas, a estrada serpenteia montanha acima, passando por rios cristalinos e adentrando vales verdes exuberantes, antes de retornar a uma paisagem lunar e desolada acima dos 4.000 metros.

ALERTA DE SEGURANÇA IMPORTANTE: A marca de 4.000 metros é frequentemente considerada um limite crítico onde muitos praticantes de esportes de montanha começam a sofrer com os efeitos do mal da altitude, caso não estejam devidamente aclimatados. Para ciclistas, devido à intensidade do esforço físico, esse limite pode ser ainda mais baixo.

Se você começar a sentir sintomas como dor de cabeça intensa, náusea, dificuldades respiratórias graves ou tontura, desça imediatamente. Esta regra vale para todas as subidas de altitude extrema mencionadas neste artigo.

6. Mauna Kea – Havaí: O Vulcão Implacável

Ciclista treinando sozinha no Mauna Kea – Havaí: O Vulcão Implacável
Mauna Kea – Havaí: O Vulcão Implacável
  • Categoria: HC
  • Distância: 67,7 km
  • Ganho de elevação: 4.018 m
  • Altitude máxima: 4.025 m
  • Inclinação média: 5,9%
  • Inclinação máxima: 23,3%

Frequentemente chamada de “a subida mais difícil do planeta”, a gigante vulcânica havaiana Mauna Kea definitivamente não é para os fracos de coração.

Por ser um vulcão, não há praticamente nenhum alívio ao longo da subida. Começando literalmente ao nível do mar, a escalada é constantemente ascendente, e ao longo de 67,7 quilômetros, você subirá mais de 4.000 metros – quase a mesma altitude do Monte Branco!

Mauna Kea é, na verdade, o segundo ponto mais alto de todo o Havaí, então conquistá-lo de bicicleta certamente proporcionará uma sensação incomparável de realização pessoal.

Um benefício significativo do Mauna Kea é que a qualidade da estrada é excepcionalmente boa, mesmo nas seções de altitude mais elevada. Isso é raro para subidas tão extremas e facilita (relativamente) a experiência.

Contudo, devido à sua extensão monumental, inclinação persistente, altitude extrema e ganho de elevação brutal, a subida permanece extremamente desafiadora. Como mencionado anteriormente, você deve sempre pedalar com extrema cautela ao enfrentar uma elevação tão significativa, prestando atenção aos sinais de mal da altitude.

7. La Muerte – Equador: O Nome Diz Tudo

Ciclistas treinando na montanha La Muerte – Equador
La Muerte – Equador: O Nome Diz Tudo
  • Categoria: HC
  • Distância: 71,0 km
  • Ganho de elevação: 4.180 m
  • Altitude máxima: 3.966 m
  • Inclinação média: 5,2%
  • Inclinação máxima: 15,0%

La Muerte – literalmente traduzido como “A Morte” em espanhol – é uma das subidas mais temidas e respeitadas do planeta. O nome não é um exagero dramático; é um aviso sério.

Começando na selva de baixa altitude da região costeira de Guayaquil, a subida segue em direção aos altos Andes equatorianos, na região de Cuenca. Mais uma vez, ao fazer esta escalada épica, você será recompensado com uma diversidade extraordinária de biomas e paisagens, graças à mudança dramática de altitude.

Apesar do nome aterrorizante, a subida é talvez mais gradual do que trechos como o Babusar Pass ou Ticlio. Como você ascende a montanha de forma mais progressiva, com até alguns trechos de descida intercalados, seu corpo consegue se aclimatar melhor antes de atingir o cume.

No entanto, isso não diminui o fato de que você estará superando mais de 4.000 metros de desnível, o que naturalmente continua sendo um empreendimento perigoso que exige respeito, preparação adequada e aclimatação prévia.

8. Death Road – Bolívia: Descida de Turistas, Subida de Guerreiros

Ciclistas treinando na subida Death Road – Bolívia
Death Road – Bolívia: Descida de Turistas, Subida de Guerreiros
  • Categoria: HC
  • Distância: 62,3 km
  • Ganho de elevação: 3.543 m
  • Altitude máxima: 4.629 m
  • Inclinação média: 5,5%
  • Inclinação máxima: 30,6%

A Death Road (Estrada da Morte), na Bolívia, é uma das subidas mais conhecidas da América do Sul. Curiosamente, é mais frequentemente mencionada como um percurso de descida espetacular.

É uma das estradas mais cicladas do continente, atraindo mais de 25.000 turistas por ano, geralmente como parte de uma excursão organizada de um dia. Nessas tours, os viajantes são levados ao topo com bicicletas de montanha especializadas para descer os vertiginosos 3.500 metros de altitude, com penhascos de centenas de metros dos dois lados.

Embora o nome seja certamente intimidador, ele se refere ao período em que a estrada estava aberta para ônibus e era tristemente famosa por ter o maior número de mortes de qualquer estrada no mundo, devido aos penhascos imensos e completamente desprotegidos nas laterais.

Atualmente fechada para veículos motorizados, tornou-se consideravelmente mais segura. Embora ainda seja necessário ter extrema cautela, é muito improvável que você corra perigo real na estrada, especialmente seguindo as orientações de segurança básicas.

Embora mais comumente usada como descida por visitantes, a subida é uma das mais belas e desafiadoras do mundo. Com mais de 3.500 metros de ganho de elevação ao longo de 62,3 quilômetros, quase inteiramente em piso de terra e cascalho, é ideal para aqueles ciclistas gravel e mountain bike que desejam testar seus limites físicos absolutos.

Um dos pontos positivos da subida é que, por ser não pavimentada e ter trânsito de veículos motorizados restrito, você não encontrará carros – o que é sempre uma vantagem significativa ao pedalar, especialmente em estradas estreitas de montanha.

Preparação é Fundamental: Como Se Preparar Para Subidas Extremas

Encarar qualquer uma dessas subidas monumentais exige muito mais do que apenas força nas pernas. Aqui estão algumas diretrizes essenciais:

Treinamento Adequado

  • Desenvolva sua base aeróbica com treinos longos e consistentes
  • Inclua treinos específicos de subida em sua preparação
  • Trabalhe sua força muscular, especialmente quadríceps e core
  • Pratique em diferentes inclinações para se adaptar a rampas variadas

Nutrição e Hidratação

  • Mantenha uma alimentação balanceada nas semanas que antecedem
  • Carregue carboidratos suficientes (géis, barras, bananas)
  • Beba água constantemente, mesmo sem sentir sede
  • Considere suplementos de eletrólitos para reposição mineral

Equipamento Correto

  • Escolha uma bicicleta adequada para escaladas longas
  • Use relações de transmissão apropriadas (considere um cassete maior)
  • Leve roupas adequadas para variações de temperatura
  • Não esqueça ferramentas básicas e câmara reserva

Aclimatação à Altitude

  • Para subidas acima de 3.000m, chegue com alguns dias de antecedência
  • Faça passeios progressivos em altitudes intermediárias
  • Esteja atento aos sintomas de mal da altitude
  • Não hesite em descer se sentir sintomas graves

Inspiração das Grandes Voltas

Assistir aos profissionais enfrentarem grandes subidas nas Grand Tours pode ser uma fonte incrível de motivação. O Tour de France, o Giro d’Italia e a Vuelta a España regularmente incluem ascensões épicas que testam até os melhores escaladores do mundo.

Observar a técnica, a gestão de ritmo e a determinação mental desses atletas de elite pode fornecer insights valiosos para sua própria preparação. Além disso, entender como as equipes profissionais planejam suas estratégias para etapas de montanha pode ajudá-lo a planejar melhor suas próprias aventuras.

O Chamado da Montanha

As subidas mais desafiadoras do mundo no ciclismo representam muito mais do que simples números em um altímetro. Elas são testes definitivos de caráter, determinação e amor pelo esporte. Cada curva conquistada, cada metro escalado, cada respiração ofegante representa uma vitória pessoal sobre seus próprios limites.

Seja você um ciclista amador sonhando em um dia encarar o Tourmalet, ou um aventureiro experiente planejando conquistar o Mauna Kea, lembre-se: a montanha estará sempre lá, esperando por você. O importante é respeitar seus limites, preparar-se adequadamente e, acima de tudo, aproveitar cada momento da jornada.

Afinal, no ciclismo de montanha, a verdadeira vitória não está apenas em alcançar o topo, mas em toda a experiência vivida durante a escalada. As paisagens deslumbrantes, o esforço compartilhado com outros ciclistas, a sensação de superação pessoal – tudo isso faz parte da magia que transforma simples subidas em experiências inesquecíveis.

Qual dessas subidas épicas está na sua lista de sonhos? Compartilhe nos comentários qual montanha você pretende conquistar e comece já a planejar sua próxima grande aventura sobre duas rodas!


FAQ – Perguntas Frequentes Sobre as Subidas Mais Desafiadoras no Ciclismo

1. Qual é realmente a subida mais difícil do mundo no ciclismo?

Não existe uma resposta definitiva, pois depende dos critérios utilizados. Se considerarmos a combinação de distância, ganho de elevação e altitude máxima, o Mauna Kea no Havaí frequentemente recebe o título de “subida mais difícil do planeta”, com 67,7 km e mais de 4.000m de desnível do nível do mar. Porém, subidas como o Alto de Letras na Colômbia e La Muerte no Equador também são candidatas fortes devido ao seu ganho de elevação brutal.

2. Qual a subida mais difícil do Brasil para ciclistas?

A Serra do Rio do Rastro em Santa Catarina é amplamente reconhecida como a subida mais desafiadora do Brasil. Com curvas fechadíssimas, trechos com inclinações que chegam a 19% e condições climáticas variáveis, ela testa tanto as habilidades técnicas quanto a resistência física dos ciclistas. Outras subidas notáveis incluem a Serra da Mantiqueira e a subida para Campos do Jordão em São Paulo.

3. Como me preparar fisicamente para subidas extremas?

A preparação deve ser progressiva e incluir: treinos de base aeróbica (2-3 meses de volume crescente), treinos específicos de subida (2-3x por semana), trabalho de força (musculação ou treinos com peso corporal focados em pernas e core), e treinos de ritmo para aprender a gerenciar seu esforço em subidas longas. Idealmente, procure um treinador qualificado para um plano personalizado.

4. Quanto tempo demora para completar subidas como o Tourmalet ou Stelvio?

Depende muito do nível de condicionamento físico. Ciclistas profissionais completam o Tourmalet (19,8 km) em aproximadamente 45-50 minutos. Ciclistas amadores bem treinados geralmente levam entre 1h15 e 1h45. Para o Passo dello Stelvio (24,5 km), os tempos variam de 1h10 para profissionais a 2h-2h30 para amadores experientes. Iniciantes podem levar 3 horas ou mais, e está tudo bem – o importante é completar!

5. Qual a melhor época do ano para tentar essas subidas?

Varia conforme a localização. Para subidas alpinas (Tourmalet, Stelvio), o ideal é junho a setembro, quando a neve já derreteu e as condições são mais seguras. Para subidas tropicais (Taiwan, Colômbia), prefira a estação seca local. No Havaí, o clima é relativamente estável o ano todo, mas evite os meses mais chuvosos (novembro-março). Para a Death Road, a temporada seca (maio-outubro) é mais segura.

6. Quais são os sinais de mal da altitude que devo observar?

Os sintomas iniciais incluem dor de cabeça, náusea leve, fadiga excessiva e falta de apetite. Sintomas graves (que exigem descida imediata) incluem: dor de cabeça intensa que não passa com analgésicos, confusão mental ou desorientação, tosse persistente, dificuldade extrema para respirar mesmo em repouso, e perda de coordenação motora. Em altitudes acima de 3.500m, esteja sempre atento e não hesite em descer se os sintomas aparecerem.

7. Que tipo de bicicleta é melhor para subidas extremas?

Para subidas em asfalto, uma bicicleta de estrada leve (preferencialmente abaixo de 7,5 kg) com transmissão adequada é ideal. Procure um cassete maior (mínimo 28-30t, idealmente 32-34t) e pedivelas compactas (50/34). Para a Death Road e outras subidas em terra, uma bicicleta gravel robusta com pneus apropriados (35-45mm) é essencial. O conforto é crucial em subidas longas, então considere também a geometria da bike e o tipo de selim.

8. Quanto devo comer e beber durante uma subida longa?

A regra geral é consumir 60-90g de carboidratos por hora (equivalente a 2-3 géis ou 1-2 barras de energia) e 500-750ml de água por hora, ajustando conforme a temperatura. Em subidas de altitude extrema, onde o apetite pode diminuir, opte por alimentos de fácil digestão como géis isotônicos e bananas. Não espere sentir fome ou sede – mantenha um cronograma regular de alimentação e hidratação desde o início da subida.

9. Posso fazer essas subidas sozinho ou preciso de suporte?

Para subidas em locais bem frequentados e com infraestrutura (como Tourmalet ou Stelvio), ciclistas experientes podem ir sem suporte, desde que carreguem ferramentas básicas, câmara reserva, alimento e água suficientes. Para subidas remotas ou extremamente longas (Wuling Pass, Alto de Letras, Mauna Kea), é altamente recomendado ter carro de apoio ou pelo menos pedalar em grupo. Para a Death Road e Babusar Pass, o suporte é praticamente obrigatório por questões de segurança.

10. Qual a diferença entre escalar uma montanha grande no pelotão profissional versus como amador?

Os profissionais têm diversas vantagens: suporte completo das equipes (nutrição, hidratação, mecânica), aclimatação prévia, treinamento específico de meses, equipamento otimizado e, claro, anos de experiência e genética privilegiada. Como amador, você deve: gerenciar seu próprio ritmo sem pressão competitiva, parar quando necessário, não ter vergonha de usar as menores marchas disponíveis, e lembrar que seu objetivo é completar e aproveitar, não bater recordes. A jornada é sua, no seu tempo.

11. É possível treinar para subidas extremas se moro em região plana?

Sim, embora seja mais desafiador. Use simuladores indoor (smart trainers) com aplicativos como Zwift que simulam subidas, faça treinos intervalados de alta intensidade para desenvolver potência, trabalhe força nas pernas com musculação, e quando possível, viaje para regiões montanhosas nos fins de semana para treinos específicos. Muitos ciclistas de regiões planas completam subidas épicas – apenas exige mais criatividade no treinamento.

12. Quais são os erros mais comuns que ciclistas cometem em subidas longas?

Os principais erros são: sair muito forte no início (queimar as reservas cedo demais), não se alimentar regularmente (esperar sentir fome já é tarde), usar marchas muito pesadas (ego > eficiência = sofrimento desnecessário), não se hidratar suficientemente, não fazer pausas estratégicas quando necessário, subestimar o clima nas altitudes, e não levar equipamento de reparo. Planejamento e disciplina no ritmo são fundamentais.

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