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Israel-Premier Tech Renasce como NSN Cycling Team: Nova Era Suíça com Base Espanhola para 2026

Transformação completa da antiga Israel-Premier Tech: nova identidade NSN Cycling Team com licença suíça, base espanhola em Barcelona e Girona, novos investidores globais e ambições renovadas.

Israel-Premier Tech Renasce como NSN Cycling Team

O ciclismo profissional testemunha uma das transformações mais significativas dos últimos anos. A equipe anteriormente conhecida como Israel-Premier Tech acaba de confirmar sua completa reestruturação, emergindo como NSN Cycling Team para a temporada 2026. Esta mudança representa muito mais do que uma simples alteração de nomenclatura – trata-se de uma reformulação estrutural profunda que envolve nova licença nacional, sede operacional e, principalmente, novos investidores estratégicos.

A transformação foi oficialmente anunciada na última quinta-feira, encerrando meses de especulações intensas que agitaram o pelotão internacional. O novo projeto nasce de uma joint venture ambiciosa entre a empresa internacional de esportes e entretenimento NSN (Never Say Never) e a plataforma global de investimentos Stoneweg, sediada em Genebra.

A Origem da Transformação: Por Que a Mudança Era Inevitável

Para compreender a magnitude desta transformação, precisamos revisitar os acontecimentos turbulentos que marcaram a temporada 2025. A equipe enfrentou uma série de protestos durante competições, relacionados ao conflito em Gaza, que culminaram em situações sem precedentes no ciclismo moderno.

O episódio mais emblemático ocorreu durante a Vuelta a España, quando a etapa final precisou ser cancelada devido a manifestações. Posteriormente, questões de segurança forçaram o afastamento da equipe das tradicionais clássicas italianas de outono – corridas que fazem parte do DNA histórico do ciclismo europeu.

Israel-Premier Tech Renasce como NSN Cycling Team
Israel-Premier Tech Renasce como NSN Cycling Team

Em outubro, o patrocinador canadense Premier Tech anunciou sua retirada imediata, declarando que a situação havia se tornado “insustentável para continuar como patrocinador”. Esta saída acelerou o processo de reestruturação que já estava sendo gestado internamente pela direção da equipe.

Simultaneamente, o bilionário canadense-israelense Sylvan Adams, proprietário e fundador da estrutura desde 2014, anunciou seu afastamento das operações cotidianas, abrindo espaço para uma nova era de gestão profissional focada exclusivamente nos resultados esportivos.

NSN e Stoneweg: Quem São os Novos Protagonistas

A NSN (Never Say Never) é uma companhia global especializada em esportes e entretenimento, fundada há sete anos. Entre seus projetos mais notáveis estão a organização de partidas amistosas de alto perfil, incluindo exibições do Inter Miami de Lionel Messi pela América Latina e confrontos entre lendas do Barcelona e Real Madrid no México e El Salvador.

O portfólio da NSN é surpreendentemente diversificado. A empresa possui o clube de futebol Helsingør FC, da Segunda Divisão Dinamarquesa, representa jovens talentos do futebol mundial e, curiosamente, detém participação majoritária na marca de bicicletas gravel GUAVA (algumas fontes mencionam GUAVU). Opera através de escritórios estrategicamente posicionados em Barcelona, Madrid, Tóquio, Cidade do México e Dubai.

Um detalhe fascinante: entre os co-fundadores da NSN está o lendário meio-campista espanhol Andrés Iniesta, campeão mundial pela Espanha em 2010 e múltiplo vencedor da Liga dos Campeões pelo Barcelona. Sua presença confere credibilidade internacional ao projeto.

Joel Borràs, presidente e fundador da NSN, expressou entusiasmo com a entrada no universo ciclístico: “É um desafio enorme para a NSN mergulhar no mundo do ciclismo, um esporte com alcance global. Representa uma oportunidade fantástica para explorar novas formas de comunicação e conexão com um esporte que se alinha com os valores da nossa companhia.”

Do outro lado da parceria está a Stoneweg, um grupo global de investimentos alternativos que gerencia impressionantes €11 bilhões em ativos. Com mais de 250 funcionários distribuídos em 23 escritórios pela Europa, Estados Unidos e Singapura, a Stoneweg construiu sólida reputação como parceira confiável em negociações diretas, joint ventures e co-investimentos.

A relação entre Stoneweg e a estrutura ciclística não é nova – a plataforma suíça mantém parceria desde 2023, proporcionando estabilidade financeira durante o período de transição. Jaume Sabater, CEO do Grupo Stoneweg, destacou: “O lançamento da NSN Cycling Team é um momento de orgulho para todos nós. O ciclismo promove valores nos quais acreditamos firmemente: ambição, resiliência, trabalho em equipe e integridade.”

Licença Suíça, Coração Espanhol: A Nova Estrutura Operacional

Uma das decisões estratégicas mais intrigantes foi estabelecer a licença oficial na Suíça, enquanto toda a operação diária acontecerá em território espanhol. Esta configuração híbrida não é incomum no ciclismo profissional, mas neste caso carrega simbolismo particular.

As bases operacionais estarão concentradas em Girona e Barcelona, dois dos epicentros mais efervescentes do ciclismo europeu moderno. Girona, especialmente, tornou-se verdadeira Meca para ciclistas profissionais, com dezenas de atletas do WorldTour estabelecendo residência permanente na cidade catalã.

O departamento de performance, oficina mecânica (service course) e toda a estrutura logística estarão centralizados nessas cidades, proporcionando vantagem competitiva imediata. Muitos ciclistas já vivem e treinam nesta região, facilitando a integração e o desenvolvimento de um ambiente coeso.

A escolha de Barcelona ganha relevância especial considerando que o Tour de France 2026 terá sua Grand Départ na cidade catalã. Competir em casa, diante de milhões de espectadores, representará oportunidade única de exposição para a recém-nascida NSN Cycling Team. Para saber mais sobre a principal competição do ciclismo, confira nosso guia completo do Tour de France.

Kjell Carlström Permanece no Comando: Continuidade na Gestão Esportiva

Em meio a tantas mudanças, um elemento fundamental permanece: Kjell Carlström continuará como diretor geral da equipe. O finlandês, figura respeitada no pelotão internacional, proporcionará a continuidade necessária durante esta fase de transição complexa.

Carlström demonstrou otimismo cauteloso durante o anúncio oficial: “Estamos orgulhosos em receber a NSN e Stoneweg à equipe e anunciar nossa nova identidade: NSN Cycling Team. Este é um novo capítulo incrivelmente empolgante, e mal podemos esperar para fazer nossa estreia.”

O diretor enfatizou a sinergia entre os novos parceiros: “A aquisição da licença pela NSN representa oportunidade de receber investimento de um líder da indústria global de esportes e entretenimento. A NSN compartilha nosso compromisso com inovação, desenvolvimento e ultrapassar os limites do possível no ciclismo. Nosso relacionamento de longo prazo com a Stoneweg serve como fundação para esta nova parceria.”

Retorno ao WorldTour: Ambições Para o Ciclo 2026-2028

Após conquistar a promoção durante o ciclo trienal recente, a NSN Cycling Team retorna à elite do WorldTour em 2026. Este status garante participação automática nas principais competições do calendário internacional, incluindo as três Grandes Voltas e as clássicas monumentais.

A equipe de desenvolvimento também foi rebatizada como NSN Development Team, mantendo a estratégia de formação de jovens talentos que sempre caracterizou a estrutura. Ambas as equipes se reunirão na próxima semana para o primeiro training camp pré-temporada, onde os novos uniformes e o programa de corridas serão oficialmente revelados.

O investimento financeiro prometido pelos novos parceiros sugere ambições elevadas. Embora os valores específicos do orçamento não tenham sido divulgados, fontes especializadas estimam que a NSN Cycling Team operará com recursos substancialmente superiores aos da antiga Israel-Premier Tech, potencialmente atingindo a faixa dos €30-35 milhões anuais.

Elenco 2026: Confirmações, Incertezas e a Ausência de Sylvan Adams

O comunicado oficial não incluiu qualquer menção a Sylvan Adams, confirmando tacitamente sua saída completa do projeto que ele próprio fundou como Cycling Academy Team em 2014, posteriormente transformado em Israel Start-Up Nation e finalmente Israel-Premier Tech.

Entre os ciclistas confirmados para 2026 estão cinco britânicos de destaque: Stevie Williams, Jake Stewart, Joe Blackmore, Lewis Askey e Ethan Vernon. Esta forte presença britânica reflete a estratégia de desenvolvimento que sempre caracterizou a estrutura.

A grande estrela da nova formação será Biniam Girmay, o velocista eritreu que representa uma das contratações mais impactantes do mercado de transferências para 2026. Girmay, conhecido por seu sprint explosivo e carisma contagiante, assumirá o papel de líder nas provas de um dia e etapas planas das Grandes Voltas.

Duas ausências notáveis geram especulações: Derek Gee, ciclista canadense que viveu temporada excepcional em 2025, declarou publicamente sua saída, mas enfrenta disputa legal com a equipe sobre os termos de seu contrato. A situação permanece indefinida.

Ainda mais intrigante é o silêncio sobre Chris Froome, o tetracampeão do Tour de France. Com contrato expirando ao final de 2025 e já com 40 anos de idade, o britânico pode estar encerrando sua ilustre carreira, embora nenhum anúncio oficial tenha sido feito.

Factor Sai, Scott Entra: Mudança Também nos Fornecedores

As transformações não se limitam ao aspecto administrativo. Segundo reportagem de Daniel Benson, jornalista especializado, a fabricante britânica Factor Bikes encerrará sua parceria com a equipe.

Em seu lugar, entrará a tradicional marca suíça Scott, que fornecerá as bicicletas para a temporada 2026. Esta mudança alinha-se perfeitamente com a nova licença suíça da equipe, criando coerência narrativa interessante para parceiros comerciais e torcedores.

A Scott possui vasta experiência no WorldTour, tendo equipado diversas equipes de destaque ao longo das últimas décadas. Suas bicicletas de alta performance são reconhecidas especialmente em provas contra-relógio e montanhas, áreas cruciais para o sucesso nas Grandes Voltas.

Website e Redes Sociais: O Apagão Estratégico

No último fim de semana, a antiga Israel-Premier Tech encerrou completamente todas suas plataformas digitais – website oficial e perfis em redes sociais foram desativados simultaneamente. Esta ação coordenada precedeu o anúncio da nova identidade, criando suspense calculado no pelotão.

Na quinta-feira, as novas plataformas digitais da NSN Cycling Team foram lançadas, apresentando identidade visual moderna e sofisticada. O design reflete a ambição cosmopolita do projeto, mesclando elementos visuais que remetem tanto à herança suíça quanto à base operacional espanhola.

O site oficial nsncyclingteam.com já está no ar, trazendo informações detalhadas sobre a estrutura, parceiros e filosofia da nova equipe.

Reação do Pelotão: Ceticismo, Esperança e Expectativa

A resposta inicial da comunidade ciclística tem sido mista. Enquanto muitos celebram a oportunidade de recomeço genuíno para uma estrutura talentosa que enfrentou dificuldades externas ao esporte, outros permanecem céticos sobre a viabilidade de transformação tão radical em período relativamente curto.

Ciclistas de outras equipes manifestaram apoio discreto, reconhecendo que a estabilidade de uma estrutura WorldTour beneficia todo o pelotão profissional. A presença de 18 equipes sólidas na elite é fundamental para a saúde financeira e esportiva do ciclismo mundial.

Especialistas como a Escape Collective e a Cycling Weekly publicaram análises aprofundadas, questionando aspectos como sustentabilidade financeira de longo prazo, capacidade de atrair patrocinadores adicionais e, crucialmente, se a mudança de identidade será suficiente para evitar protestos futuros.

Implicações Para o Ciclismo Feminino

Embora o foco principal esteja na equipe masculina WorldTour, vale mencionar que a antiga Israel-Premier Tech não possuía estrutura feminina estabelecida. A NSN e Stoneweg não indicaram planos imediatos para criar uma equipe feminina, o que representa oportunidade perdida em momento onde o ciclismo feminino experimenta crescimento explosivo.

O investimento no Women’s WorldTour tem atraído atenção crescente de patrocinadores internacionais, e uma eventual expansão futura da NSN para o ciclismo feminino seria recebida com entusiasmo pela comunidade.

O Cronograma Imediato: Próximos Passos

A linha do tempo para os próximos meses está definida com precisão cirúrgica:

  • Próxima semana: Training camp conjunto com as equipes WorldTour e Development em local ainda não revelado
  • Final de novembro/início de dezembro: Apresentação oficial dos novos uniformes e identidade visual completa
  • Dezembro de 2025: Divulgação do calendário de competições para a temporada 2026
  • Janeiro de 2026: Início das primeiras corridas oficiais, provavelmente em provas preparatórias australianas ou no Tour Down Under

A equipe trabalha intensamente para estar completamente operacional antes do início da temporada competitiva. A UCI (União Ciclística Internacional) já aprovou a transferência de licença e todas as documentações necessárias estão regularizadas.

Análise: Esta Transformação Pode Funcionar?

Do ponto de vista pragmático, a NSN Cycling Team parte com vantagens significativas. A infraestrutura física permanece intacta – oficinas, veículos, equipamentos e, mais importante, a expertise acumulada ao longo de uma década de operação no mais alto nível.

Kjell Carlström conhece profundamente as dinâmicas do pelotão WorldTour, tendo navegado com sucesso pelos desafios regulatórios, logísticos e esportivos inerentes a este nível de competição. Sua permanência proporciona continuidade administrativa crucial.

A base espanhola oferece vantagens práticas inegáveis: clima favorável para treinamento durante o inverno europeu, proximidade de terrenos variados (montanhas pirenaicas, planícies, litorais) e acesso facilitado aos principais aeroportos internacionais para deslocamentos às corridas.

Financeiramente, o respaldo da Stoneweg – com seus €11 bilhões em ativos gerenciados – fornece segurança que poucas equipes do pelotão podem reivindicar. A parceria com a NSN traz expertise em marketing esportivo global e conexões valiosas no mundo do entretenimento.

Entretanto, desafios substanciais persistem. O rebrand precisa ser acompanhado por resultados esportivos convincentes. Sem vitórias em corridas de prestígio, qualquer narrativa de renovação perde credibilidade rapidamente no ciclismo profissional, onde performance é a moeda definitiva.

A contratação de Biniam Girmay representa aposta inteligente – o eritreu possui carisma natural e resultados consistentes que atraem atenção positiva. Porém, a equipe precisará construir elenco balanceado, capaz de competir tanto em Grandes Voltas quanto em clássicas de um dia.

A questão dos patrocinadores adicionais permanece nebulosa. NSN e Stoneweg claramente possuem capacidade financeira, mas equipes de ciclismo tradicionalmente dependem de múltiplos parceiros comerciais para diversificar receitas e reduzir vulnerabilidade. A capacidade de atrair outras marcas respeitáveis será teste importante nos próximos meses.

O Contexto Mais Amplo: Mudanças no WorldTour

Esta transformação ocorre em momento particularmente dinâmico para o ciclismo profissional masculino. A UCI estuda implementar teto orçamentário para reduzir as desigualdades crescentes entre equipes ricas e pobres, enquanto o debate sobre justiça financeira ganha força no pelotão.

Simultaneamente, gigantes do varejo e tecnologia demonstram interesse renovado no ciclismo como plataforma de marketing. A chegada da XDS Astana-Qazaqstan com recursos chineses substanciais e a consolidação da Red Bull-Bora-Hansgrohe como potência financeira ilustram esta tendência.

Neste cenário, a NSN Cycling Team posiciona-se estrategicamente na faixa intermediária – nem entre as super-equipes de €50+ milhões (UAE Emirates, Visma-Lease a Bike), nem entre as formações com orçamentos apertados lutando pela sobrevivência.

Perspectivas Para Torcedores Brasileiros

Para fãs brasileiros acompanhando o ciclismo internacional, a NSN Cycling Team representa história fascinante de reinvenção e resiliência. O esporte ciclístico, como poucos outros, oferece essas narrativas de transformação radical, onde estruturas podem renascer completamente mantendo essência esportiva.

A presença de Andrés Iniesta no projeto empresarial certamente despertará interesse entre torcedores de futebol que também apreciam ciclismo – a intersecção entre estas duas paixões esportivas é significativa no Brasil.

Vale observar que ciclistas latino-americanos frequentemente encontram oportunidades em equipes dispostas a investir em talento internacional. A NSN, com sua presença em diversos continentes e conexões na América Latina através dos projetos de futebol, pode eventualmente olhar para o mercado sul-americano em busca de novos talentos.

Um Novo Capítulo se Abre

A transformação de Israel-Premier Tech em NSN Cycling Team representa muito mais que exercício de rebranding corporativo. Simboliza a capacidade do esporte de se adaptar, evoluir e encontrar caminhos através de desafios que pareciam intransponíveis.

Os próximos meses serão cruciais. A equipe precisará provar que esta renovação é genuína e sustentável, não apenas cosmeticamente atraente. Resultados esportivos, estabilidade administrativa e crescimento de base de fãs determinarão se esta aposta ousada realmente funcionou.

O ciclismo profissional, esporte gloriosamente imprevisível, já testemunhou reviravoltas dramáticas. Talvez a história da NSN Cycling Team torne-se exemplo inspirador de como navegar tempos turbulentos mantendo integridade competitiva.

Com a largada do Tour de France 2026 em Barcelona – cidade-sede da NSN – aproximando-se, a narrativa ganha camadas adicionais de dramatismo. A equipe terá palco perfeito para demonstrar ao mundo que esta transformação transcende marketing, representando compromisso autêntico com excelência no ciclismo de alto nível.

O pelotão estará observando atentamente. E nós, apaixonados por este esporte extraordinário, estaremos acompanhando cada pedalada desta jornada fascinante rumo ao futuro incerto, mas repleto de possibilidades.


Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Por que a Israel-Premier Tech mudou de nome para NSN Cycling Team?

A mudança ocorreu após uma série de protestos durante competições relacionados ao conflito em Gaza, que culminaram no cancelamento da etapa final da Vuelta a España 2025 e na exclusão da equipe de clássicas italianas por questões de segurança. O patrocinador canadense Premier Tech retirou-se alegando que a situação tornou-se “insustentável”, acelerando a reestruturação completa com novos investidores e identidade.

2. Quem são os novos proprietários da NSN Cycling Team?

A equipe é resultado de joint venture entre a NSN (Never Say Never), empresa internacional de esportes e entretenimento co-fundada pelo ex-jogador Andrés Iniesta, e a Stoneweg, plataforma global de investimentos sediada em Genebra que gerencia €11 bilhões em ativos. A NSN adquiriu a licença UCI, enquanto a Stoneweg atua como parceira estratégica e acionista.

3. A equipe ainda tem ligação com Israel ou Sylvan Adams?

Não. Sylvan Adams, o bilionário canadense-israelense que fundou e financiou a estrutura desde 2014, afastou-se completamente das operações. A licença foi transferida para registro suíço e não há mais conexão oficial com Israel. Adams não foi mencionado no comunicado oficial de lançamento da nova identidade.

4. Onde ficará sediada a NSN Cycling Team?

Embora a licença UCI seja suíça, toda a operação diária acontecerá na Espanha. As bases operacionais estarão em Girona e Barcelona, na Catalunha, incluindo departamento de performance, oficina mecânica (service course) e estrutura logística. Esta localização oferece clima ideal para treinamento e proximidade com grande parte dos ciclistas profissionais que já residem na região.

5. Quem será o líder da equipe para 2026?

O principal nome confirmado é Biniam Girmay, velocista eritreu que assumirá papel de líder nas etapas planas e provas de um dia. Entre os ciclistas britânicos confirmados estão Stevie Williams, Jake Stewart, Joe Blackmore, Lewis Askey e Ethan Vernon. O elenco completo será revelado oficialmente nas próximas semanas durante a apresentação da equipe.

6. Chris Froome continuará na equipe?

A situação de Chris Froome permanece indefinida. Seu contrato expirou ao final de 2025 e nenhum anúncio oficial foi feito sobre renovação ou aposentadoria. Aos 40 anos, o tetracampeão do Tour de France pode estar encerrando sua carreira, embora não haja confirmação nem pela equipe nem pelo ciclista.

7. O que aconteceu com Derek Gee?

Derek Gee, ciclista canadense que viveu excelente temporada 2025, declarou publicamente sua saída da estrutura. Entretanto, existe disputa legal em andamento, pois a equipe tenta retê-lo contratualmente. A situação permanece sem resolução definitiva e pode prolongar-se pelos próximos meses.

8. Quais bicicletas a NSN Cycling Team usará em 2026?

A fabricante britânica Factor Bikes encerrará sua parceria com a equipe. Segundo reportagens especializadas, a tradicional marca suíça Scott fornecerá as bicicletas para 2026, alinhando-se perfeitamente com a nova licença suíça da equipe. A confirmação oficial e detalhes técnicos serão revelados na apresentação oficial.

9. A NSN Cycling Team competirá no WorldTour em 2026?

Sim. A equipe conquistou promoção ao WorldTour durante o ciclo trienal recente e retornará à elite em 2026, garantindo participação automática nas principais competições do calendário internacional, incluindo Tour de France, Giro d’Italia, Vuelta a España e todas as clássicas monumentais. A equipe de desenvolvimento também continuará operando no nível Continental.

10. Por que a escolha de Barcelona e Girona é estratégica?

A escolha é estratégica por múltiplos motivos: (1) Girona tornou-se hub internacional de ciclistas profissionais, facilitando recrutamento e integração; (2) clima favorável permite treinamento durante o inverno europeu; (3) proximidade de terrenos variados (montanhas, planícies, litoral); (4) excelente infraestrutura e conectividade internacional; (5) o Tour de France 2026 largará em Barcelona, proporcionando oportunidade única de exposição em “casa”.

11. Qual é o orçamento estimado da NSN Cycling Team?

Embora valores oficiais não tenham sido divulgados, fontes especializadas estimam orçamento entre €30-35 milhões anuais, substancialmente superior ao da antiga Israel-Premier Tech. Este valor posicionaria a equipe na faixa intermediária do WorldTour, abaixo das super-equipes como UAE Emirates (€50-60 milhões) mas confortavelmente acima das formações com recursos limitados.

12. A equipe terá estrutura feminina?

Não há planos anunciados para criar equipe feminina em 2026. A antiga Israel-Premier Tech não possuía estrutura feminina, e os novos proprietários não indicaram intenção imediata de expandir para o Women’s WorldTour, apesar do crescimento explosivo do ciclismo feminino profissional. Esta é considerada oportunidade perdida por muitos observadores do esporte.

13. Quando veremos os novos uniformes e cores da equipe?

A apresentação oficial dos novos uniformes, identidade visual completa e calendário de corridas acontecerá entre o final de novembro e início de dezembro de 2025, após o training camp pré-temporada que ocorrerá na próxima semana. O site oficial nsncyclingteam.com já está operacional, mas detalhes visuais completos ainda não foram revelados.

14. Kjell Carlström continuará como diretor da equipe?

Sim. Kjell Carlström, o experiente diretor geral finlandês, permanecerá comandando as operações esportivas da equipe. Sua continuidade é considerada fundamental para manter a estabilidade administrativa e expertise acumulada durante uma década de operações no WorldTour, proporcionando ponte essencial entre a antiga estrutura e a nova identidade.

15. Como esta mudança afeta o ciclismo profissional como um todo?

A transformação demonstra tanto a vulnerabilidade quanto a resiliência do ciclismo profissional moderno. Ilustra como questões geopolíticas podem impactar estruturas esportivas, mas também mostra capacidade do esporte de se adaptar e reinventar. A manutenção de uma equipe WorldTour competitiva é positiva para a saúde do pelotão, evitando contração do número de formações de elite e preservando oportunidades para ciclistas profissionais. O caso servirá como estudo importante sobre como navegar crises e implementar transformações radicais mantendo competitividade esportiva.

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