O Tour de France 2026 promete ser uma das edições mais desafiadoras e espetaculares da história da Grande Boucle. Com um percurso que combina tradição e inovação, a 113ª edição da corrida mais famosa do ciclismo mundial apresenta elementos que vão fazer os corações dos fãs baterem mais forte: duas chegadas no lendário Alpe d’Huez, uma largada inédita em Barcelona com contrarrelógio por equipes, e seis chegadas de topo de montanha que prometem batalhas épicas pela camiseta amarela.
Barcelona Recebe o Grand Départ Histórico
Pela primeira vez desde 1971, o Tour de France iniciará com um contrarrelógio por equipes. A capital catalã abrirá as festividades da 113ª edição com um percurso de 19 quilômetros que terminará na emblemática colina de Montjuïc, palco dos Jogos Olímpicos de 1992.
O formato escolhido pelos organizadores adiciona um twist moderno à tradição: ao contrário dos contrarrelógios por equipes clássicos, onde o tempo é registrado no quinto corredor a cruzar a linha, cada ciclista terá seu tempo individual contabilizado para a classificação geral. Isso significa que as diferenças podem se abrir já no primeiro dia, colocando pressão imediata sobre os favoritos ao título.
A segunda etapa permanecerá em território catalão, com uma jornada ondulada entre Tarragona e Barcelona. O percurso inclui três voltas no circuito de Montjuïc, proporcionando aos espectadores múltiplas oportunidades de ver o pelotão em ação. Com seus 12% de inclinação máxima, esta colina pode ser o primeiro teste seletivo para os candidatos à vitória final.
A terceira etapa despede-se da Espanha com uma jornada desafiadora de 196 quilômetros entre Granollers e Les Angles. Este será o primeiro teste de montanha sério, com quase 4.000 metros de ganho de elevação, incluindo o Col des Toses antes da chegada na estação de esqui pirenaica de Les Angles, situada a 1.794 metros de altitude.
Pirineus e Sudoeste da França: Onde a Corrida Começa a Se Desenhar

A quarta etapa atravessa a paisagem impressionante dos castelos cátaros nos contrafortes dos Pirineus. Entre Carcassonne e Foix, os corredores enfrentarão o Col de Coudons e o Col de Montsegur, acumulando 2.750 metros de escalada. Embora a chegada seja relativamente plana, este é terreno perfeito para emboscadas.
Os velocistas finalmente terão sua primeira oportunidade real na quinta etapa, um percurso de 158 quilômetros entre Lannemezan e Pau. Esta cidade histórica já viu vitórias de sprinters de calibre como Marcel Kittel, Arnaud Démare e Jasper Philipsen nos últimos anos.
Mas a trégua para os escaladores será breve. A sexta etapa retorna aos Pirineus com força total, apresentando um dos dias mais brutais da primeira semana. Partindo de Pau, os corredores enfrentarão 4.150 metros de ganho de elevação, incluindo gigantes como o Col d’Aspin e o Col du Tourmalet, antes da chegada espetacular no Cirque de Gavarnie.
Esta chegada de topo de montanha, com seus 18,7 quilômetros a 3,7% de inclinação média, pode ser o momento em que um dos favoritos veste a camiseta amarela pela primeira vez. O anfiteatro natural do Cirque de Gavarnie, patrimônio mundial da UNESCO, proporcionará um cenário dramático para a primeira grande seleção da corrida.
Maciço Central e as Batalhas Táticas
A décima etapa, após o primeiro dia de descanso, apresenta um dos percursos mais estratégicos da corrida. Os 167 quilômetros entre Aurillac e Le Lioran incluem nada menos que sete subidas, formando um tríptico lendário: Puy Mary, Col de Pertus e Col de Font de Cere.
Este é o mesmo terreno onde Jonas Vingegaard conseguiu recuperar tempo precioso sobre Tadej Pogačar na edição de 2024. A memória dessa batalha certamente estará presente nas mentes de ambos os ciclistas quando retornarem a estas estradas em 2026.
Após esta jornada montanhosa, os velocistas terão mais duas oportunidades nas etapas 11 e 12, entre Vichy e Nevers, e depois em Chalon-sur-Saône. Estes sprints de meio de corrida frequentemente produzem disputas intensas pela camiseta verde de pontos, enquanto as equipes dos favoritos à classificação geral podem relaxar momentaneamente.
Vosges e Haute-Savoie: Preparando o Terreno Para o Clímax Alpino
A etapa mais longa da corrida, com 205 quilômetros entre Dole e Belfort, oferece terreno ideal para escapadas. A subida do Ballon d’Alsace nos quilômetros finais pode proporcionar o trampolim perfeito para corredores aventureiros buscando glória individual.
A 14ª etapa aprofunda ainda mais a incursão nos Vosges, com quatro subidas exigentes pontuando o percurso de 155 quilômetros entre Mulhouse e Le Markstein. O Ballon d’Alsace reaparece, acompanhado pelo Grand Ballon, Col du Page e Col du Haag, totalizando 3.800 metros de escalada acumulada.
A última etapa da segunda semana introduz uma novidade absoluta no Tour de France: a chegada no Plateau de Solaison. Esta subida implacável de 11,3 quilômetros com rampas médias de 9,1% fará sua estreia no Tour após 184 quilômetros que incluem quase 4.000 metros de ganho de elevação e praticamente nenhuma estrada plana.
Precedendo a chegada, o Col de la Croissette com sua brutal inclinação média de 11,2% pode ser o ponto focal da etapa, onde os favoritos lançarão seus ataques decisivos antes do teste final.
O Único Contrarrelógio Individual: Remco Evenepoel Pode Sorrir
A 16ª etapa apresenta o único teste de contrarrelógio individual de toda a corrida: 26 quilômetros entre Évian-les-Bains e Thonon-les-Bains, às margens do deslumbrante Lago Genebra.
Para Remco Evenepoel, campeão mundial, europeu e olímpico de contrarrelógio, esta etapa representa sua melhor oportunidade de impactar a luta pelo pódio. A subida da Côte de Larringes (9,7 km a 4,3%) adiciona um elemento desafiador, criando um perfil que é um terço subida, um terço descida e um terço plano.
Historicamente, contrarrelógios curtos como este produzem diferenças menores que os longos testes de 50+ quilômetros do passado. No entanto, em uma corrida equilibrada, cada segundo conta, e especialistas como Evenepoel, Filippo Ganna ou Joshua Tarling podem recuperar tempo valioso sobre escaladores puros.
A 17ª etapa oferece aos velocistas sua última chance de brilhar antes do dramático final alpino. Os 175 quilômetros entre Chambéry e Voiron, apesar de acumular 2.200 metros de escalada, deverão terminar em sprint massivo.
A Chegada Dupla no Alpe d’Huez: O Coração Pulsante do Tour 2026
Se existe um elemento que define o Tour de France 2026, é a decisão audaciosa de incluir duas chegadas consecutivas no Alpe d’Huez. Esta montanha mítica, com suas 21 curvas numeradas, retorna ao Tour após quatro anos de ausência – e desta vez com força redobrada.
Etapa 19: A Abordagem Clássica
A 19ª etapa é curta mas letal: apenas 128 quilômetros separando Gap da lendária estação de esqui. O percurso inclui o Col Bayard, Col du Noyer e Col d’Ornon antes da ascensão tradicional das 21 curvas (13,8 km a 8,1%).
Esta etapa concisa e explosiva favorece corredores agressivos dispostos a arriscar tudo. As curvas do Alpe d’Huez serão forradas com milhares de torcedores holandeses criando uma atmosfera elétrica incomparável no ciclismo mundial.
Etapa 20: A Rainha Absoluta
Mas é a 20ª etapa que promete entrar para a história como uma das jornadas mais brutais já desenhadas no Tour de France. Este monstro de 171 quilômetros acumula impressionantes 5.600 metros de ganho de elevação, apresentando uma sucessão implacável de gigantes alpinos.
A sequência é de tirar o fôlego:
- Col de la Croix de Fer (24 km a 5,2%)
- Col du Télégraphe (11,9 km a 7,1%)
- Col du Galibier (17,7 km a 6,9%) – o teto do Tour a 2.642 metros
- Col de Sarenne (12,8 km a 7,3%) até o Alpe d’Huez
O Col de Sarenne adiciona um elemento de novidade e incerteza. Esta estrada estreita e irregular na “face oculta” do Alpe d’Huez apareceu apenas uma vez no Tour, em 2013, mas como descida. Em 2026, os corredores a subirão pela primeira vez, criando uma abordagem completamente inédita à mítica montanha.
Christian Prudhomme, diretor do Tour, descreveu esta etapa como capaz de “construir história” e “de tirar o fôlego”. Nunca uma etapa tão difícil foi colocada tão tardiamente na corrida. Tudo pode mudar no sábado antes da chegada dominical a Paris.
Paris e Montmartre: O Grand Finale Urbano
Após o sucesso retumbante de 2024, quando o Tour trouxe a emoção das Olimpíadas para suas etapas finais, Montmartre retorna como protagonista do encerramento parisiense em 2026.
Os circuitos na Butte de Montmartre, com suas paralelepípedos traiçoeiros sob a Basílica do Sacré-Coeur, substituíram permanentemente o tradicional sprint processional nos Champs-Élysées. A etapa final de 2024, vencida por Wout van Aert sob chuva torrencial, provou que este formato adiciona drama até os últimos metros da corrida.
Em 2026, espera-se outra batalha intensa nesta colina icônica. Tadej Pogačar, que sofreu com uma lesão no joelho durante o final de 2024, certamente buscará vingança. Jonas Vingegaard, se chegar a Paris em amarelo novamente, precisará defender sua camiseta um último dia.
Análise Tática: Como a Corrida Pode Se Desenrolar
O percurso do Tour de France 2026 foi claramente desenhado para maximizar o suspense até os momentos finais. Com seis chegadas de topo de montanha, apenas 26 quilômetros de contrarrelógio individual, e a etapa rainha programada para o penúltimo dia, os organizadores garantem que nada será decidido prematuramente.
Favoritos Para a Vitória Final
Tadej Pogačar chega como favorito natural. Tetracampeão do Tour (2020, 2021, 2024, 2025) e bicampeão mundial, o esloveno demonstrou em 2025 que pode dominar em qualquer tipo de terreno. Sua versatilidade – escalando montanhas, vencendo clássicas de pedra, e competindo em contrarrelógios – faz dele o homem a ser batido.
O percurso de 2026, com suas múltiplas chegadas de topo de montanha, favorece seu estilo agressivo. A etapa 20 no Alpe d’Huez, em particular, parece desenhada sob medida para um ataque devastador marca registrada Pogačar.
Jonas Vingegaard permanece o único ciclista capaz de derrotar consistentemente Pogačar em uma Grande Volta. Bicampeão do Tour (2022, 2023), o dinamarquês provou que pode recuperar tempo nas montanhas quando necessário. O retorno ao Le Lioran, onde venceu em 2024, pode ser psicologicamente importante.
Porém, a escassez de quilômetros de contrarrelógio prejudica Vingegaard. Em tours anteriores, ele usou testes cronometrados longos para abrir ou defender vantagens significativas. Com apenas 26 km em 2026, essa arma estará menos disponível.
Remco Evenepoel, transferido para a Red Bull-Bora-Hansgrohe, representa a terceira força. Vencedor da Vuelta 2022 e bicampeão olímpico (estrada e CRI), o belga tem talento suficiente para brigar pelo pódio. O contrarrelógio curto da etapa 16 é sua melhor oportunidade de recuperar tempo perdido nas montanhas.
Candidatos outsiders incluem Primož Roglič, se conseguir finalmente evitar as quedas que têm atormentado suas campanhas no Tour, e jovens talentos emergentes como Juan Ayuso ou Carlos Rodríguez, que podem surpreender em seu amadurecimento.
Estratégias Possíveis
O contrarrelógio por equipes de abertura coloca pressão imediata. Equipes com formações fortes contra o relógio (UAE Team Emirates, Visma-Lease a Bike) podem abrir pequenas vantagens logo no primeiro dia. Inversamente, corredores em equipes mais fracas nesta disciplina podem perder tempo precioso antes mesmo das montanhas aparecerem.
A primeira semana nos Pirineus será crucial para estabelecer hierarquias. A chegada em Gavarnie (etapa 6) pode ver o primeiro movimento importante dos favoritos. Corredores que perderem tempo aqui enfrentarão batalha íngreme pelo restante da corrida.
O Maciço Central e Vosges na segunda semana funcionam como terreno de desgaste. Não produzirão necessariamente grandes diferenças na GC, mas acumulam fadiga nas pernas de todos. Equipes precisarão gerenciar recursos cuidadosamente para chegarem frescas aos Alpes.
O contrarrelógio da etapa 16 pode ser momento decisivo para Evenepoel. Se ele chegar a apenas 1-2 minutos do líder, um grande desempenho aqui pode catapultá-lo para a disputa real pela vitória.
Mas é nos Alpes que tudo será decidido. As etapas 19 e 20, particularmente a rainha de sábado, podem produzir diferenças dramáticas de minutos entre os candidatos. Corredores que chegarem fracos ou com equipes dizimadas enfrentarão massacre nas rampas implacáveis do Galibier e Sarenne.
Tour de France Femmes 2026: Mont Ventoux e Nice
Simultaneamente ao anúncio do percurso masculino, a organização revelou a rota da quinta edição do Tour de France Femmes avec Zwift, que promete ser igualmente espetacular.
A corrida feminina começará na Suíça com uma etapa ondulada em Lausanne, seguida por uma jornada entre Aigle (sede da UCI) e Genebra. A terceira etapa cruza para a França com chegada em Poligny, antes do contrarrelógio individual de 21 quilômetros entre Gevrey-Chambertin e Dijon.
A etapa rainha masculina acontece na sétima jornada: Mont Ventoux fará sua estreia no Tour de France Femmes. Partindo de La Voulte-sur-Rhône, o percurso acumula 3.665 metros de escalada, incluindo o Col de la Grande Limite e Col de Suzette antes da subida final ao Gigante da Provença.
A etapa mais longa (175 km) liga Sisteron a Nice, com a última jornada apresentando desafio formidável: 99 quilômetros com mais de 2.000 metros de escalada e quatro ascensões ao Col d’Èze, a última delas por rota alternativa com rampas de até 16%.
Os 18.795 metros de ganho de elevação acumulado ao longo das nove etapas estabelecem novo recorde de altitude para o Tour de France Femmes, provando que a corrida feminina continua evoluindo em dificuldade e prestígio.
Impacto nas Equipes e Transferências
O percurso revelado do Tour de France 2026 certamente influenciará as estratégias de recrutamento das equipes para a próxima temporada.
Equipes focadas em classificação geral precisarão de escaladores puros de montanha capazes de suportar múltiplas chegadas de topo consecutivas. A escassez de contrarrelógio reduz ligeiramente a necessidade de especialistas em CRI, mas corredores versáteis que podem tanto escalar quanto cronometrar permanecerão valiosos.
Para velocistas e suas equipes, as seis oportunidades de sprint justificam investimento em trens de lançamento fortes. Com a competição pela camiseta verde sempre intensa, equipes como Alpecin-Deceuninck, Soudal-Quick-Step e Lidl-Trek precisarão de formações completas para controlar as etapas planas.
O contrarrelógio por equipes de abertura também ganha importância estratégica. Equipes precisarão de pelo menos cinco corredores fortes contra o relógio para minimizar perdas de tempo no dia inaugural.
Legado e Significado Histórico
O Tour de France 2026 marca vários momentos históricos significativos:
- Primeira vez desde 1971 que a corrida abre com contrarrelógio por equipes
- Retorno do Alpe d’Huez após ausência de quatro anos, e pela primeira vez com duas chegadas consecutivas
- Primeira ascensão do Col de Sarenne até o Alpe d’Huez (anteriormente usado apenas como descida)
- Estreia do Plateau de Solaison no Tour de France
- Consolidação de Montmartre como novo final tradicional em Paris
Estas inovações demonstram que, mesmo após 113 edições, o Tour continua capaz de reinventar-se e surpreender. A combinação de tradição (Alpe d’Huez, Col du Galibier) com novidade (Sarenne, Solaison) cria narrativa que respeita o passado enquanto abraça o futuro.
Quando e Onde Assistir
O Tour de France 2026 acontecerá entre 4 e 26 de julho, seguindo o calendário tradicional de três semanas do evento. A transmissão global alcançará centenas de milhões de espectadores em mais de 190 países.
No Brasil, a ESPN e Star+ tradicionalmente transmitem todas as etapas ao vivo com narração em português. A France Télévisions oferece cobertura completa na França, enquanto Eurosport atende o mercado europeu.
Para acompanhamento em tempo real, o site oficial do Tour de France oferece trackers ao vivo, classificações atualizadas e análises detalhadas de cada etapa.
Perguntas Frequentes (FAQ) Sobre o Tour de France 2026
1. Quando e onde será o Tour de France 2026?
O Tour de France 2026 acontecerá entre 4 e 26 de julho de 2026. A corrida começará em Barcelona, Espanha, com um contrarrelógio por equipes de 19 quilômetros, e terminará em Paris após 21 etapas cobrindo aproximadamente 3.333 quilômetros.
2. O que há de especial na dupla subida ao Alpe d’Huez?
O Tour de France 2026 apresentará duas chegadas consecutivas no Alpe d’Huez nas etapas 19 e 20. A primeira será pela ascensão tradicional das 21 curvas (13,8 km a 8,1%). A segunda, mais dramática, incluirá o Galibier antes de subir ao Alpe d’Huez pela primeira vez via Col de Sarenne (12,8 km a 7,3%), criando uma das etapas mais difíceis já desenhadas no Tour.
3. Como funciona o contrarrelógio por equipes de abertura?
Diferente dos contrarrelógios por equipes tradicionais, onde o tempo é registrado no quinto corredor, cada ciclista terá seu tempo individual contabilizado para a classificação geral. O percurso de 19 quilômetros em Barcelona termina na colina de Montjuïc, e os tempos individuais significam que diferenças podem se abrir desde o primeiro dia.
4. Quantas etapas de montanha haverá?
O Tour de France 2026 apresenta oito etapas de montanha com seis chegadas de topo de montanha. O percurso acumula 54.450 metros de ganho de elevação total ao longo das 21 etapas, tornando-o uma das edições mais montanhosas da história recente.
5. Haverá muitos contrarrelógios no Tour 2026?
Não. O Tour 2026 terá apenas dois contrarrelógios: o por equipes de abertura (19 km) e um individual de 26 quilômetros entre Évian-les-Bains e Thonon-les-Bains na etapa 16. Este é um dos menores volumes de CRI em anos recentes, favorecendo escaladores puros sobre especialistas em contrarrelógio.
6. Qual é a etapa mais difícil do Tour de France 2026?
A etapa 20, segunda jornada no Alpe d’Huez, é considerada a rainha absoluta. Com 171 quilômetros e impressionantes 5.600 metros de ganho de elevação, ela inclui Croix de Fer, Télégraphe, Galibier (teto do Tour a 2.642m) e a ascensão final via Col de Sarenne. Nunca uma etapa tão difícil foi colocada tão tarde na corrida.
7. Quantas oportunidades os velocistas terão?
Os velocistas terão seis oportunidades claras de sprint nas etapas 5 (Pau), 7 (Bordeaux), 8 (Bergerac), 11 (Nevers), 12 (Chalon-sur-Saône) e 17 (Voiron). Algumas destas etapas incluem terreno ondulado que pode dificultar para sprinters mais pesados, favorecendo corredores versáteis.
8. O que é o Col de Sarenne e por que é significativo?
O Col de Sarenne é a “face oculta” do Alpe d’Huez – uma estrada estreita e irregular de 12,8 km com 7,3% de inclinação média. Apareceu apenas uma vez no Tour (2013) como descida. Em 2026, pela primeira vez os corredores subirão por esta rota até o Alpe d’Huez, criando uma abordagem completamente inédita à montanha mítica.
9. Por que Montmartre substituiu os Champs-Élysées no final?
Após o sucesso da etapa final de 2024, que incluiu circuitos em Montmartre inspirados pelas Olimpíadas de Paris, os organizadores decidiram manter este formato permanentemente. As subidas na Butte de Montmartre com paralelepípedos adicionam drama até os momentos finais, substituindo o tradicional sprint processional nos Champs-Élysées.
10. Quem são os favoritos para vencer o Tour de France 2026?
Tadej Pogačar é o favorito natural como tetracampeão defensor e bicampeão mundial. Jonas Vingegaard, bicampeão do Tour, permanece sua principal ameaça. Remco Evenepoel (agora na Red Bull-Bora-Hansgrohe) é a terceira força, com Primož Roglič e jovens como Carlos Rodríguez completando a lista de candidatos ao pódio.
11. Onde posso assistir ao Tour de France 2026 no Brasil?
No Brasil, a ESPN e Star+ tradicionalmente transmitem todas as etapas do Tour de France ao vivo com narração em português. Verifique sua operadora de TV por assinatura ou assine o streaming Star+ para acompanhar a corrida completa.
12. O que é o Plateau de Solaison?
O Plateau de Solaison é uma nova chegada de topo de montanha estreando no Tour 2026 na etapa 15. Com 11,3 quilômetros de extensão e rampas médias de 9,1%, esta subida implacável na Haute-Savoie será precedida pelo Col de la Croissette (11,2% de inclinação média), criando um dos dias mais seletivos da segunda semana.
13. Como o percurso de 2026 se compara a edições recentes?
O Tour de France 2026 apresenta significativamente mais montanha que as edições de 2024 e 2025. Com seis chegadas de topo de montanha (versus quatro em 2025), 54.450 metros de elevação acumulada, e apenas 26 km de CRI individual, este percurso favorece claramente escaladores puros sobre corredores versáteis fortes em contrarrelógio.
14. Haverá dias de descanso no Tour 2026?
Sim, seguindo a tradição, o Tour de France 2026 incluirá dois dias de descanso. O primeiro acontecerá após a etapa 9, antes da jornada desafiadora no Maciço Central. O segundo ocorrerá após a etapa 15, dando aos corredores um dia de recuperação antes do brutal final alpino.
15. O Tour de France Femmes 2026 acontecerá ao mesmo tempo?
Não. O Tour de France Femmes avec Zwift geralmente acontece imediatamente após o Tour masculino, aproveitando a infraestrutura e atenção midiática. A quinta edição da corrida feminina começará na Suíça e incluirá pela primeira vez uma chegada no Mont Ventoux, acumulando recorde de 18.795 metros de elevação em nove etapas.
O Tour de France 2026 promete ser uma edição para os livros de história. Com sua combinação única de tradição e inovação, montanhas brutais e estratégia fascinante, esta corrida tem tudo para produzir um dos confrontos mais memoráveis da história do ciclismo. Os meses até julho não podem passar rápido o suficiente para os fãs ansiosos ao redor do mundo.

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