O TSS (Training Stress Score) é uma métrica amplamente utilizada no mundo do ciclismo e do treinamento esportivo para medir a carga de treinamento.
Essa métrica, desenvolvida por Dr. Andy Coggan e popularizada pela plataforma TrainingPeaks, oferece uma forma de quantificar o estresse causado por uma sessão de treino, considerando a intensidade e a duração da atividade.
Como o TSS é calculado?
O cálculo do TSS leva em consideração dois fatores fundamentais: a intensidade do treino e sua duração. Ele é derivado da relação entre o FTP (limiar de potência funcional) e a intensidade sustentada durante o treino. O resultado final é uma pontuação que reflete o esforço realizado.
O cálculo exato pode ser descrito pela fórmula:
- TSS = (tempo em horas) x (Intensidade Normalizada x FTP) x 100
- Intensidade Normalizada (IN): Representa a média ponderada da intensidade ao longo do tempo, ajustada para picos de esforço.
- FTP (Limiar de Potência Funcional): É a maior potência média que um ciclista pode sustentar por cerca de uma hora.
Essa fórmula permite que o TSS quantifique não apenas a duração do esforço, mas também o quanto esse esforço foi desafiador em relação à capacidade máxima do ciclista.
Por que o TSS é importante no ciclismo?
O TSS é uma ferramenta valiosa porque permite que ciclistas e treinadores monitorem e gerenciem a carga de treinamento de forma precisa. Com ele, é possível planejar treinos de maneira a otimizar o desempenho e evitar o overtraining (sobrecarga), além de garantir que o corpo tenha tempo adequado de recuperação.
A compreensão do TSS ajuda a:
- Avaliar a dificuldade de cada treino.
- Planejar o aumento ou redução da carga de treino.
- Monitorar a progressão do ciclista ao longo do tempo.
- Identificar possíveis sinais de fadiga ou estresse excessivo.
Divisão de TSS por tipo de treino
Cada tipo de treino gera uma quantidade específica de TSS, dependendo da sua duração e intensidade. Aqui estão algumas orientações gerais sobre como diferentes treinos podem ser classificados:
- Treinos leves: <50 TSS – Indicados para dias de recuperação ativa, quando o ciclista não deve se esforçar muito.
- Treinos moderados: 50-100 TSS – São sessões de treino que desafiam o corpo, mas não devem gerar níveis altos de fadiga.
- Treinos intensos: 100-150 TSS – Sessões que exigem muito do ciclista, principalmente em treinos intervalados de alta intensidade ou subidas longas.
- Treinos extenuantes: >150 TSS – Estes são treinos muito intensos e longos, que requerem uma recuperação significativa.
A relação entre TSS, CTL, ATL e o impacto na performance
No contexto do ciclismo, além do TSS, existem outras métricas importantes que auxiliam no planejamento do treinamento, como o CTL (Chronic Training Load – Carga de Treinamento Crônica) e o ATL (Acute Training Load – Carga de Treinamento Aguda).
- CTL: Representa a carga de treino acumulada ao longo de um período mais longo (geralmente seis semanas). Um CTL elevado indica que o ciclista está bem treinado, mas também pode sinalizar a necessidade de maior recuperação.
- ATL: Reflete a carga de treino recente, normalmente calculada em uma semana. Um ATL alto pode indicar que o ciclista está se aproximando da fadiga e precisa de descanso.
O balanço entre CTL e ATL é fundamental para determinar o estado de forma física do atleta. Quando o TSS diário é gerenciado adequadamente, o ciclista pode manter um bom equilíbrio entre treinamento e recuperação, o que resulta em uma performance ideal.
Como utilizar o TSS para maximizar a performance?
Utilizar o TSS de forma estratégica pode garantir que o ciclista treine de maneira eficiente e evite tanto o subtreinamento quanto o excesso de esforço. Aqui estão algumas dicas sobre como aplicar o TSS no seu plano de treinamento:
- Monitore seu TSS semanal: Ciclistas amadores devem buscar aumentar gradualmente seu TSS ao longo das semanas, prestando atenção aos sinais de fadiga e ajustando a carga de treino conforme necessário.
- Ajuste o TSS em fases específicas do treinamento: Durante a fase base (off-season), o TSS deve ser menor, com foco em treinos de resistência. Conforme o ciclista se aproxima da fase de competições, o TSS pode aumentar, com treinos mais intensos.
- Use o TSS para planejar a recuperação: Dias de treino leve ou dias de descanso devem resultar em baixos valores de TSS, enquanto treinos mais intensos devem ser seguidos por dias de recuperação para que o corpo se ajuste ao estresse causado.
Exemplos práticos do TSS em diferentes tipos de treino
Para ilustrar melhor como o TSS varia conforme o treino, aqui estão alguns exemplos práticos:
- Treino de recuperação ativa: Um pedal de 1 hora a baixa intensidade pode gerar um TSS de 30-40, ideal para dias de descanso ativo.
- Treino intervalado: Um treino de 1 hora com séries de alta intensidade pode acumular um TSS de 90-120, dependendo do nível de esforço e do tempo de recuperação entre os intervalos.
- Longo de resistência: Um pedal de 4 horas a intensidade moderada pode gerar um TSS de 200-250, dependendo da capacidade do ciclista.
Conclusão
Compreender e aplicar o TSS no treinamento de ciclismo é uma forma eficaz de otimizar a performance, gerenciar a carga de treino e garantir uma recuperação adequada.
Ciclistas que utilizam essa métrica podem planejar melhor suas sessões, equilibrando treinos intensos com períodos de recuperação, para maximizar seu desempenho ao longo da temporada.